VISLUMBRE DE MELHORIAS NO BRASIL: LULA NO COMANDO

Os desafios existentes no atual momento do nosso País são muitos e variados, acima de tudo complexos, porque a situação herdada do governo anterior é, em todos os sentidos e em todas as áreas, no mínimo lastimável, haja vista as informações socializadas pelo Relatório da Equipe de Transição como temos acompanhado, mas também todo o quadro que aos poucos vai se descortinando e revelando que os problemas são ainda maiores que os especulados.

O panorama situacional deixado por Bolsonaro e sua equipe de trabalho tem sido algo estarrecedor para todos, pois nenhuma área do governo se encontra em uma situação confortável e, certamente, ainda haveremos de ver perdurar esse quadro de dificuldades por algum tempo, porém, passado pouco mais de um mês do governo Lula, percebe-se que um clima diferente parece estar se espalhando, um clima envolto em esperanças de dias melhores chegando, sentido não somente pela maioria dos brasileiros, mas também pelas pessoas de todo o mundo, o que renova as forças motivadoras para a busca de soluções e parcerias producentes.

Sentir o retorno do Brasil aos diálogos e negociações com vários países do mundo, nos coloca numa condição inovadora de perspectivas futuras quanto a retomada do nosso desenvolvimento socioeconômico e ambiental, devido a volta da verdadeira liderança representada pelo Presidente Luiz Inácio, capaz de reestabelecer os vínculos de confiança e semear paz e harmonia, percepcionada e recebida por todos os países, gerando mútuos interesses políticos e econômicos que favorecem a integração. Lula sabe ser líder e as maiores lideranças reconhecem essa capacidade e habilidade dele. O Panorama já está mudando paulatinamente!

A visita ao Brasil da ministra alemã, Svenja Schulze, responsável pela pasta da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento, representa algo muito positivo nessa nova escalada nacional pelo desenvolvimento. Schulze, que está em missão oficial em plena busca de realizar parcerias comerciais e ambientais, esteve em reunião com o governo brasileiro e anunciou a doação do governo alemão para o Brasil, no valor de hum bilhão e cem milhões de reais, objetivando investimentos na questão ambiental, climática e na problemática dos Yanomamis, podendo os investimentos serem utilizados para além do Fundo Amazônia, objetivando oxigenar ações emergenciais para serem realizadas nos primeiros cem dias de governo. Excelente e alvissareira notícia, que demonstra a credibilidade do governo atual, que por sua vez aposta nas relações de cooperação.

Com Lula no comando, as perspectivas estão mudando rapidamente, nesse sentido, a avaliação inicial da gestão petista consegue atrair boas e significativas parcerias, coisa que há bastante tempo não acontecia. Desde as missões oficiais no Egito, em Davos, Argentina e Uruguai, a Nação brasileira tem se colocado como protagonista em diversas questões, voltando a ocupar seus espaços de representações. Por essas razões, outros países estão querendo contribuir com o Fundo Amazônia e com outros tipos de negociações, demonstrando claramente uma mudança de rumo muito significativa. O capital social de Lula é colossal!

Se na esfera internacional o governo está conseguindo se superar muito bem, nas questões internas Lula e seu staff buscam ampliar as iniciativas prioritárias que viabilizem a governabilidade e mantenha o quadro político sob controle, para promover estabilidade nas tomadas de decisões e na realização de ações consideradas prioritárias, demandadas pelo povo e prometidas em campanha. É preciso ser proativo nesse contexto como realmente tem acontecido desde a aprovação da PEC da Transição, como também está ocorrendo no desenrolar de suas iniciativas em todas as áreas governamentais. Não basta esperançar, é preciso agir em conformidade com as necessidades, portanto, nada de perder o foco com as provocações que tentam desestabilizar o governo e desviar a atenção do que realmente é necessário e urgente.

Sabemos que os problemas existentes não são poucos nem simples, além das dificuldades com a quantidade de recursos financeiros insuficientes para o enfrentamento, no entanto, no momento se faz extremamente necessário que a estruturação das estratégias tenham coerência quanti-qualitativamente falando. O peso social é grandioso, mas requer tempo de concertação e captação de recursos com essa finalidade. O povo precisa esperar, no entanto, a máquina administrativa necessita ser ativada por meio de um trabalho em equipe. A esse respeito ainda estamos vendo que algumas pastas estão demorando a dar alguma resposta e outras precisam ser testadas no filtro da lealdade, competência e intencionalidade.

