Livros ficam, Tarcísio sai!

Derrotar o Bolsonaro nas urnas não significa dizer que derrotamos o bolsonarismo. Prova disso é saber que o Estado de São Paulo optou por eleger um governador que segue a cartilha do capetão: O carioca, eleito para governar São Paulo, quase nada conhece de realidade da população, sente-se satisfeito com chacinas promovidas pelo Estado e agora recusa-se a receber e utilizar os livros didáticos do Programa Nacional do Livro Didático, alegando a presença de supostos "componentes ideológicos" . O atual governador alega que o Estado possui material didático próprio a ser disponibilizado via internet e que as Escolas podem imprimir este material para os alunos se houver necessidade. Um enorme retrocesso disfarçado de modernidade. A leitura em papel é mais efetiva para o aprendizado do que a leitura em telas. Além disso, as escolas públicas tem pouca estrutura e funcionários para imprimir o material para todos os alunos - ou para a maioria, que irá precisar deste suporte. Mesmo países mais avançados tecnológicamente que o Brasil ainda mantém o bom e velho livro didático em sala de aula.

Não bastasse a polêmica sobre o formato dos livros e o fato de que os estudantes paulistanos irão destoar da qualidade dos estudantes formados em outros Estados, ainda há outro absurdo: Feder, atual secretário estadual da educação, detém considerável número de ações da multilaser, empresa no ramo de informática com a qual o Governo do Estado já fechou três contratos - Este fato deveria, por si só, deixar as pessoas de orelhas em pé. Algo cheira muito mal nessa história.

Ainda houve uma terceira notícia que causou perplexidade e revolta: O mesmo governo Tarcísio instalou em celulares de professores e alunos o APP “minha escola” - Sem permissão, da noite para o dia. Posso estar enferrujada como advogada, mas acredito que deveria haver uma ação pública não apenas pedindo explicações, como buscando que se faça uma perícia sobre o referido aplicativo para certificar-se de que dados ele pode acessar à revelia dos proprietários dos celulares e, se for o caso, solicitando a condenação do Governo Estadual por invadir equipamentos eletrônicos sem a permissão de seus proprietários.

É isso… Vamos ver quanta água ainda vai rolar nesse esgoto bolsonarista que se alastrou pelo Estado de São Paulo (com a aprovação de grande parte da população).