POR QUE JESUS FALAVA POR MEIO DE PARÁBOLAS

POR QUE JESUS FALAVA POR MEIO DE PARÁBOLAS

Jesus compreendia a forma de pensar das pessoas. Ele foi um dos maiores professores da história porque sabia que cada pessoa só pode compreender as coisas a partir da sua perspectiva pessoal. Por isso ele ensinava por meio de parábolas.

A parábola é uma história que nos ajuda a compreender a realidade. Podemos extrair dela as verdades que formos capazes de entender e aplica-las em nossas vidas à medida que crescemos e evoluímos, podemos rever as parábolas para descobrir novos significados que nos guiem em nossos caminhos.

A parábolas me ajudaram a entender a vida. Isso aconteceu sobretudo durante um dos períodos mais difíceis, quando eu não estava conseguindo compreender meu sofrimento. Foi uma época em que passei a questionar tudo, pensando: como pode existir um Deus se estou sofrendo tanto? Eu estava completamente desesperado e nada era capaz de me ajudar.

Eu estava sentado na cozinha da casa dele, com um ar deprimido e sentindo-me sem esperanças, quando meu irmão disse: “Sabe, Mark, recentemente, quando eu estava fazendo uma pesquisa geológica, notei uma coisa interessante a respeito da maneira como o mundo é feito. Nossa equipe escalou a montanha mais alta da região e a vista nos deixou emocionados. As experiências no alto das montanhas são magnificas. No entanto, nessa atitude as árvores não conseguem sobrevive. No topo da montanha nada cresce, mas quando olhamos para baixo notamos uma coisa interessante: todo o crescimento está nos vales”.

A parábola de Tim me ensinou uma verdade essencial: o sofrimento nos causa dor, mas também nos faz crescer. Nunca esquecerei o que Tim disse naquele dia. As palavras dele não eliminaram a minha dor, mas de certa maneira a tornaram mais tolerável.

As parábolas não alteram os fatos da nossa vida – elas nos ajudam a olhá-los de outra maneira. Era o que Jesus pretendia ao contar as parábolas.

Entendendo as pessoas: elas são boas ou más?

Jesus disse: “Descia um homem de Jerusalém a Jericó. Pelo caminho caiu em poder de ladrões que, depois de o despojarem e espancarem, se foram, deixando-o semimorto. Por acaso desceu pelo mesmo caminho um sacerdote, vendo-o, passou ao largo. Do mesmo modo, um levita, passando por aquele lugar, também o viu e seguiu adiante. Mas um samaritano, que estava de viagem, chegou ao seu lado e vendo-o, sentiu compaixão. Aproximou-se, tratou-lhe as feridas, derramando azeite e vinho. Fé-lo subir em sua montaria, conduziu-o à hospedaria e cuidou dele. Pela manhã, tomou duas moedas de prata, deu-as ao hospedeiro e disse-lhe: ‘Cuida dele e o que gastares a mais na volta te pagarei”.

As pessoas são fundamento boas ou más? Quase todos nós chegamos a uma dessas duas conclusões a respeito da natureza humana. Mas, se examinamos como Jesus falava sobre as pessoas, parece que ele não chegou a nenhuma conclusão.

Alguns de nós somos como o sacerdote e o levita da parábola, outros como samaritano, outros como os ladrões e outros ainda como o homem que foi espancado e deixado meio-morto. Mas o que levou o samaritano a ter aquele comportamento? Foi o fato de ele ser essencialmente uma boa pessoa? Jesus repetidamente mostrou que o aspecto essencial da natureza humana é a nossa necessidade de ter um relacionamento amoroso com Deus e com os outros. Por isso uma pessoa se define pelo relacionamento que estabelece com outras pessoas. O samaritano era “bom” porque não desprezou o homem agredido e parou para estabelecer um relacionamento com ele.