De uma forma geral devemos admitir que as coisas estão acontecendo como esperado e, portanto, tudo tende a se arranjar com o passar do tempo, claro, não muito tempo. O que estamos observando aqui de fora da esfera governamental é que algumas atividades devem ser aceleradas. Como você avalia o desempenho da pasta dos Direitos Humanos e do Ministério do Turismo... Da Agricultura e do Ministério da Defesa? Entendo que essas áreas ainda estão deixando muito a desejar, apesar do pouco tempo de trabalho, mas certamente, poderiam estar mais adiantadas e ajustadas com as prementes necessidades.

Após a recuperação da estrutura do Congresso Nacional, vitimada pelos atos terroristas de 08 de janeiro, os espaços democráticos voltaram a estar em boas condições, demonstrando que o regime democrático está preservado em sua estrutura e princípios. Assim, o local foi reinaugurado, para receber a nova eleição em 2023. A democracia sofreu atentado, porém se fortaleceu e está pronta para os possíveis embates, que esperamos que sejam apenas no âmbito político.

Grande parte das atenções e preocupações desta semana, que demarca o período entre o final de janeiro e início de dezembro, certamente foram aquelas voltadas para a eleição no Congresso Nacional. Nesse desafio as expectativas maiores diziam respeito a possibilidade de reeleição dos presidentes das duas casas do legislativo, pois com a nova composição partidária, a partir da posse dos novos representantes eleitos, vislumbrava-se uma postura mais à direita por causa da grande bancada bolsonarista, que prometia eleger, principalmente seu candidato a presidência do Senado Federal, Rogério Marinho. Ledo engano!

Foram muitas especulações, fake news entre outras tentativas da oposição bolsonarista para tentar complicar a gestão do atual governo, no entanto, os candidatos apoiados por Lula foram reeleitos com tranquilidade, pois tanto o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), quanto do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), lograram bons êxitos em suas missões, para alívio geral da maioria dos brasileiros, claro que esse resultado é importante, apesar de não ser o melhor “dos mundos”, mas diante das circunstâncias e dos riscos existentes, havemos de ponderar que foi a melhor escolha possível, para garantir a continuidade da ordem democrática e a estabilidade política e socioeconômica. Portanto, essa foi mais uma batalha vencida por Lula sobre o bolsonarismo, no entanto, ficamos sob o oportunismo do famigerado centrão e todo cuidado e pouco, porque lidar com essa gente não será fácil, porém, infelizmente é necessário.

Problema da eleição no Congresso Nacional devidamente resolvido, tudo tende a se estabilizar e seguir a rotina democrática, não é mesmo? Só que não!

Essa semana estourou mais uma querela grave no âmbito político, só para não deixar nada na tal normalidade, coisa que pelo que parece será difícil alcançar. Mas o que aconteceu? Não é que uma possível grave denúncia surgiu, forjada exatamente por membros da extrema direita bolsonarista... Pois é, as bases da democracia brasileira foram estremecidas com esse fato, por causa das contundentes declarações feitas pelo Senador Marcos do Val (Podemos - ES), que inicialmente disse ter sido pressionado por Bolsonaro para participar de um golpe em dezembro de 2022. Em seguida e contraditoriamente, ele afirmou ter recebido proposta do ex-Deputado Federal e bolsonarista, Daniel Silveira, para tentar criar um ambiente de golpe com a ciência e concordância de Bolsonaro. Depois mudou o discurso e afirmou que o ex-Presidente estava presente, mas não teria dito nada... Mas tudo isso tinha um propósito: tentar envolver e o Ministro Alexandre de Moraes em algum delito, que pudesse dar nulidade aos processos que o referido ministro conduz, cujo objetivo era prender o ministro e dar nulidade ao resultado da eleição, para impedir a posse de Lula e Bolsonaro se manter no poder, muito embora a execução da tentativa tenha sido negada pelo Senador Marcos do Val. Plano conspiratório é CRIME contra a democracia!

Essa bomba surtiu efeito imediato na mídia e redes sociais, se espalhou feito rastilho de pólvora e todos ficaram abismados com tal história, que pode ser verdadeira ou não, mas que já em sua concepção se configura em crime contra o processo democrático. As revelações foram prestadas inicialmente em entrevistas em revistas, canais de tv, depoimentos nas redes sociais e tudo mais. O Caso é que a coisa toda é muito louca, talvez seja um plano para gerar confusões, entretanto, em nada essa tentativa beneficia Bolsonaro, muito pelo contrário, o coloca direto no planejamento e tentativa de golpe e complica muito sua situação que já não era fácil, mas segundo o Senador Flávio Bolsonaro, a conversa entre esses personagens não configura crime. É o que veremos com as investigações em curso!

Neste contexto de especulações e investigações, o ex-Deputado Federal Daniel Silveira foi preso por determinação de Alexandre de Moraes, por descumprimento de medidas cautelares. Na busca e apreensão, a Polícia Federal encontrou em sua residência considerada quantia em dinheiro vivo (R$ 270 mil reais). O que uma coisa tem em relação a outra? Só as investigações poderão esclarecer!

