Foro de São Paulo, comunismo e os anti-teorias-da-conspiração.

Olavo de Carvalho, dentre outros, falava, sempre da que podia, e pôde muitas vezes, do Foro de São Paulo e de comunistas. E esgoelavam-se os espíritos-de-porco, a regorgitarem fedorências, que ele e outros iguais a ele eram radicais, teóricos da conspiração e coisas que tais, xingamentos sem fim.

Não raras vezes li, e ouvi, professores, de filosofia, de sociologia, de política, de antropologia, de outras disciplinas das chamadas humanas, e ignoro o que eles ensinam, e pergunto-me se o que eles ensinam corresponde ao que deles se pede, afirmarem que o Foro de São Paulo é um fantasminha, uma coisa que não existe, uma idéia estapafúrdia que se encontra na cabeça dos teóricos da conspiração, e em nenhum outro lugar - mas não o fizeram com a elegância que ponho neste texto -, e que o comunismo estava morto desde que puseram abaixo o famigerado muro de Berlim - que não é tão admirado quanto o da China, e tampouco de extensão concorrente - e que nenhuma relação há entre esquerda, comunismo e marximo. Preciso dizer que tais professores são eleitores do tal L?! E neste ano o tal L participou de uma reunião do inexistente Foro de São Paulo e disse, com todas as letras, e mais algumas de sua exclusiva invenção, que para ele é um elogio ser chamado de comunista. E o que dizem, agora, os professores que outrora afirmavam que o Foro de São Paulo não existe e que o comunismo morreu em 1.989? Que o Foro de São Paulo é, nada mais, nada menos - e com ele não temos que nos preocupar - um clube social, uma sociedade de amigos (e são os seus associados gente boa), e nada mais, e que o comunismo é bom, papa-fina, ideal humanitário que, se implementado em todo o universo, irá erigir a civilização perfeita.

O Foro de São Paulo, que não existia, brotou, para surpresa de todos, assim, de repente, mais que de repente, do chão, e anunciou-se, garboso, elegante, orgulhoso, altivo, para todo o universo, com a sem-cerimônia de quem sabe que é o suprassumo da evolução e que conta com a confiança de todos os seres pensantes deste orbe, o terrestre, e os de outros orbes, conhecidos e desconhecidos, diria o querido José Carlos da Silva Quinha. E o comunismo, morto há trinta longos anos, cadáver enterrado sob tonetadas de escombros do muro de Berlim, defunto a feder e a feder de tão podre, renasceu, tal qual fênix, das cinzas. Belo drama o melodrama, folhetim em fascículos de autoria de gente que não sei o que é e de quem não sei o que pensar e se dela devo pensar o que quer que seja, seja o que seja o que for.

Ou o comunismo, agora, está mais vivo do que nunca, agora renascido, reerguido dos escombros, sob os quais jamais esteve, ou fala-se em seu nome outra gente com outras déias, que se resumem, equivalendo-se às dos comunistas, às piores, às mais assassinas que jamais brotaram de cabeças humanas. Não sei o que pensar, confesso.

Ilustre Desconhecido
Enviado por Ilustre Desconhecido em 22/10/2023
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