REPULSA AO TERRORISMO BOLSONARISTA E AO MILITARISMO BRASILEIRO

A sociedade brasileira não aceitou a afronta a democracia realizada pelos terroristas fascistas bolsonaristas nem da postura militar diante da grave situação. O povo começa a desenvolver um sentimento de repulsa a esse tipo de comportamento terrorista que atenta contra a liberdade democrática de direito.

Após a grande festa da cidadania brasileira na posse de Lula, evento de muita alegria e diversidade, a resposta que a extrema direita encontrou foi esse nível de agressividade e violência, demonstrando claramente a diferença de projetos existentes para a reconstrução do Brasil, depois da avassaladora e negativa passagem de Bolsonaro pelo Planalto.

Claro que a resposta institucional ao atentado golpista teria que acontecer. As ações de contenção dos bárbaros rebeldes fascistas e a busca pelos financiadores, organizadores, mobilizadores, incentivadores e executores são atividades que continuarão a ocorrer continuamente, porque eles não vão parar com suas investidas nefastas. Por essa razão, os poderes constituídos precisam estar unidos e fortalecidos para garantir o Estado democrático de direito e a nossa liberdade e cidadania.

Na tarde do dia 09 de janeiro, houve a reunião de Lula com os governadores para dialogarem sobre o crime ocorrido e juntarem forças democráticas para o enfrentamento, no que, todos os governadores e governadoras presentes, coadunaram suas ideias com a do governo central para fortalecer o sistema de apoio político e facilitar a cooperação para a solução dos problemas provocados pelos terroristas.

Uma excelente sacada do Presidente Lula foi a de convidar a equipe para a caminhada pela democracia, para juntos observarem de perto o grau de letalidade que aconteceu na incursão nazifascista. Essa atitude de importante simbologia em defesa da democracia brasileira facilitou a aproximação e gerou o vínculo necessário para a defesa compartilhada do processo democrático. Todos unidos e fortalecidos contra o terrorismo bolsonarista e fascista da extrema direita.

Outra reação significativa ficou por conta das mobilizações e manifestações sociais que surgiu como resposta do povo, uma resposta popular que aconteceu em várias capitais brasileiras e em diversos países em 09 de janeiro. Este é mecanismo de defesa popular do governo soberano e democrático, proclamando que haverá resistência aos movimentos golpistas e antidemocráticos. Sem anistia, era a frase temática e desejo dos democratas brasileiros.

Diante de todo este triste e vergonhoso contexto, não se pode perder o foco: resolver os problemas com os golpistas e as querelas militares, mas sem deixar de lado a agenda governamental para a reconstrução do Brasil, porque é disso que o povo precisa saber agora para promover mudanças concretas na qualidade de vida das pessoas, notadamente, daquelas mais carentes e excluídas da sociedade. Essa é a linha do atual governo, mas com as interferências criadas pelo antagonismo político doentio é preciso resolver os problemas mais urgentes, nesse caso, a defesa contra os ataques terroristas para em seguida cuidar o mais essencial.

A luta do Presidente em não aceitar a chantagem do mercado nem os embargos políticos do centrão da forma como querem para não virar refém do sistema, deve ser luta de todos nós também. Mas à espreita estão também os militares, que é outro grande problema, aliás, o professor Eduardo Costa Pinto (IE/UFRJ), pontua muito bem sobre os problemas para Lula enfrentar nesta gestão: O Bolsonarismo, os militares e a mega burguesia. Esses são os grandes inimigos da democracia no nosso País. O professor alerta que os militares, meio que se contiveram para não apoiar fortemente Bolsonaro no golpe em 2019 porque receberam os recados dos Estados Unidos, que se postaram contra essa iniciativa. Lidar com os militares não será fácil porque esse sentimento está entranhado em sua essência de ser, ou seja, eles renovaram o inimigo interno: o comunismo.

Nada do que se faça em prol dos militares será reconhecido, pois mesmo depois dos investimentos que receberam nas gestões anteriores do PT, ficaram achando que era para controlá-los e torná-los um exército vermelho. Pensamento verdadeiramente doentio. O fato é que não se pode confiar nessa bolha militar e é extremamente necessário fortalecer o poder civil.

