BRASIL EM RECONSTRUÇÃO E LULA NOS ESTADOS UNIDOS

Com pouco mais de quarenta dias de governo, estamos acompanhando a saga de Lula em fazer uma gestão completamente diferente, quando comparado aos governos anteriores de Temer, depois do golpe em Dilma, e do famigerado Bolsonaro que mais desgovernou do que qualquer outra coisa. É uma postura diferente e comprometida com a democracia e mais ainda, com o desenvolvimento do País.

Essa nova equipe política está preocupada em fortalecer o processo democrático e o Estado de Direito em todos os seus princípios, o que, certamente, favorece o livre exercício de cidadania e nos possibilita a tranquilidade em saber que não estamos sob a mira do golpismo. Essa sensação tranquilizadora nos permite pensar em soluções para os problemas existentes, que infelizmente não são poucos.

Apesar do esforço praticado em realizar uma gestão inovadora e voltada para o campo das parcerias institucionais, o governo Lula sofre uma oposição covarde, tanto na seara política, quanto do mercado e setor financeiro, que parecem temer uma situação de melhora econômica e a diminuição da taxa de juros para colocar a Nação de volta aos trilhos do desenvolvimento e, da possibilidade de melhor equilíbrio entre o social e o econômico. A elite rica e direitista parece preferir a situação de altas taxas de juros para alimentar sua ganância em ganhar dinheiro fácil e o resto que se exploda. Essa é a postura de quem deseja se dar bem e manter o status quo no âmbito econômico.

O Brasil precisa de respostas e iniciativas para seus problemas urgentemente, antes que as dificuldades se agravem nas questões democráticas, sociais, econômicas e ambientais principalmente. Esse propósito está sendo buscado pela equipe de gestão, onde todos estão imbuídos em buscar e promover ajustes e mudanças necessárias. Esse é o grande desafio em todas as áreas governamentais porque estão querendo trabalhar verdadeiramente pelo nosso País. Entretanto, as forças contrárias fazem oposição burra e irresponsável, tentando desmobilizar e desconstruir. Mas todos estão percebendo esse jogo sujo e desonesto.

A necessidade aponta para uma realidade na qual teremos que nos esforçar em buscar superações, afinal, a situação herdada do Bolsonaro é realmente vergonhosa e profundamente lamentável em todos os sentidos. A farsa foi grande e profunda, de modo que está longe de ser debelada, ainda que a boa vontade em superar seja uma realidade das mais prementes. Porém, esse desejo por dias melhores deve ser algo pertencente a maioria dos brasileiros que buscam conquistar espaços e resultados positivos nos vários segmentos da sociedade. Queremos um viver digno!

Envidar esforços proativos junto aos órgãos, mercado, aos demais poderes e a outros países, é papel preponderante do governante que procura cumprir bem suas funções constitucionais. É essa lógica que precisa ser cumprida por um presidente da república e agora temos esse perfil em nosso representante, que sabe liderar seu povo sem mentiras e sem promessas que não podem ser cumpridas. Lula está precisando da ajuda do povo, da sociedade, da política e do mercado para transformar a realidade brasileira que tanto almejamos.

Infelizmente algumas instituições, o marcado e parte da sociedade não querem a conquista desse bem-estar tão cedo, pois reagem negativamente aos avanços conquistados, todavia, a luta continua na tentativa de estabilizar essa dinâmica interna que teima em se rebelar, gritar, espernear e divulgar mentiras e ilações que atentam contra a democracia e a própria realidade, no caso dessa semana isso pode ser muito bem representada pela questão da relação do governo Lula com a presidência do Banco Central e a sua inexplicável alta taxa de juros. A tal autonomia do BC está em discussão. Precisamos mesmo dessa autonomia na qual o mecanismo financeiro do Brasil funciona fora da esfera do governo? O que está havendo é um boicote da herança bolsonarista? Pelo visto está em cena uma queda de braço entre o governo federal e a cúpula do Banco Central. Essa e outras questões são urgentes e necessárias, daí algo precisa ser feito porque entendimento e conciliação nesse contexto parecem estar distantes de acontecer. Mas é preciso agir para não se tornar refém dessa invenção de Paulo Guedes e Bolsonaro, que tem bases econômicas neoliberais, porquanto, recessivas.

A política e a economia neoliberal precisam ser superadas e, se possível, extirpadas de nosso meio, mas sabemos que essa proeza não acontecerá, porque estes mecanismos são fortes e interagem com o processo da globalização mercantilista que também é inserido na política. Se não pode extirpar os mecanismos neoliberais, pode-se minimizar seus efeitos danosos e, para tanto, o atual governo precisa do apoio popular e institucional. Por essa razão é preciso rever processos como por exemplo o da privatização da Eletrobrás, que ficou dominada por mãos inescrupulosas. Todo esse processo, na visão de Lula, precisa ser revisto e, quando possível retroagir, afinal é uma área estratégica para o Brasil e dela depende a nossa energia. Esse estudo será feito pela Advocacia Geral da União para tentar encontrar brechas possíveis de sua retomada como estatal da energia sob o comando governamental. Essa foi mais uma armadilha neoliberal, além de ter favorecido a autonomia do Banco Central, que na verdade não significa independência.

