A força da ilusão

Fiz-nos Freud: "As massas nunca tiveram sede de verdade. Elas querem ilusões e não vivem sem elas".

 

O que une as massas é a imagem de um líder, uma espécie de pai, de Deus, que ama a todos igualmente e dá força ao conjunto social. O mesmo ideal une a todos os membros e cria a ilusão. Há um processo de identificação que une a todas os membros; um mesmo objeto se mostra como ideal de cada eu transformando-os em irmãos. Na constituição das massas não apenas o amor tem função constitutiva, mas também o ódio. "Um dia os irmãos expulsos se aliaram e mataram o pai", diz Freud.

 

Parece-me que estamos diante de uma chave hermenêutica que permite compreender a sociedade brasileira atual, dividida entre dois polos, duas massas, e que se nutrem de ilusões. Nenum lado busca a verdade, mas ilsuões. E as fake news são peças importantes para a formação das ilusões.

 

Por outro lado, o risco de termos em pouco tempo uma guerra travada entre duas massas que se odeiam e se devoram. As ilusões são tão fortes que cada um é capaz de entregar o sacrifício da alma e do corpo em prol de um lider que conduza as massas.

 

Vivemos assim num processo de alienação profunda onde as luzes da razão estão bem distantes. Pois ninguem quer a verdade, mas ilusões em que acreditar. Nem seria acreditar em utopia, mas na ilusão mesma.

Edebrande Cavalieri
Enviado por Edebrande Cavalieri em 27/02/2024
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