Fora da caridade não há evolução

Certa vez, uma senhora fundamentalista cristã, perguntou-me: você quer ser salvo? Na época afirmei, sim, quero ser salvo. Mas, pergunto-me, ser salvo de que? Da morte, do inferno, do diabo, da cessação da vida? Ou mesmo uma provocação ao medo, para que a pessoa venha a aderir ao credo religioso. No meio espírita há uma frase conhecida: “fora da caridade não há salvação”. É possível entender esse pensamento, em seu contexto histórico, A Igreja Católica no Concilium de trento afirmou que: “fora da Igreja não há salvação”; os espíritas, ampliaram a salvação – fora da caridade. Entretanto, como Adenáur Novaes leciona

“A palavra Salvação deve ser compreendida como evolução, pois não precisamos ser salvos de nada. O termo salvação era utilizado por que se acreditava que as pessoas estavam perdidas, endemoniadas, desorientadas”.

Entretanto, hoje é necessário ampliar o esclarecimento, pois, não precisamos ser salvos do diabo, do inferno, afinal, não existem nenhuma dessas realidades, são mitos construidos historicamente e amplamente divulgados pela cristandade. O grande escritor Dostoievski, afirmou que o grande palco do inferno, do mal e do bem é a mente humana. Sendo assim, salvar significa evoluir, uma vez que somos espíritos imortais e, com a cessação da vida, no organismo físico, continuaremos vivos – o espírito é vida constante e, o saldo no plano espiritual será de acordo o que vivemos, informações arquivadas em nosso espírito.

É tão fácil compreendermos isso, tomando como base nossas ações cotidianas, segundo a premissa “toda ação tem sua consequência” boa ou má conforme agirmos. Não há punição eterna, pelo contrário, Deus nos dá sempre novas chances para corrigirmos e retomarmos nosso projeto. Isso não significa que o ser humano poderá fazer o que quiser, uma vez, que sofrerá em sua consciência as sensações das dores e da decepção consigo mesmo, o sofrimento, não tem um caráter vingativo da vida, senão, pedagógico, para que através dos erros e das más escolhas perceba a necessidade de mudança do seu projeto de vida.

Mesmo que a pessoa humana se revolte e seja inflexivel no caminho do erro, motivada pelo egoísmo ou por encontrar sensações imediatas de prazer, notará que as consequências terão uma proporção bem maior, por fazer mal a si mesmo ou ao outro. Seguramente, mesmo insistindo em seu erro, por conta do livre-arbítrio, entrará numa espiral, num movimento de fora para dentro e, quanto mais penetra e sustenta sua ação, mais sentira dor, de modo que um dia não conseguirá mais sustentar a sua escolha, sua tristeza, angústia e mal estar será tão grande, que deverá buscar uma saída para encontrar o alívio e o bem estar integral em seu espírito.

Zenilton 11/08/2011

Zenilton
Enviado por Zenilton em 11/08/2011
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