As pessoas, digo o povo brasileiro, não sabe o que é a Eletrobrás nem compreende o poder e importância que ela tem para a soberania nacional. A Eletrobrás, que foi posta nas mãos de poucos, é que simplesmente comanda todo o potencial energético do Brasil. É a Eletrobrás que regulamenta a política de produção de energia, influência nos preços dos recursos da matriz energética; é ela que controla as barragens, as hidrelétricas e todos os recursos hídricos do País, ou seja, é um poder enorme para estar nas mãos de picaretas oportunistas. Por tudo isso a Eletrobrás, que hoje, 42% das ações são do governo, mas representa apenas 10% do poder de voto e se o governo quiser comprar mais ações, estas terão que ser compradas com por um preço três vezes maior que o custo normal da cotação das ações. Já pensou? Foi ou não uma grande trapaça essa negociata? Isso mais parece crime de lesa-pátria não é mesmo?

Se a possibilidade de revisão de todo o processo de privatização da Eletrobrás é importante, imagine o que significa a PETROBRÁS nesse contexto de necessidades... É preciso se acercar de tudo que é relevante para manter a PETROBRÁS em condições de comando nacional para não estar sujeito as oscilações internacionais de preço do petróleo da especulação financeira. Lula emplacou o Prates no comando dessa estatal e precisa fortalecer sua dinâmica de funcionamento e forjar uma nova política de investimento e desenvolvimento, porque o que se viu nos últimos anos foi uma completa lógica entreguista.

O governo passado maquinou muito contra a PETROBRÁS e por pouco não conseguiu desmantelar sua estrutura, porém conseguiu causar muitos estragos em seu nome e nos estudos de sua prospecção, uma vez que os estudos foram paralisados e a luta era apenas pela exploração dos lucros, manter os preços dos combustíveis nas alturas e distribuir dividendos com os acionistas em sua maioria estrangeiros. Esse era o propósito e, assim, o Brasil perdeu o horizonte de possíveis investimentos nas áreas de saúde e educação, como fora proposto anteriormente. Era um plano de dominação e entrega de nossas riquezas, que graças a Deus foi findo. O Brasil precisa da PETROBRÁS!

Outra ação estratégica que está sendo reparada é a do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (CEITEC), responsável pela produção de semicondutores utilizado na eletrônica e na produção de chips de computadores, cujo mercado mundial está em crise. Ora, percebendo essa situação e o oportunismo, o governo Bolsonaro estava tentando fazer o que? Privatizando a CEITEC, inclusive já havia demitido 89 de seus competentes servidores. Insanidade pura ou má intenção? Pois bem, não deu tempo privatizar e o Governo Lula está reorganizando essa força de produção estratégica para o Brasil. Íamos ficar numa situação difícil, não? Se temos recursos naturais em abundância, porque desfazer da boa estratégia de produzir os semicondutores que nos é essencial para o desenvolvimento tecnológico no atendimento das demandas da indústria automobilística, na produção de celulares, computadores e em todas as áreas da crescente tecnologia 4.0?

Seguindo essa lógica de desenvolvimento, o governo Lula está providenciando mudanças transformadoras na atuação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES. O presidente Aloisio Mercadante passou pelo crivo de avaliação do Tribunal de Contas da União - TCU e é o novo presidente oficial desde 6 de fevereiro e ele já fez a indicação de Nelson Barbosa e Tereza Campello para a Direção. Os cargos de Direções e do Conselhos estão sendo mudados para operacionalizar suas atividades nesse novo período. Aluízio Mercadante disse que será feito um trabalho de reestruturação geral para o reordenamento da política de financiamentos como indutor de desenvolvimento do País, que precisa ser reindustrializado. Na ocasião, o Presidente Lula teria dito que não quer o BNDES devolvendo dinheiro para o Tesouro Nacional, como vinha ocorrendo nos últimos anos. “Não esperem um BNDES acanhado”, Afirmou Mercadante.

Estas áreas abordadas são pontos nevrálgicos para a retomada do desenvolvimento do Brasil, de modo que essas iniciativas demonstram uma visão de futuro coerente com a realidade e com as necessidades existentes. A Nação necessita de precisão em suas estratégias porque sem esses cuidados não pode prosperar a contento. Essa é a luta inicial da equipe de Lula em sua interação governamental que precisa reagir aos desafios internos.

Por outro lado, o Presidente da República realiza mais uma viajam internacional, desta vez feita, para os Estado Unidos da América, objetivando restabelecer a parceira, há algum tempo, desconstruída durante o desgoverno anterior, sem crédito nem confiança.

