EVANGELHO - SEDE PERFEITOS

EVANGELHO - 12

SEDE PERFEITOS

01. Como ensinou-nos Jesus que devíamos ser perfeitos?

“Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos têm ódio, e orai pelos que vos perseguem e caluniam. – Porque se vós não amais senão os que vos amam, que recompensa haveis de ter? não fazem os publicanos também o mesmo? – E se vós saudardes somente aos vossos irmãos, que fazeis nisso de especial? Não fazem também assim os gentios? – Sede vós logo perfeitos, como também vosso Pai Celestial é perfeito. (Mateus, 5:44, 46 a 48) (A)

03. Em que consiste o homem bom?

O homem verdadeiramente bom é aquele que executa a lei de justiça, amar e caridade na maior pureza. Se ele asculta a consciência sobre os seus atos, perguntará a si mesmo se não violou essa lei, se não cometeu o mal, se fez todo o bem que pôde, se não olvidou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, finalmente se fez aos outros o que quereria que lhe fizessem.

Terá fé em Deus, na sua bondade, justiça e sabedoria. Saberá que nada lhe sucede sem a sua permissão, e em tudo se submete a sua vontade. Possuirá fé no futuro, por isso mesmo coloca os bens espirituais acima dos temporais. Sabe que todas as vicissitudes da vida, as dores, as decepções, são provas ou expiações, que aceita sem praguejar.

O homem compenetrado do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperança de recompensa, paga o bem pelo mal, toma a defesa do fraco contra o forte e sacrifica sempre o seu interesse à Justiça.

Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, nas lágrimas que estanca, nas consolações que concede aos aflitos. O seu primeiro movimento é pensar nos outros antes que em si, e acudir aos interesses dos outros primeiros que aos seus. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e os prejuízos de qualquer ação generosa.

Bondoso, humanitário e benevolente para com todos sem exceção de raças ou crenças, ele só vê irmãos em todos os homens. Respeita as convicções sinceras dos outros, e não maldiz os que não pensam como ele. Em todas as oportunidades a caridade é seu guia; reconhece que os que prejudicaram a outrem por palavras malévolas, que provocam a suscetibilidade de alguém com o seu orgulho e desprezo, que não recuam à ideia de causar um prejuízo, uma contrariedade, ainda que leve, quando o podiam evitar, faltam ao dever de amor ao próximo e não merecem a clemência do Senhor. Não guarda ódio, nem rancor, nem desejos de vingança. A exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas, e não se lembra senão de beneficiar, por saber que será perdoado conforme houver perdoado aos outros. É indulgente com as fraquezas de outrem, por saber que também precisa dela, lembrando-se das palavras do Cristo quando disse que, aquele que estivesse sem pecado, atirasse a primeira pedra. Não se compraz em descobrir defeitos nos outros, nem em pô-los em evidência. Se a necessidade o obriga a isso, procura o lado bom que possa atenuar o mal. Estuda as suas próprias imperfeições , e trabalha sem cessar por combatê-las. Os seus esforços tendem a poder dizer no dia seguinte que já adquiriu algo de melhor que na véspera. Não busca fazer prevalecer nem o seu espírito, nem os seus talentos em prejuízo de outrem; ao contrário, descobre as ocasiões para fazer sobressair o que excede nos outros. Não se envaidece da fortuna, nem da superioridade pessoal, por saber que tudo quanto lhe foi concedido pode ser-lhe retirado. Usa mas não abusa dos bens que lhe foram facultados, sabendo que representam um depósito de que terá de prestar contas, e que o emprego mais prejudicial que lhes pode dar, é o de destiná-los à satisfação das suas paixões. Se a lei social coloca homens sob a sua dependência, trata-os com bondade e benevolência, por serem seus iguais perante Deus. Usa da sua autoridade para levantar-lhes a moral, nunca para esmaga-los com seu orgulho, e evita tudo quanto possa tornar mais penosa a sua posição subalterna.

O subordinado, de seu lado, compreende os deveres da sua posição, e mantém o escrúpulo em os preencher conscienciosamente.

