O LIVRE ARBITRIO DE ELIAS

I Reis 19

9 Ali entrou numa caverna, onde passou a noite. E eis que lhe veio a palavra do Senhor, dizendo: Que fazes aqui, Elias?

15 Então o Senhor lhe disse: Vai, volta pelo teu caminho para o deserto de Damasco; quando lá chegares, ungirás a Hazael para ser rei sobre a Síria.

16 E a Jeú, filho de Ninsi, ungirás para ser rei sobre Israel; bem como a Eliseu, filho de Safate de Abel-Meolá, ungirás para ser profeta em teu lugar.

19 Partiu, pois, Elias dali e achou Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze juntas de bois adiante dele, estando ele com a duodécima; chegando-se Elias a Eliseu, lançou a sua capa sobre ele.

1. A SITUAÇÃO DE ELIAS NO MONTE

É fácil observar que a situação de Elias era de depressão, quando Deus falou com ele no Monte, pois ele estava escondido dentro de uma caverna, crendo que não havia mais ninguém em Israel, igual a ele, Elias. Parece que Elias realmente acreditava que ele era o único e que o ato de esconder-se na caverna estava ajudando a Deus de alguma maneira, pois assim, ele, Elias, o ultimo cristão da Terra, perpetuaria o nome de Deus. E Deus o lembra então o avisa que haviam mais pessoas crentes, no mundo, além dele. E que a obra não iria acabar por causa dele.

2. A REVELAÇÃO DE DEUS

E o que Deus fala então para Elias, deve ter sido recebido como um baque, uma tijolada: Vai e unge a dois reis e unge um profeta no teu lugar. Elias pensava que estava fazendo o correto, escondendo-se, mas essa faceta de Deus veremos em outros lugares da Bíblia: Deus não gosta de covardes.

3. O LIVRE ARBITRIO EXERCIDO DE ELIAS

Lemos que Elias descendo do Monte e vendo a Eliseu em certo lugar, jogou a sua capa sobre ele, o que se subentende que a unção era passada para Eliseu.

Nós lemos o texto biblico, mas o que é que lemos?

Deus mandou a Elias descer do Monte, que Deus ainda tinha uma obra com ele, que era ungir a dois reis e por ultimo ungir a um profeta no seu lugar. Descendo do Monte ele escolheu a via mais fácil. Ele ungiu o profeta e não ungiu os dois reis que Deus mandou. Eu li, faz muito tempo, em algum livro perdido pelo tempo, que o atraso acarretado na obra de Deus, por causa de Elias foi de 6 anos. Elias atrasou em 6 anos a obra de Deus. Eliseu um dia recebeu a Palavra para ungir aos dois reis. O sucessor fez a obra que era de Elias.

O ato de ungir alguém no seu lugar, era um ato preguiçoso, rebelde e falho. Se Elias era o pastor de Israel à época, o ato dele falava que ele estava ungindo outro pastor no seu lugar, para poder entregar logo o ministério. Você entende porque digo que o seu ato foi preguiçoso, rebelde e falho? Elias nem fez totalmente o que Deus mandou fazer. E os dois reis que eram para serem ungidos? Ele não ungiu e parece que esqueceu-se disso. Elias não fez a obra. Ungir a Eliseu nesse contexto, parece condenável.

Mas profeta até quando erra nos ensina alguma coisa. Elias exerceu o seu livre arbítrio e Deus o respeitou por causa disso. Nem vemos reprimenda de Deus na Bíblia pelo fato de ele não ungir os reis primeiro. Deus respeita o livre arbítrio.

4 DEVEMOS RESPEITAR O LIVRE ARBITRIO DOS OUTROS, ou, O MEU LIMITE VAI, ATÉ ONDE COMEÇA O LIMITE DO OUTRO

Deus também nos ensina algo com essa situação, Ele respeita o nosso livre arbítrio. E nós devemos respeitar o livre arbítrio dos outros. Um problemaço que vejo na Igreja é justamente esse: a falta de respeito que temos com o livre arbítrio dos outros e dos outros com o nosso. Isso se devia configurar da seguinte maneira, conforme Deus nos ensina, a Palavra é pregada e serve-nos como orientação. Apesar de sabermos que a Palavra educa, exorta, repreende. A Palavra já faz isso, o problema é quando os irmãos querem nos ensinar, exortar e repreender. Quem faz isso é a Palavra, não é necessário os irmãos fazerem. E não é para os irmãos fazerem. Deus respeita o nosso livre arbítrio, mas alguns irmãos, não. Se o pregador, ou o líder entender que não é assim que se faz a obra, todos os trabalhos fluirão melhor na Igreja. Nós falamos a Palavra, e não empurramos goela abaixo no povo. Todos que estão na Igreja são voluntários, ninguém é obrigado a nada. E se alguém estiver assalariado, não é por causa disso que agiremos com os irmãos como se a Igreja fosse uma empresa. Daqui a pouco vamos assinar a carteira dos diáconos. E da mesma maneira vamos desempregar o camarada. Opa! Tudo na Igreja passa pelo livre arbítrio. Tudo. É claro que um subordinado, de qualquer ordem, um comandado, se começar a ungir profeta e esquecer dos reis, então vamos passar a sua função para outro, é lógico. Não é nesse sentido que estou falando, mas vai lá o exemplo.