O Presidente Lula foi recebido no Salão Oval da Casa Branca pelo Presidente americano, Joe Biden, no final da tarde da sexta-feira (10), onde se reuniram para fortalecer a união e estabelecer os laços democráticos entre Brasil e Estados Unidos. Lula era muito aguardado pela imprensa mundial nesse momento histórico de reaproximação das maiores nações democráticas das américas e ele fez sucesso em sua presença e humilde fala, de cujas palavras sopram verdades e boas intencionalidades, valores auspiciosos de um grande e verdadeiro líder.

No encontro cercado por muita atenção, Biden e Lula iniciam o diálogo com o pensamento focado em preocupações e áreas que lhe são comuns: o combate à extrema direta do autoritarismo que ameaça a democracia, a questão relacionada a crise das mudanças climáticas e o combate às desigualdades sociais e raciais.

No que diz respeito ao combate ao autoritarismo que ameaça à democracia, feito pela extrema-direita, já se tem o exemplo cabal do poder de ataque que atentou contra o Capitólio da Capital americana e contra a Praça dos Três Poderes em Brasília. Esses fatos tristes de prática terroristas, realizados com pouco espaço de tempo entre um e outro, serve de alerta para o mundo e exige de todos os países democráticos uma atenção estratégica de organização para conjuntamente responder ás ameaças. Nesse propósito, Lula e Biden mantém fortes vínculos de união e busca de soluções porque faz-se necessário agir preventivamente contra esse tipo de prática antidemocrática.

Quanto a crise das mudanças climáticas tem-se também mais do que uma preocupação, pois esse problema afeta a qualidade de vida em todo o planeta e ameaça, inclusive a vida humana na Terra. É preciso agilizar e cumprir com os protocolos para tentar evitar uma catástrofe maior e, nesse contexto, todos os países devem atuar para pelo menos amenizar os efeitos nocivos de destruição da natureza, por meio do aumento das temperaturas, do aumento do efeito estufa, dos desmatamentos nas grandes florestas, entre outros problemas. É urgente que a natureza seja respeitada e que a proteção ambiental seja bandeira de todos.

Somente a Cooperação internacional com a boa vontade de todos os países podem promover a contenção de um grande desastre ecológico que assombra o mundo inteiro. Todos precisam investir maciçamente nesse propósito e, assim, ajudar os países detentores destes potenciais florestais a cuidarem melhor de seus recursos, que verdadeiramente servem a toda a humanidade. É chegada a hora na qual devemos ser unidos em prol da casa comum, enquanto ainda há tempo.

Nas questões sociais sabemos que o governo Lula tem um desafio enorme para enfrentar, pois que grande parte da população de baixa renda passa fome e precisam de urgente iniciativa. Da mesma forma sabemos, infelizmente, que as questões raciais por exemplo, são problemas sérios de ambos os países e que precisam ser enfrentados com seriedade. O racismo e todas as outras fontes de discriminações precisam ser enfrentadas conjuntamente, pois são delas que se geram ainda mais desigualdades que atentam contra a dignidade humana.

Um dos fatores mais importantes que surgiram nessa interação Brasil e Estados Unidos, é que foi resgatado a confiança antes existente entre essas nações, que nos últimos anos esse valor tinha sido perdido. O Brasil não pediu nenhuma ajuda financeira para o Fundo Amazônia, isto quem tinha feito na gestão de Bolsonaro, mas que por falta de confiança nunca foi efetivado, mesmo porque não se via nenhuma ação daquele governo em defesa e preservação da Amazônia. Desta feita, a iniciativa veio por conta do país norte-americano, que disponibilizou o aporte de cinquenta milhões de dólares para essa finalidade. Considerados por muitos como valores ínfimos, devemos compreender como algo que simboliza um apoio e que demonstra que muito mais está por vir, no que diz respeito ao Fundo da Amazônia. Vamos aguardar porque o Presidente Biden já aceitou o convite de vir em visita ao Brasil brevemente.

O melhor que podemos abstrair desta visita à Casa Branca, foi a postura de Lula em atuar como estadista e tratar os problemas de forma impessoal, tratando tudo por meio das relações institucionais para fomentar relações e iniciativas intergovernamentais. É por essa razão que a visita do Presidente Luís Inácio Lula da Silva pode ser considerada um grande sucesso e, portanto, significativo avanço nas negociações bilaterais e unilaterais com os Estados Unidos.

Nosso Presidente reivindicou assento permanente no Conselho de Segurança da ONU e, ainda, se colocou como possível articulador em diferentes frentes de negociações que se fizerem necessárias. Ele teve a decência e coragem de propor a paz entre Rússia e Ucrânia e teve peito para dizer que não vendeu armas nem munições para não entrar indiretamente na guerra. Para muitos isso soa como despropósito, entretanto, a cultura de paz deve ser buscada e que bom que o Brasil tem esse pensamento.