Pelo sim ou pelo não, é preciso aprofundar as investigações para se averiguar o que realmente aconteceu, porque o que é certo é que toda essa tentativa evidencia crime que poderá complicar a vida de muita gente que porventura tenha se envolvido. O denunciante Marcos do Val foi diretamente colocado sob suspeita, devido as contradições existentes, de modo que a Polícia Federal está investigando toda a trama.

Outro crime que pode estar ligado a essa questão, é o documento encontrado na residência do ex-ministro bolsonarista, Anderson Torres, local onde foi encontrado uma minuta escrita que evidencia outra tentativa de golpe, cujo documento está sendo analisado com o levantamento das digitais existentes pela PF. Ele já foi ouvido duas vezes, mas tudo corre em segredo de justiça, mas sabemos que ficou calado no primeiro depoimento. Todos esses fatos podem estar integrados no propósito de tentativas de golpes e dificultar ou tentar evitar a boa gestão de Lula. Os indícios de responsabilidades de Bolsonaro vão ficando claros e o risco de prisão aumenta a cada episódio.

De tudo isso, no mínimo o silêncio de Bolsonaro é por demais complicador, porque significa inércia ou aceite sem palavras... O que significa que ele, enquanto autoridade, ficou sabendo de plano contra os princípios democráticos e não denunciou o problema, configurando uma omissão criminosa que atenta contra a Constituição.

Entre conquistas e percalços, o governo Lula e sua equipe continuam atuando bem, mas como estamos vendo, sem a paz necessária. Entretanto, as iniciativas vão surgindo e causando boa impressão do governo, principalmente para o mercado e para os demais países do mundo, gerando confiança e credibilidade e aos pouco conquistando espaços que haviam sido perdidos nos últimos anos. O Brasil está se alinhando com melhores perspectivas, num recomeço que promete ser interessante, mas numa caminhada nada fácil.

A luta da nova gestão é enorme e exige negociações para compor a equipe de governo em seus diferentes níveis. É preciso ter maioria confortável no Congresso para garantir uma base parlamentar de sustentação e, assim, conseguir condições favoráveis de governabilidade. Para essa tarefa Lula tem inteligência e flexibilidade para essa tessitura sociopolítica, característica de um bom líder, capaz de suscitar mudanças e transformações.

Enquanto constrói sua base de sustentação governamental, o Presidente Luiz Inácio vislumbra ampliar sua atuação em sérios problemas de diversas áreas, a exemplo da questão educacional, saúde, moradia e questões sociais, que encontram-se com profundas dificuldades. Suas iniciativas trilharão mais célere por essa linha de desafio agora, daí a boa ideia em visitar os Estados da Federação para reativar milhares de obras paralisadas. Será um soerguimento relevante e necessário para alavancar nossa economia e gerar mais emprego, trabalho e renda.

Enquanto o atual governo busca as melhorias possíveis, o mercado ainda especula muito e não vai deixar de fazer isso, contudo, a política de juros conduzida pelo Banco Central, presidido por Roberto Campus Neto, que agora tem essa autonomia, não condiz com as necessidades do momento e, certamente, esse será um problema sério para Lula e a equipe econômica, pois as taxas de juros no Brasil chegam a ser abusivas, quando comparadas com outras nações. A taxa básica de juros (Selic) hoje está no patamar de 13,75% e com promessa de manter esta taxa por mais tempo. Se a inflação está baixa porque o Bacem não reduz a taxa? Isso nos leva a entender que é sabotagem a política econômica do governo Lula.

Nesta condição de submissão econômica o governo Lula não conseguirá realizar o que deseja em prol dos mais pobres, uma vez que o Banco Central tem forte viés neoliberal que atende a demanda da elite financeira, em detrimento de tudo o mais. Não sabemos ainda como isso pode ser resolvido, no entanto, é preciso que se faça alguma atitude para não virar refém dessa condição, porque como afirmou a presidente do PT Gleisi Hoffmann (PR): “Essa política monetária de Bolsonaro, Guedes e BC [Banco Central] foi derrotada nas eleições, porque fez o país andar pra trás”.

Essa atrocidade econômica chamada de autonomia do Banco Central e com presidente bolsonarista, precisa ser pressionado a mudar de rumo, para não gerar recessão e caos na economia, porque nenhum país do mundo atua com essa mentalidade rasteira, que mantém a maior taxa de juros real do mundo inteiro para causar estragos na economia e alimentar a elite gananciosa. Até quando isso será operacionalizado? Movimenta Nação!