O problema ocorre principalmente com a liderança da Igreja. Vejo amigos pastores se descabelando, porque querem que os irmãos ajam exatamente como eles pregaram, ou mandaram e algumas vezes os irmãos mostram que são seres independentes. De vez em quando, até, aprendemos algo no jeito diferente da irmã, ou do irmão. Nem tudo o que é diferente é ruim.

5 – É A PALAVRA QUE TRANSFORMA

Entretanto, o que gostaria que ficasse muito claro, é que é a Palavra que transforma, que exorta, que levanta e que repreende. O nosso papel de pregadores é de ser apenas um simples e lindo papagaio. Só isso e já está de bom tamanho.

Eu já fiquei muito desgastado ao pregar sobre o pecado e alguns irmãos não se endireitavam nisso, nunca. Até que o Espírito Santo me ensinou e isso acalmou de vez o meu coração, que se ele ouviu a pregação, então uma semente foi plantada e quem vai agir agora é o Espírito Santo e que devemos ficar despreocupados.

6 - TOLERANCIA

Duas coisas ainda me incomodam nesse assunto. Uma é que devemos exercer tolerância com os irmãos que estão fazendo diferentes de nós. E o motivo é bíblico. Observe: Atos 5:38-39 “Agora vos digo: Dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque este conselho ou esta obra, caso seja dos homens, se desfará; mas, se é de Deus, não podereis derrotá-los; para que não sejais, porventura, achados até combatendo contra Deus.”

7 – A OBRA É DE DEUS

O outro fator é que é Deus quem faz a Sua obra. Quando nos metemos a querer fazer o papel que claramente é o de Deus, não estamos dando a glória devida a Ele. Na verdade estamos roubando a glória de Deus. Habacuque 1: 5, diz assim: “ Vede entre as nações, e olhai; maravilhai-vos e admirai-vos; porque realizo em vossos dias uma obra, que vós não acreditareis, quando vos for contada.” Quem realiza a obra é Deus. Nós falamos a Palavra.

8 – UM JEITO DIFERENTE DE FAZER, SÓ ISSO

O livre arbítrio dos irmãos na Igreja pode não ser tão extremado quanto o de Elias. De repente pode apenas ser um jeito diferente de agir. Paulo e Barnabé amavam a obra de Deus, os dois eram exímios evangelistas, mas ocorreu uma discordância entre eles que os afastou um do outro. Devemos ouvir as partes. Na maioria dos divórcios o problema é causado por falta de comunicação.

9 – JESUS AMA AS MULHERES E ATÉ É INQUIRIDO TEOLOGICAMENTE POR ELAS

Hoje ouvi uma mensagem do Caio Fabio, no site Vem e Vê TV, numa série sobre o Reino de Deus, na qual ele dizia que Jesus tinha uma paciência tão grande que ele ouvia, ou deixava a pessoa falar, prestando atenção, até nas mais absurdas sandices. O Caio disse que frente ao Reino de Deus até as mães podem falar bobeira. E teve uma mãe que pediu para seus filhos ficarem um à direita do Trono de Jesus no Céu e o outro à esquerda. Mas também na mesma mensagem está o exemplo de Jesus deixando-se inquirir severamente por uma irmã, que aparentemente podia falar assim, pois o Mestre é acessível: Senhor, não se te dá que a minha irmã fique ai, aos teus pés ouvindo teologia e eu fique aqui lavando louça? Olha o jeito da mulher falar. Primeiro que era uma mulher e Jesus veio para quebrar essas barreiras frente às mulheres. Como disse o Caio, a mulher não é um dromedário, mas um ser criado por Deus que também tem pensamentos filosóficos e teológicos dos mais importantes. Jesus sempre respeitou as mulheres. Quem estragou de vez o ministério das mulheres, para sempre, foi Paulo, dizendo que a mulher não poderia ensinar na Igreja. Isso era Paulo, mas parece que Jesus não concorda muito com isso.

Graça e Paz!