Ministro de Relações Exteriores do Irã em Mauritânia para uma saída a costa africana

O Ministro de Relações exteriores do Irã realiza uma visita a Mauritânia, após anotar o declínio da influência francesa no dito "continente marrom", buscando uma nova posição no norte e oeste da África, conhecida nos últimos anos por um concorrência acirrada entre potências internacionais e regionais, à luz das riquezas econômicas e políticas que detém esta região do mundo.

O ministro de Relações Exteriores iraniano veio a Nouakchott, visando a estudar as formas de fortalecer as relações nos diferentes setores socioeconomicos e politicos, bem como a “luta contra o terrorismo” na África Ocidental.

Além do caráter econômico e comercial da visita, segundo informado a Agência de Notícias Iraniana, a delegação diplomática iraniana visa ainda outros dossiers, como a segurança e militar, uma vez que Teerã pretende explorar o vácuo de segurança na costa africana para favorecer suas incursões nesta região.

O responsável do aparato diplomático iraniano tem também visitado muitos países africanos no Sahel ao longo dos últimos meses, envolvendo, Mali, Burkina Faso, Chade e Níger, finalizando a sua turnê na Mauritânia, onde se busca consolidar a sua posição, sobretudo na África Ocidental.

A região do Sahel e do Saara conhece uma intensa concorrência entre os países da região, após a retirada da França de alguns países, assistindo a aproximação da Rússia, da Turquia, do Irã, da China, do Brasil e Estados Unidos, entrando numa linha de conflito internacional, cujo objetivo ganhar a batalha existencial política nesta região. Tornando-se esta região norte-africana objeto da crescente luta diplomática como porta estratégica de acesso à costa. E onde os países Marrocos, Argélia e Mauritânia mantém a atenção das grandes potências internacionais.

Para o Irã, o norte da África e a região do Sahel, importantes regiões a explorar e manter a sua posição, uma das temáticas do regime iraniano, ampliar suas forças e influências; como ator importante internacionalmente, refletindo o objetivo da visita do Ministro de Relações Exteriores iraniano a Nouakchott, e a um conjunto de países africanos.

O Irã tem um forte aliado na região, a Argélia, aproveitando o seu espaço fronteiriço e sua diplomacia em favor da sua progressão; motivo da visita à Mauritânia, buscando a confiança política, num quadro desta nova política iraniana em relação aos países árabes e africanos.

Além disso, o Irã tenta romper o cerco que os países ocidentais lhe impõem há anos”, destacando que “o que aparece nas visitas é de buscar meios para fortalecer as relações comerciais econômicas; mas também tal vista é motivada pela preocupação para com a segurança e estabilidade regional, sobretudo na costa e sahel-saara, razão pela qual o Irã busca propor a sua agenda de segurança para região.

Lembrando que o Irã foi motivado pela fragilidade do sistema de segurança na costa africana, intervindo desta forma para lutar contra as crises e guerras que ameaçam a estabilidade destes países africanos, motivo da maré xiita” intervir e propor seus serviços, dado o declínio do papel francês na região, e o conflito frenético entre os tradicionais e países emergentes, cujo Irã redesenhado, e ator de um novo mapa político e estratégico.

Entende-se que esta presença iraniana no continente africano é antiga, sobretudo no Sahel e África Ocidental; o que é novo para os iraniana, além de ter uma saída de fronteira no norte da África, e contrariar a nova aliança política e estratégica entre Marrocos, Estados Unidos e Israel.

Ressaltando que o Irão havia treinado muitos elementos militares da Frente Polisário, através do Hezbollah, motivo que levou Marrocos a romper relações diplomáticas com este país; uma vez que a aliança marroquina com Israel e os Estados Unidos constituem um dos motivos que impulsionam o plano iraniano em termos de incursão e intervenção na região.

Hoje, o Irã continua procurando novo aliado no norte da África, a exemplo da Argélia, formando um cerco de hostilidade contro Marrocos, aproveitando o vazio que deixou as forças francesas na África Ocidental, levando o Irã a fortalecer seus esforços diplomáticos na região, abrindo-se à Mauritânia, como uma porta de fronteira para a costa africana.

Lahcen EL MOUTAQI

Pesquisador universitário-Marrocos

ELMOUTAQI
Enviado por ELMOUTAQI em 02/02/2023
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