Do ponto de vista psicológica, encarar as pessoas simplesmente como voas ou más é muito simplista. Talvez seja mais fácil pensar assim porque, ao rotular ou outros, sabemos em quem confiar e quem evitar. Mas a verdade é que sempre existem possíveis “samaritanos” e “ladrões” entre nós, e cada um de nós tem aspectos de ladrão, de sacerdote e de samaritano. Aqueles que reconhecem e valorizam a sua necessidade básica de se relacionar amorosamente com os outros tendem a ser boas pessoas e ater um bom comportamento. Eles precisam dos outros, de modo que não desejam feri-los. As pessoas que violam sua natureza essencial de viver um bom relacionamento com os outros se comportam como más.

O homem vem ao mundo com um grito; um gemido de dor é o seu último suspiro.

Do berço ao túmulo, a estrada da vida está semeada de espinhos e banhada de lágrimas! Quantas ilusões, quantas amarguras, quantas dores passamos neste mundo!

A dor é uma lei semelhante à da morte; penetra no tugúrio do pobre como no palácio do rico. Neste mundo ainda atrasado onde viemos progredir, a dor parece ser a sentinela avançada a nos despertar para a perfeição.

MAX NORDAU dizia: “Ide de cidade em cidade e batei de porta em porta; perguntai se aí está a felicidade, e todos vós responderão. Não; ela está muito longe de nós!

Mas se é verdade que o Senhor permitiu que os sofrimentos nos assaltassem, não é menos verdade que também nos proporciona a Esperança, com que aguardamos dias melhores. “Bem-aventurados os que sofre, pois serão consolados”.

A esperança é a estrela que norteia as nossas mais belas aspirações; é a estrela que ilumina a noite tenebrosa da vida e nos faz vislumbrar a estância de salvamento. A vida na Terra é um caminho que nos conduz às paragens luminosas da vida Eterna; não é um repouso, mas uma preparação para o repouso.

Paulo, o Apóstolo dos Gentios, recordando-nos numa das suas luminosas Epístolas a Vida Real, disse: "Dia virá em que despiremos a veste mortal para vestir a da imortalidade”.

Atravessamos a existência na Terra como o soldado atravessa um campo de fogo e de sangue, e os bravos e os fortes de espírito cravam nas muralhas o seu estandarte e levantam o grito de vitória.

É isto o que nos ensina o Espiritismo com sua consoladora Doutrina.

Tomando de compaixão pelo mundo, o Cristo desce das alturas, senta-se sobre um alto monte, atrai a si multidões de desventurados e começa o seu monumental sermão com as consoladoras promessas:

Bem-aventurados os pobres, os aflitos, os que choram, porque deles é o Reino dos Céus! A “palavra boa” a Esperança, proporciona sempre resignação, coragem e é aos desiludidos das promessas do mundo.

O homem que confia e espera em Deus, vê nos sofrimentos o resgate de suas faltas, o meio de se purificar da corrupção! É preciso ter fé, é preciso ter Esperança. Dizei ao moribundo que, em verdade, não morrerá, e ele, animado pela vossa palavra, enfrentará a morte e não sofrerá o aguilhão.

A Esperança é a consolação dos aflitos, a companheira do exilado, a amiga dos desventurados, a mensageira das promessas do Cristo!

Perca o homem tudo: bens, fortuna, saúde, parentes, amigos, mas se a Esperança, Filha do Céu, o envolve, ele prossegue em sua Ascenção para o bem, para a vida, para a Imortalidade!

Do alto do monte, tomado de tristeza pelas desventuras humanas, o Senhor ensinava às multidões os meios de conquistar, com o trabalho por que passavam, o Reino dos Céus. E a todos recomendava resignação na adversidade, mansidão nas lutas da vida, misericórdia no meio da tirania, e higiene de coração para que pudessem ver Deus. Nessa autêntica oração, o Senhor já previa que seriam injuriados e perseguidos todos aqueles que, crendo na sua Palavra, encontrassem nela arrimo para suas dores, o lenitivo para seus sofrimentos; mas recomenda, antecipadamente, não nos encolerizarmos com o mal que nos fizerem, para que seja grande o nosso galardão nos Céus. Disse mais: que nos precederam, porque “bem-aventurados têm sido todos os que são perseguidos por causa da justiça”.

Parábolas de Jesus

Pedro Prudêncio de Morais
Enviado por Pedro Prudêncio de Morais em 09/02/2012
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