Lula e a Vale do Rio Doce e a Petrobras. E o Uber.

Não sei o que está a se dar, mas sei que o que está a se dar não cheira bem - e fede, e quanto mais se mexe na coisa mais a coisa fede.

Há poucos dias, li uma daquelas histórias que parecem saídas de um livro de terror, de terror bem terrível, daqueles trash (tréche, ou tréxe, em vernáculo lusitano): o tal senhor Éle, cujo nome de batismo é Luifináfio, quer porque quer que a Vale do Rio Doce nomeie seu presidente o tal Margarina (ou é Manteiga? - não sei), e os donos da Vale, contrariando-o, disseram que não, não o nomearão seu presidente (ou diretor, sei lá eu), e que não é não, e à insistência do homem sem pecados, a alma mais honesta do Brasil, o marido da primeira-dama, pendulando-lhe diante dos olhos e do nariz o indicador direito, modulando a voz, a ela emprestando tom ligeiramente agudo e infantil, disseram-lhe, terminantemente: "Na na ni na não." E o tal Éle, aquele que melhor interpreta o sentimento de esperança do povo brasileiro, fez bico, ou beiço, não sei ao certo - as informações que me chegaram ao conhecimento, mas não ao entendimento, são desencontradas -, bateu pé, mostrou a língua para a Vale, e jurou vingança: "Não querem fazer o que eu quero que façam, então deixa estar jacaré: a lagoa há se secar." E desde então a Vale está a enfrentar algumas inexplicáveis dificuldades. Este é o sinal que o Homem de Nove Dedos está a exibir para todos os empresários brasileiros: Submetam-se à minha vontade, ou terão sarna para se coçar.

E a Petrobrás, caro escritor? - pergunta-me o leitor, meu querido e estimado leitor. Da Petrobras pouco sei. O que me veio a saber eu soube, assim, por cima, ao assistir a um vídeo: não sei quem, parece que o atual diretor da Vale, ou ministro sei lá eu das quantas, e o nosso querido marido da primeira-dama disseram o que não deviam dizer, e a Petrobras perdeu, assim, da noite para o dia, num piscar de olhos, num estalar de dedos, antes que qualquer pessoa pudesse dizer "a", uns não sei quantos bilhões de Reais. O valor das ações da maior empresa brasileira caiu, despencou, precipitou-se no precipício, foi ao chão.

Quem diria?! Quem poderia imaginar que o tal Éle faria das suas (e as das suas são dele, não nos esqueçamos).

E chegamos ao Uber. Melhor: o Uber chegou até nós. Embarquemos no Uber.

Não sei se já foi, se será: está para se decidir - ou já se decidiu - se há vínculo trabalhista entre as empresas de aplicativos de transporte de pessoas e os motoristas, estes empregados daquelas. E regras, decididas em acordo sindical coletivo, sob a luz de famigerada lei getulista, inspirada em lei mussolinista, terão de ser respeitadas pelas empresas: jornada de trabalho de não sei quantas horas diárias e quantas semanais, recolhimento de fundo de garantia, remuneração mínima mensal, férias e outras coisinhas mais. Em quanto tempo estará no Brasil o mercado de transporte de pessoas exterminado?! Não sejamos apocalípticos. Sobreviverão os taxistas,e as grandes - dentre elas a Uber, a maior delas - empresas do setor de aplicativos de transporte de pessoas. Não me sai da cabeça um pensamento, que me coça o cérebro, irritantemente: é do interesse das grandes do setor as regulamentações estatais, que dificultam a vida das pequenas, que, não podendo assumir os compromissos legais, quebrarão. E assim forma-se mais um monopólio, ou oligopólio, o Estado, declarando-se bom samaritano, a atuar em favor do povo, e a favorecer, sem que os desavisados percebam, os grandes empresários, que, presumo, não querem saber de livre-mercado.

Ilustre Desconhecido
Enviado por Ilustre Desconhecido em 02/03/2024
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