Bolsonaro não é de extrema-direita. É um monstro.

As teses defendidas pela extrema direita são esdrúxulas, egoístas e controversas, mas desde que estejam dentro das quatro linhas, elas são legítimas. Tudo "bem" ser contra a imigração, querer armar a população para defesa pessoal, defender a falta de assistência do governo e programas sociais, liberalismo exacerbado e falta de controle na economia, patriotismo, ser contra as causas ambientais em favor da produção financeira, restrições à globalização em benefício do Estado Nacional. Ao meu ver, são teses totalmente egocêntricas, que não pensam no outro, mas desde que estejam dentro do âmbito da democracia, está valendo. O problema é que líderes da extrema direita flertam, para não dizer extrapolam, as regras do jogo, querendo se perpetuar no poder e defendendo processos arbitrários.

O mais inusitado e grotesco é o novo presidente de El Salvador, que se traja igual um Faria Limer, e promulgou diversos decretos arbitrários com o pretexto de acabar com a criminalidade, e sua intenção é se perpetuar no poder. Podemos notar essa mesma tendência autoritária na Turquia de Erdogan, que persegue opositores políticos e não permite a livre concorrência, e Viktor Orbán na Hungria, que lidera um regime autoritário. Netanyahu em Israel executou um verdadeiro genocídio de palestinos. E Trump, que não aceita a democracia, e seus partidários invadiram o Capitólio. Para mim, esses políticos não são nem de extrema direita, são sim figuras monstruosas.

O que dizer do palermo mor do Brasil, cujas ideias são baseadas no porno-filósofo Olavo de Carvalho, que descansa no inferno, apoiado pelo excêntrico Steve Bannon. Na verdade, falar que Bolsonaro tem uma ideologia é uma contradição, porque ele é um verdadeiro deserto de ideias. Mas mesmo assim, é explícito como ele é uma pessoa má. É público o episódio em que ele defende uma guerra civil e diz que o Brasil só terá jeito se matarem uns 30 mil brasileiros, propondo até que fuzilassem o ex-presidente Fernando Henrique. Também a falta de empatia que ele mostrou com as vítimas da COVID, até imitando as milhares de mortes por falta de ar. E ainda sua intenção de armar a população com a clara intenção de fazer uma guerrilha armada, dizendo que é muito fácil dar um golpe de estado no Brasil.

O cúmulo da sua monstruosidade foi na reunião da vergonha para planejar a abolição violenta do estado democrático de direito, com altos ministros do governo e militares presentes. É bom lembrarmos que essa loucura de Bolsonaro vem de longe. No livro 'O Cadete e o Capitão', há relato do superior de Bolsonaro na época de quartel, que o pintava como sendo incapaz de raciocínio lógico e com sonhos de fazer fortuna, mas sem esforço. E devemos rememorar também que ele foi condenado por ataque terrorista no exército, sendo exonerado. Portanto, ele é também um militar ruim. Apenas seu séquito de apoiadores que faz genuflexão para Bolsonaro, vê nele uma figura de reputação ilibada, pois veem nele uma espécie de bandido de estimação. Acho que há até uma frustração e desejo de ordem sexual na figura desse líder grotesco. Eles desconsideram as monstruosidades proferidas por Bolsonaro contra os jornalistas no seu cercadinho, com o aplauso da sua caterva de estimação. Ele é um marginal, que não tem o mínimo de decoro, não tem postura para ocupar o cargo, é um inelegível, um Frankenstein político, e que acabará muito em breve seus dias na Papuda, este que não está no espectro político, mas sim da aberração e monstruosidade.