É o governo do amor. Ou: Uma explicação para o aumento da violência.

É o amooooorrrrr... Desconheço as outras linhas da letra da música - cantada em prosa e verso por uma dupla sertaneja cujo paradeiro ignoro, e tampouco sei por onde andam os dois cantores que a compõem - que, até outro dia, era uma das mais ouvidas do Oiapoque ao Chui.

A conversa, agora, que se ouve nos círculos sociais das pessoas que estão, acima do bem e do mal, a defenderem o governo do amor, vai nesta toada: "Hoje mata-se mais pessoas do que se matava antes, mas nasce-se mais pessoas do que antes se nascia; portanto, está o Brasil do bom indo para o melhor. Entenda: o índice de assassinatos, embora tenha aumentado, proporcionalmente à população, e absolutamente, diminuiu porque estão a nascer brasileiros que jamais tinham nascido, o que é um sinal da melhora dos índices sociais relativos à democratização popular da supressão à vida de pessoas humanas brasileiras e da à de outras espécimes de seres bípedes que porventura se encontrem, afortunadamente, em território brasileiro.". Eis outro exemplo da explicação que se dá ao que se deseja explicar: "Mata-se mais pessoas, hoje, no Brasil, porque há mais pessoas para ser matadas, e há mais pessoas porque o governo está melhorando os índices de nascimento, o que indica que o índice de assassinatos, mesmo que tenha aumentado, diminuiu porque o aumento dos assassinatos está diretamente associado às mudanças climáticas, que interferem nas políticas civilizacionárias cujo objetivo é escurecer a problemática socioambiental psicoantropológica dos preconceitos raciais da cultura binária do buraco negro cuja origem é a masculinidade tóxica da branquitude eurocêntrica."

... e assim caminha a humanidade.

Ilustre Desconhecido
Enviado por Ilustre Desconhecido em 02/11/2023
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