Será que essa história não possui nexo causal? Pois vejamos alguns sinais: A estratégia para derrubada da presidenta Dilma veio de onde? Dizem que a trama foi feita nos Estados Unidos do então Presidente Donald Trump e do empresário e mentor Steve Bannon, aliados de primeira hora da família Bolsonaro, que por sua vez era um mal ex-militar. Os militares apoiaram Jair Bolsonaro em sua campanha, regada as mais proeminentes mentiras, ajudada pelo esquema da Lava-jato; mas os militares acreditavam que podiam conter Jair Messias, mas isso não aconteceu, pelo contrário, veio a catástrofe administrativa mais horripilante da história da Nação. Neste ataque terrorista os preparativos foram feitos onde mesmo? Na ocupação em frente Quartel General de Brasília, de onde saíram para o ataque. Também houve a conivência de muitos militares, mais que isto, houve uma letargia das forças armadas e complacência das forças de segurança em Brasília, que estavam incumbidas de evitar o atentado terrorista. Policiais posando com os terroristas, protegendo os bandidos, imagens de confraternização de policiais com bandoleiros golpistas, até que houve a mudança necessária com a intervenção realizada por Lula. Tudo isso são meras conjecturas ou trazem evidências de participação no que ocorreu? São heranças dos tempos da ditadura!

Todos esses fatores estão sendo analisados pelo atual governo, mas também estão sendo pensados pelos brasileiros, daí o surgimento daquilo que não esperavam: a criação da repulsa pelo atentado terrorista e o fortalecimento de Lula enquanto gestor soberano do País, que tem todo o apoio para combater o fascismo bolsonarista e as práticas terroristas. Será que o tiro saiu pela culatra? Veremos o que virá!

Sem anistia e com CPI – todos tem que ser punidos no rigor da Lei, pois os poderes do Estado estão firmes e agindo neste contexto sombrio, que precisa ser luta de todos os brasileiros descentes que acreditam em nossa democracia. Os Parlamentares que insuflaram o golpismo devem ser destituídos de seus mandatos, pois precisam ser punidos severamente para servir de lição aos que se insurgem contra a liberdade democrática.

Verdadeiramente herdamos o que há de pior nos Estados Unidos da América. O terrorismo de perfil nazifascista não brinca em serviço, são capazes de tudo de ruim em nome de sua causa, mesmo que seja uma causa perdida como essa. Para termos uma ideia melhor desse contexto na capital federal, os terroristas deixaram armadilhas com cinco granadas no STF e Congresso para causar mais estragos e mortes... Plano pérfido da barbárie.

Para além do atentado terrorista a Praça dos Três Poderes, coração da democracia no Brasil, a Agência Nacional de Energia Elétrica informou nesta terça-feira, 10 de janeiro, que houve atentados a rede de energia, onde os vândalos conseguiram derrubar três torres de transmissão de energia do sistema de Foz do Iguaçu (PR), sendo uma no Estado do Paraná e outras duas torres no Estado de Rondônia, além de danos causados a outras três torres. Todas com indícios de vandalismo. Sabe-se também que houve na segunda-feira, atentado contra o sistema de distribuição de combustíveis e refinarias, inclusive com a tentativa de causar o desabastecimento de combustíveis e aumento dos preços, numa tentativa frustrada de gerar o caos no setor petrolífero.

A sociedade brasileira e mundial está errada em criar asco e repulsa ao terrorismo bolsonarista? Sabemos bem que não! Da mesma forma, os sentimentos nutridos pelos militares ganham o mesmo sentido, porque muitos destes estão apoiando crimes com a desculpa de estarmos na iminência do comunismo... Eles pensam que estão fazendo o bem, quando estão fazendo exatamente o contrário, porque infringem as Leis constituintes, quando deveriam defendê-las. Como confiar na mão-amiga se perder a credibilidade? O maior presente grego de Bolsonaro para retribuir aos militares foi o de acabar com a reputação dessa classe, sem a confiança do povo. O que farão em sua missão constitucional? Queremos as Força Armadas como Órgãos do Estado e cumpridora de suas funções de defender a pátria, a Constituição e o processo democrático. Essa á a missão militar!

Na busca de soluções para os problemas existentes a ordem de prioridade deve ser seguida na medida do possível. Portanto, na terça-feira (10), Lula despacha de seu gabinete no Planalto, onde recebeu o Presidente do Consórcio de Desenvolvimento do Nordeste, o Governador da Paraíba João Azevedo, para tratar preliminarmente de ações estruturantes demandadas pela região Nordeste e ainda para discutir sobre os cargos que ainda não foram ocupados. Os pontos mais importantes da reunião foram os assuntos relacionados ao turismo e a produção de energias renováveis.

A primeira-dama, Rosângela Lula da Silva recebeu a Ministra da Cultura Margaret Menezes para discutirem sobre os danos causados as obras de arte e do patrimônio histórico de valor incalculável, bem como a traçar a estratégia de recuperação desses materiais, que envolve um relógio do século XVIII, a tela de vitral de Marianne Peretti de 1977 – “Araguaia”, a tela “Duas mulatas” do Di Cavalcanti, pintada em 1962 e um painel de Athos Bulcão. Sendo que a escultura da Bailarina, do artista plástico Victor Brecheret, foi roubada pelos terroristas, assim como roubaram também materiais fotográficos, drone, armas e munições.

