PORQUÊ FALEI DA FOME NO CONGRESSO NACIONAL?

Sob o título Manoel Vitório conclama à luta contra a fome, em 28 de Agosto de ano 2001 Eu segui emocionado rumo a tribuna do Congresso Nacional e Câmara Federal, sob as Câmaras de televisão e alguns deputados observadores, fazer um dos meus príncipais pronunciamentos na Casa de Leis do Povo brasileiro.

Iniciei afirmando que a fome e a sede são o pior tipo de violência contra a dignidade Humana, saudei o histórico Betinho e busquei inspiração na Escritora Negra brasileira Carolina de Jesus que tirava o seu alimento do despejo da Ceasa e numa trajetória impressionante tornou-se uma escritora Best Seller com seu livro Quarto de despejo, poucos poderiam imaginar como estava meu coração e minha cabeça naquele momento, o meu sentimento não de parlamentar mas de homem, menino e ser humano.

Eu era um simples ferroviário demitido pelo Estado brasileiro no processo de privatização e lutas de Resistência , um ex eletricista Cívil, um ex soldado fuzileiro Naval simples e militante síndical na RFFSA e estava diante de uma Missão muito séria de substituir o Dr. Ben Hur na Câmara Federal, um professor de Direito brilhante, um homem lutador e digno e tinha a obrigação de me superar, estar a altura daquela missão para mim honrosa e tinha que não servir apenas a minha amada cidade, estado e sim servir ali também ao Povo brasileiro , é o que minha alma me falava ao coração e a memorea.

Tive a felicidade de ter chefiando meu gabinete e me orientando um Douto e estudioso professor da Universidade de Brasília, um poeta e escritor baiano Dr. Edson Cardoso que me orientava e me explicava como funcionava o Congresso todos os dias, experiente e digno cidadão que trabalhou com o o professor e deputado Florestan Fernandes, Paulo Paim, Ben Hur e é membro do Movimento Negro Mundial e intelectual. Um homem simples mas brilhante 💖

Assim , eu sabia que o Dr. Edson e vários parlamentares de alto nível acompanhavam atentamente tudo que eu estava falando e, certamente veriam minhas falhas e até meus acertos e milhares de Pessoas estavam, principalmente estudantes de política e direito me acompanhando naquele momento através da TV de Brasília vista em todo Brasil através de parabólicas e também um resumo daquele discurso iria para a voz do Brasil..

Ali eu senti o peso da responsabilidade de ser um parlamentar, eu era obrigado a ler, estudar e escrever todos os dias, estar nas Comissões e até relatar Projetos de outros deputados, naquele dia eu me ative aquela missão de parlamentar e conquistei o respeito e atenção da Mesa e de pessoas sérias que me deram a honra de representar o Brasil no exterior e cumprir missões da Câmara na região Norte, Nordeste, Leste e Centro Oeste do Brasil.

O meu pronunciamento sobre a Fome que fiz naquele ano , talvez tenha sido um dos momentos mais importantes de minha Vida no Congresso ao lado de outras atividades inesquecíveis.

Claro que Tenho minha fé no Criador, tenho minhas concepções ideológicas e filosóficas de vida, mas eu sempre tive claro que no Congresso não devemos ficar em disputas estéreis direita verso esquerda etc... Precisamos agir como pessoas a serviço do povo e do país, sobretudo os mais pobres e necessitados e também estar atento a Indústria, ao Comércio, a Agricultura Familiar, a Pecuária e ao Meio Ambiente , não podemos e não devemos Fazer do Congresso seja Câmara ou Senado um palco de vaidades ou de rixas ideológicas e pessoais, ali deveriam todos estar comprometidos de fato com a nação brasileira e com o povo que sofre, tem fé no presente e futuro e paga os impostos .

Falar sobre Carolina de Jesus e da Fome foi reafirmar um desejo de inclusão e de ver o Brasil prosperar com respeito e dignidade.

Eu precisava trabalhar com muita seriedade, pois sabia que meu tempo era curto no parlamento do Brasil.

Manoel Vitorio
Enviado por Manoel Vitorio em 02/04/2024
Reeditado em 02/04/2024
Código do texto: T8032972
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