Governo Lula: os empresários são vagabundos.

... e não deu outra: o tal "L" declarou, de viva voz, e em cores, para o mundo inteiro ouvir, que os empresários enriquecem-se sem trabalhar, a explorar o trabalho alheio. O que está a querer o tal "L"? Reviver uma era, ou viver em uma, que está inscrita nos anais da história universal como de conflito sem fim entre os eternos exploradores de mão-de-obra escrava ou barata e os sempiternos explorados pelo grande capital?! Para ele não bastam os embates diuturnos, e selváticos, e desleais, e irracionais, a estimularem-los intelectuais, artistas, ioutúberes, e formadores de opinião, que sei lá eu se formam alguma coisa, e artistas, e jornalistas, entre homens e mulheres, pais e filhos, crentes e descrentes, palmeirenses e corinthianos, praianos e sertanejos, fãs de Guerra nas Estrelas e fãs de Jornada nas Estrelas, e colecionadores de bonecos e colecionadores de figurinhas?! Tem ele de vivificar uma antiga desafeição, que males sem conta causou a todos os envolvidos, de há muito, assim se pensava, tempo suprimida dos discursos bombásticos dos novos paladinos da justiça social, que concentram a indignação que lhes move o espírito na, em defesa e proteção de minorias (e muitas destas estão em maioria), árdua tarefa de se baterem contra as maiorias (e destas muitas estão em minoria)?! Não basta lançar contra os nordestinos os sulistas, e contra estes aqueles, e contra os degustadores de sushi os apreciadores de churrasco, e estes contra aqueles?! Tem ele, em pleno século vinte e um, de alimentar uma política que nenhum bem dará ao Brasil?! Com qual propósito?!

Num país, em que outrora tudo, em se plantando, dava, abacaxi, mamão, cenoura, tomate, kiwi e pitaia; num país em cujas terras, nos dias que vivemos e sobrevivemos os brasileiros acossados pelas adversidades de costume da nossa milenar tradição, da qual somos ciosos, conquanto não seja a nossa nação uma pátria milenar, brota, tais quais pragas do Egito, lógicas no assalto, fiofós laicos e outras estranhezas que aqui sobejam, não surpreende que haja criaturas trevosas, uma a ver mais de uma centena de milhões de pessoas flageladas pela fome, e outra, instigada pela sanha persecutória, a elegantemente estimular injustiças contra quem não se dispõe a abaixar a cabeça para o governante de turno, e que tampouco um ogro mefistofélico de nove tentáculos resgate da cloaca da história uma idéia estapafúrdia, ridícula, malsã.

Até há uns dias, eu pensava que a tal "M", que viu, nas ruas e avenidas brasileiras, cento e vinte milhões de descendentes de Peri e Ceci esfomeados, cadavéricos, ossudos, cobertos os ossos unicamente com uma película mais fina do que a mais fina das folhas de seda, e que o tal "F", que disse que ele não compra produtos de empresas cujos donos não se genuflexionam humildemente diante do Partido, e que o tal do barbudo de nove dedos, que já disse que o Agro é fascista, e que há pouco declarou que os empresários, além de não trabalharem, vivem do suor e do sangue e das lágrimas dos trabalhadores, eram tolos, imbecis, ignorantes. Talvez o sejam, mas, ninguém há de negar, há um quê de calculado no que eles dizem. Exibe a tal criatura natureba uma imagem deveras horrível, assustadora, do Brasil: 120.000.000 de brasileiros, mais de cinquenta por cento da população tupiniquim, a se alimentar da fome. Qual é a imagem que os seres humanos de outras nações formam do Brasil ao ouvir tal despautério?! Crianças a caírem mortas às margens das ruas, pilhas de cadáveres de gente famélica. Exagero?! Talvez. É hiperbólica tal imagem?! É. Mas que os estranjas suspendem a respiração ao ouvir tamanha sandice, certos de que é ela reprodução exata da realidade sócio-econômica do país de Gonçalves Dias, suspendem, e a conservam suspensa por horas a fio, sem a perda do fôlego. Ora, foi uma ministra de Estado, e das mais mundialmente conhecidas e respeitadas em todo, diriam os jornalistas do hebdomadário digital Zeca Quinha Nius, o orbe terrestre e nos outros orbes deste e de outros universos conhecidos e desconhecidos desta e de outras dimensões existentes e inexistentes, que disse que mais de uma centena de milhões de brasileiros vivem de barriga vazia, o estômago a devorar o corpo que o contêm. É crível, portanto, a histórial! Verossímel! Plausível! Não há o que negar: 120.000.000 de brasileiros estão a devorar as próprias tripas. E pensam, diante de tal cenário, cenário apocalíptico, pós-apocalíptico, numa solução para tamanha injustiça, tamanho desprezo pelos seres humanos, as gentes de outras plagas, e muitas das desta: taxar grandes fortunas, aumentar a carga tributária, para, dizem, alavancar a arrecadação de recursos para investimentos em obras sociais urgentes, inadiáveis, e outros paliativos que a minha pobre imaginação não imagina. E foi um ministro de Estado que disse, e publicamente, para toda e qualquer pessoa que tenha interesse, e disposição, para, dedicando-lhe atenção, ouvir-lhe as palavras sapienciais, que não compra produtos e não contrata serviços de empresas cujos proprietários estão, no espectro político, no pólo oposto ao seu. Assim, ao ouvirem-lo, pensam os empresários que não se curvam aos tipos que ora desgovernam o Brasil que vantagem Maria leva se investirem uma boa quantidade de dindins no Brasil. E os empresários estrangeiros o que pensam?! Eles irão se arriscar a trazer os seus dólares, os seus euros, os seus ienes, as suas dracmas, para esta terra de pororocas e jabuticabas?! Não, provavelmente. Vai que o governo dos vermelhos resolva desapropriar as empresas e bloquear o dinheiro dos que contam com a desafeição dele! Melhor não arriscar. E foi o presidente da nação mais rica da América do Sul que afirmou, desavergonhadamente, que os empresários não trabalham; que os empresários vivem de sugar o sangue dos trabalhadores; que os empresários não passam de reles exploradores de mão-de-obra barata, inescrupulosos, indignos de consideração. Ora, se o chefe da nação diz tal, então, cabe ao Estado, assim entendem os justiceiros sociais, os paladinos da democracia, da igualdade, estatizar, e pra ontem! as empresas, e sem ressarcir os seus proprietários, nojentos exploradores de mão-de-obra. As palavras do tal "L" chegando aos ouvidos dos empresários, o que estes pensam?! Pensam em investir no Brasil?!

Não me parecem gratuítas as declarações das três celestiais personalidades que estão no topo da estrutura do Estado brasileiro. Foram a público as três em um intervalo de poucos dias, menos de uma semana. Parece-me que foram as três manifestações de caso pensado, para causar impacto, espantar investidores, justificar arbitrariedades, obter o silêncio de suas, em potência, futuras vítimas. Estou a asneirar?! Estou a ver pêlos em casca de ovo, a ver chifres em cabeça de cavalo?! Vá saber!

Ilustre Desconhecido
Enviado por Ilustre Desconhecido em 21/01/2023
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