O Ministro do STF, Alexandre de Moraes determinou a prisão do ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal Fabio Augusto Vieira. Este militar era o responsável pelo comando da corporação no dia do ataque terrorista, quando apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) invadiram o Congresso Nacional, o STF e o Palácio do Planalto. Da mesma forma, a Advocacia-Geral da União pediu a prisão de Anderson Torres e o Ministro Alexandre de Moraes decretou a prisão do ex-ministro da Justiça e ex-Secretário de Segurança do Distrito Federal que fora exonerado. Também na terça-feira (10), foi determinada a prisão do ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, o coronel Fábio Augusto e ainda, o Comando do Exército demitiu o coronel da reserva Adriano Camargo Testoni, pois este tinha gravado um vídeo ofendendo a instituição e militares, supostamente durante os atos terroristas de bolsonaristas em Brasília. Essas iniciativas demonstram claramente que nada ficará impune no que diz respeito ao golpe abortado pela ação imediata pelas forças do Governo e do Estado. Conseguimos resistir ao golpe e além de tudo, aos olhos do mundo o Presidente conseguiu se fortalecer diante do contexto enquanto Bolsonaro sofre isolamento internacional e despenca em sua avaliação e popularidade.

Mesmo com a forte e séria atuação do Estado contra o golpe e atentado terrorista, os fascistas continuam fazendo mobilização nas redes sociais para a realização de novas manifestações antidemocráticas na tarde da quarta-feira (11), desta forma, o governo se prepara para o enfrentamento e recebe a ajuda de oito Estados brasileiros que estão enviando força policial para Brasília e todo o País está em alerta. Atenção Ministro José Múcio, ver se acorda e age!

Agora, depois de todas essas ações golpistas e atentados, deu-se a conhecer o que pretendem os fascistas bolsonaristas e, o ponto positivo de tudo isso, é que tudo foi revelado e o governo Lula e os demais poderes sabem o que, como e onde atuar para conter a crise e desbaratar a insurreição. Torna-se mais cabal que é extremamente necessário desbolsonarizar as forças de segurança que infelizmente atuam no Brasil. O problema é saber como realizar essa árdua tarefa. É essencial que se faça a desbolsonarização.

Em pesquisa da Consultoria Atlas, realizada entre os dias 8 e 9 de janeiro sobre o que o povo pensa das manifestações golpistas, sabe-se que mais de 75,8% dos brasileiros discordam ou repudiam as manifestações e tentativas de golpe, mas 18,4% concordam com essas atividades e 5,8% não souberam opinar. Um dado importante é que apenas 38% dos eleitores bolsonaristas apoiam o golpismo, ou seja, está havendo uma significativa diminuição neste tipo de apoio. Cerca de 14.3% dos católicos e 31,2% dos evangélicos apoiaram as manifestações na capital federal. No total de 50,2% dos entrevistados acham que Bolsonaro tem responsabilidade nos atos terroristas e 42,7% acham que não, enquanto 7,1% não souberam opinar. Em relação a instalação de uma ditadura militar no Brasil, 73,5% dos entrevistados se manifestaram contra e apenas 9,5% foram a favor.69% concordam com a intervenção federal decretada por Lula. 56,4% dizem acreditar que o petista venceu Bolsonaro; 39,7% dizem que o presidente foi derrotado; 4% não souberam responder.

Na quarta-feira (11), outra pesquisa de opinião pública foi apresentada, no caso, a pesquisa Datafolha, divulgado pela Folha de São Paulo, que trouxe um cenário diferenciado em relação à pesquisa anterior, pois esta traz o percentual de 93% dos brasileiros entrevistados que condenam os ataques bolsonaristas à Praça dos Três Poderes. Entre os entrevistados, 46% acreditam que os envolvidos no ataque terrorista devem ser presos. Enquanto que para 46% dos entrevistados todas as pessoas identificadas nos atos antidemocráticos devem ser presas; 77% acreditam que os bolsonaristas serão punidos e 42% acham que os identificados serão punidos com pena dura. Percebe-se que com o passar dos dias a população vai compreendendo melhor o contexto e aumentando a repulsa que o ocorrido. Essa semana foram presos 1.395 bolsonaristas envolvidos no ato de depredação nas instalações dos Três poderes e pelo menos 50 nomes de financiadores.

