A NOITE DOS MENTIROSOS

 

Mark Twain, famoso escritor americano, além do extraordinário talento literário que possuía, foi considerado o maior humorista americano de seu tempo. Uma das suas especialidades era a contação de mentiras. Num dos torneios de mentirosos que ele organizou, um dos participantes contou que em sua cidade havia uma caverna com um eco tão poderoso que se alguém dissesse “Olá, tudo bem?”, o eco repetia cem vezes a frase. Outro concorrente contou que em sua cidade também havia um eco capaz de repetir quinhentas vezes a frase dita. Então Mark Twain entrou com a dele: “Em minha cidade, se a gente gritar “Olá, tudo bem?”, o eco responde mil vezes: “Eu estou ótimo, e você”?
Lembrei-me dessa anedota vendo o debate dos candidatos a presidente no último domingo. Se os nossos presidenciáveis participassem de um concurso de mentirosos não sobraria para ninguém.  

A Simone Tebet a gente até perdoa. Está começando agora e tem pouca mentira para contar. A outra senhora, Soraya Thronicke parecia cachorro caído da mudança. Só latiu o tal imposto único, falácia já desmentida há mais de 30 anos atrás. O Luís Filipe D’Avila parecia um robozinho programado para repetir sempre a mesma frase: “chega de votar no menos ruim”. Já o Ciro Gomes foi, de longe, o melhor articulado dos mentirosos que se apresentou no debate. Quem nunca foi ao Ceará, poderia acreditar que o paraíso é lá.

Lula, como sabemos, é um demagogo populista que adquiriu uma formidável capacidade para iludir o povo brasileiro. No seu governo não houve corrupção. O assalto aos cofres públicos que o PT e seus aliados fizeram sistematicamente foi uma ficção jornalística. O Mensalão não existiu. A Lava a Jato foi um julgamento político inventado para tirar o PT do poder etc...

Agora, do Bolsonaro nem o Mark Twain ganharia num concurso de lorotas. Ele fala como realmente acreditasse no que está dizendo. Não importa que tudo seja contradito pela realidade. No país não temos recessão, inflação, insegurança: não falta recursos para a saúde, educação, não há corrupção, gente passando fome, nem instabilidade política. Tudo é narrativa da imprensa para desestabilizar o seu governo...

O Brasil parece um navio sem capitão. Os que se apresentaram para comandá-lo não mostraram estar preparados para guiá-lo a um porto seguro. Aliás, dois deles já provaram que não estão, pois foram exatamente eles que nos jogaram no meio dessa tempestade.

Nesse panorama só nos resta uma opção. Se os ventos não sopram a nosso favor, vamos todos pegar nos remos e remar. Só a força dos nossos braços pode nos tirar desse mar tenebroso. Não podemos ficar esperando por um Messias Salvador. Esse personagem não existe, ou se existe ele já veio e nós o pusemos numa cruz para morrer. Dizem que voltará um dia. Mas isso também soa como uma boa “peta”. Se voltar, não será para nos salvar mas sim para nos castigar por sermos tão ingênuos.