O homem de bem, finalmente, respeita nos seus semelhantes todos os direitos concedidos pelas leis da natureza , como quereria que respeitassem os seus. Nessa enumeração não se acham todas as qualidades que distinguem o homem de bem, mas quem quer que se esforce por possuir as que aí estão , já se vê na estrada conducente às outros. (B)

04. Qual a contribuição do Espiritismo para despertar o homem bom?

O espiritismo, bem compreendido, mas sobretudo bem sentido, conduz forçosamente aos resultados acima, que caracterizam verdadeiro espiritista como o verdadeiro cristão, que são a mesma coisa. O espiritismo não cria nenhuma moral nova, apenas facilita aos homens a inteligência e a prática da do Cristo, despertando uma fé sólida e esclarecida naqueles que duvidam ou vacilam. (B)

05. Qual é o verdadeiro e sincero espiritista?

Aquele a quem se pode razoavelmente chamar verdadeiro e sincero espiritista, está em grau superior de adiantamento moral. Dominando mais completamente a matéria, o Espírito lhe faculta uma percepção mais clara sobre o futuro; os princípios de doutrina fazem-lhe vibrar as fibras, que nos primeiros permanecem insensíveis.

Em uma palavra, foi tocado no coração, e daí tornar-se-lhe inquebrantável. Um é qual o músico que se emociona com certos acordes, enquanto que o outro nem ouve os sons. Reconhece-se o verdadeiro espiritista pela sua transformação moral e pelos esforços empreendidos para dominar as suas más inclinações. Ao passo que um se compraz num horizonte limitado, o outro, algo de melhor compreendendo, se esforça por ir além, e lá chegará, sempre que o anime a boa vontade. (B)

07. Que ensinamentos a parábola do semeador oferece aos Espíritas?

A parábola do semeador representa perfeitamente as diversas gradações existentes na maneira como aproveitar os ensinos do Evangelho. Quantas pessoas há, de fato, para as quais ele é letra morta, é qual semente caída no pedregulho, que não colhe fruto algum?

Mais justa aplicação tem ela as diferentes categorias de espiritistas. Não está ali o emblema dos que se aferram aos fenômenos materiais, e não colhem resultado algum porque apenas os observam como objeto de curiosidade? E os que preferem o brilhantismo das comunicações dos Espíritos, interessando-se enquanto satisfazem a sua imaginação, mas, que após havê-las compreendido, permanecem tão frios e indiferentes como dantes? E os que acham os conselhos muito bons e admiráveis, mas aplicam-nos aos outros, que não a si mesmos? Finalmente, e aqueles para quem essas instruções representam a semente caída em boa terra e produzir frutos? (B)

Nesta formosa parábola, Jesus classifica cada um dos que se achegariam ao Evangelho. Não somente o Evangelho é o semeador das verdades divinas, como também é uma bússola que Jesus deixou para humanidade se orientar. Dos que se acercam do Evangelho, há os que acoitam. Das religiões que pregam o Evangelho, o Espiritismo é a que me melhor o explica, concorrendo assim para que grande número de pessoas pautem suas vidas pelos preceitos divinos. Contudo, o Espiritismo não se arroga o direito de estar com toda a Verdade, nem disse nem dirá a última palavra, porque o Espiritismo é uma religião progressista, que acompanha a evolução das criaturas. (C)

09. Por que dizia Jesus: “o que tem ouvidos de ouvir, ouça”?

Cada pessoa compreenderá os ensinamentos espirituais de acordo com seu grau de adiantamento e sua elevação moral. Neste particular devemos notar o grande papel que a reencarnação desempenhe em benefício de nossos espíritos; por meio dela, adquirimos os ouvidos de ouvir os ensinamentos divinos. Em cada encarnação passamos por experiências que nos aguçam a inteligência e despertam nossos sentimentos. Em cada vida que vivemos na terra, conseguiremos um grau mais de conhecimentos, até que um dia chegaremos a estar convenientemente preparados, não só para a compreensão total das leis divinas, como também para respeitá-las e aplica-las integralmente. (C)

10. Fazer o bem dá-nos à felicidade?

Todos nós queremos ter direitos à felicidade; portanto, trabalhemos esforçadamente para adquirimos esse direito. A felicidade, como tudo o que há no universo, só é dada a quem lutar por ela. Deus nos dá tudo mas deseja que façamos alguma coisa em troca do que Ele nos concede. – Eu te farei feliz, diz o Senhor, mas antes quero que tu faças felizes os teus irmãos.

Só somos realmente felizes quando trabalhamos para tornar os outros felizes. Fazer o bem aos outros é o único meio que nos proporcionará a felicidade e nos dará direito a recompensa do Pai.

Fontes de estudo:

(A) Novo Testamento

(B) O Evangelho Segundo o Espiritismo

(C) O Evangelho dos Humildes - Eliseu Rigonatti

(E) 52 Lições de Catecismo Espírita - Eliseu Rigonatti

Pedro Prudêncio de Morais
Enviado por Pedro Prudêncio de Morais em 13/10/2011
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