O ex-Ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres sofreu a ofensiva de busca e apreensão em sua residência na qual foram descobertos importantes e comprometedores documentos, como foi o caso da minuta do decreto que tinha como objetivo a mudança do resultado das eleições. Ele chegou ao Brasil e no desembarque no aeroporto foi cumprido o Mandado de prisão expedido pelo Ministro do STF Alexandre de Moraes, que posteriormente foi referendado pelo Plenário da Corte. Com o ato do afastamento do Governador do Distrito Federal e a efetivação desta prisão do ex-Secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, que já realizou Audiência de Custódia e segue preso, os brasileiros passaram a compreender melhor a seriedade do contexto e, desta forma, outras providências vão sendo tomadas para chegar a um desfecho amplo, a exemplo da condição em que o ex-Presidente Bolsonaro voltou a postar material de vídeo nas redes sociais, onde nega a vitória de Lula. Diante das circunstâncias negativas, Bolsonaro que teve alguns sigilos de 100 anos quebrados essa semana, acabou sendo incluído como investigado no Inquérito do STF que apura os atos terroristas e, a situação do inominável vai se complicando mais ainda e agora ele não sabe se fica nos Estados Unidos e corra o risco de ser extraditado ou se volta logo para o Brasil, onde também corre o risco de ser preso.

O episódio da tentativa de ato terrorista no aeroporto de Brasília, ganhou repercussão no domingo (15), motivado pelo fato de que a justiça tornou réus os envolvidos na tentativa de explosão do caminhão-tanque, sendo eles: George Washington de Oliveira Sousa, Alan Diego dos Santos e Wellingthon Macedo de Souza. A decisão foi proferida pelo Juiz |Osvaldo Tovani, da 8ª Vara Criminal de Brasília. Eles respondem pelo crime de explosão e podem ser condenados a penas previstas entre 3 e 6 anos de prisão e correndo o risco de serem adotados agravantes nesse processo, o que aumentaria o tempo da pena.

O governo Lula segue na tentativa de organizar a gestão, apesar de tudo que está acontecendo para desviar as atenções numa tentativa de atacar e ocupar a equipe de trabalho. Por exemplo, uma das maiores preocupações do atual Presidente é realizar uma limpa contra a infiltração de bolsonaristas em todas as esferas do governo. Essa é uma providência muito importante e precisa ser feita com profundidade.

Fora do contexto relacionado aos crimes praticados contra os três poderes, que segue com as investigações e as devidas providências, o Governo Lula dá continuidade as suas ações e na quarta-feira (11), o Presidente vai a solenidade de posse das Ministras Sonia Guajajara (Povos Indígenas) e Anielle Franco (Igualdade Racial). O evento foi muito prestigiado e recheado de simbolismos, retratado pelas palavras de ambas as Ministras. Ao final do evento o Presidente Lula sancionou o Projeto de Lei nº 4.566 de 2021, que tipifica injúria racial como crime de racismo. São dois ministérios extremamente importantes que agora passam a receber a devida atenção e a justiça necessária pela historicidade desses povos mais sofridos. Promessa cumprida e justiça feita!

Outro evento que chamou a atenção foi a reunião interministerial da equipe econômica liderada pelo Ministro Fernando Haddad, que apresentou o pacote econômico de ajustes para as contas públicas, objetivando a diminuição do déficit orçamentário para favorecer a governança e o melhor equilíbrio entre gastos e receitas, capaz de contribuir com a qualidade do gasto público e necessário devolução de recursos para a população em forma de benefícios sociais. Neste contexto, foram criados alguns mecanismos de gestão a exemplo do Programa de Reestruturação Fiscal, cujo trabalho será compartilhado por vários ministérios e para tanto foram criados o Conselho de Monitoramento e Avaliação, o Comitê da Equipe Técnica e a Junta de Execução Orçamentária, para facilitar a interação da área econômica, que a partir dessas inovações poderão ser realizados em todas as áreas do governo federal, a revisão e avaliação dos contratos e das políticas públicas existentes e, se preciso, realizar a renegociação, manter, ampliar, reduzir ou cancelar os contratos ou programas.

A enxurrada de desinformações mantidas pelos bolsonaristas nas redes sociais é uma tentativa de desestabilização e desvio de atenção da nova equipe governamental, por essa razão, os novos gestores precisam empreender mais iniciativas que aufiram reais valores ao que está sendo feito e ao que potencialmente se faz necessário acontecer.

Tão relevantes quanto as ações positivas será o trabalho de socialização de tudo o que se passa em todos os níveis da comunicação, de modo que a população receba informações que contradigam as fake news que ressurgiram em profusão preocupante. Nessa missão todos são importantes, porque a Nação precisa ser fortalecida e apoiada para conseguir voltar a ser protagonista.