Brasil e “estados unidos” na esteira de um Novo Tempo?

Brasil e “estados unidos” na esteira de um Novo Tempo?

Valéria Guerra Reiter

O cenário internacional contemporâneo, caracterizado pelo fenômeno da globalização, apresenta duas tendências paralelas no que tange às negociações comerciais: por um lado, a regionalista, que tende à formação de blocos econômicos, e por outro, a multilateralista, que prefere levar a cabo essas negociações em âmbito mais amplo e se expressa, sobretudo, no foro da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Ambas as tendências despontam como resultado de certas condições que vieram a prevalecer no mundo a partir de meados do século XX. Algumas delas são condições de natureza política, e outras tecnológicas. Entre as primeiras, o fim da Guerra Fria e a queda da chamada "Cortina de Ferro" constituem as principais. O mundo, antes dividido em blocos antagônicos, passa a ser percebido e a funcionar como um todo. Com o consenso prevalecendo entre as superpotências, as relações internacionais fazem das trocas e dos investimentos o seu grande objetivo. Consequentemente, intensificam-se de forma exponencial os fluxos do comércio no mundo.

Historicamente tivemos um movimento que após a Segunda Guerra mundial, e inspirado em teorias de teóricos como o abade de Saint-Pierre (1658-1743), Immanuel Kant (1724-1804) e Victor Hugo (1802-1885), o chamado Movimento Federalista Europeu após o final da I Guerra Mundial, porém, os federalistas do século XX são impulsionados pelos horrores sofridos pelo continente europeu por força das duas guerras mundiais que o assolaram no intervalo de apenas 25 anos. Vários políticos posicionam-se a favor da criação dos "Estados Unidos da Europa", postura fortalecida pelo apoio dos Estados Unidos e pela pressão das crescentes ameaças de Moscou. Foi o temor de uma terceira guerra mundial, decorrente do expansionismo soviético, que levou Winston Churchill a proferir memorável discurso em Zurique, em 1946, quando apresenta o projeto de "Recriar a família europeia em uma estrutura regional tal que venha a chamar-se Estados Unidos da Europa.

O mundo europeu e estadunidense vem exercendo o papel de parceiros e inimigos, na alternância do poder geopolítico; transformando a maioria dos habitantes do planeta em servos, escravos e trabalhadores, na esteira de uma eterna luta de classes sangrenta...

“Estamos perdendo o Brasil para a China”, foi uma declaração do ex-presidente Donald Trump, se meditarmos bem nesta máxima advinda do empresário.

E eu digo que a “soberania precisa ser entranhada na alma popular, a alforria de cada brasileiro precisa chegar”, o presidente Lula, declarou na China, em sua recente visita, que a soberania precisa ser respeitada, independente da opinião dos Estados Unidos ou demais países.

Sim, a hora é chegada, a antiga volúpia imperialista que dividiu e sitiou o mundo por decênios, sob a insígnia de um destino manifesto, na verdade impôs sua história através de um big sticker. Tio Sam insiste em continuar mirando-se no espelho de Narciso, e isso poderá fadá-lo ao mesmo final do mito grego: morrer de sede e de fome.

Nós, brasileiros não queremos um destino manifesto como justificativa para crescer, não queremos expandir território, nem tampouco espoliar os vizinhos mundiais, mas com certeza queremos, como integrantes dos BRICS, por exemplo, garantirmos o futuro independente da nação brasileira, com isonomia, paridade, igualdade e fraternidade.

Valéria Guerra
Enviado por Valéria Guerra em 15/04/2023
Reeditado em 20/04/2023
Código do texto: T7764207
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