RAMOS “Ela me fez uma boa obra!”

RAMOS

“Ela me fez uma boa obra!”

Palavra da Liturgia – Marcos 14,1-15,47

Estamos abrindo o que a Igreja chama da semana santa. Neste Domingo de Ramos celebramos a Paixão do Senhor!

Esta celebração narrada pelo evangelista Marcos distingue-se pelo comportamento de todos os personagens envolvidos na narrativa e nos leva a questionar qual seria nossa atitude diante do sofrimento de Cristo ou que tipo de cristão eu sou?

Cada um de nós está de certa forma, envolvidos na história da paixão de Cristo e somos chamados a ser testemunha desta paixão.

Quem nos representa melhor nesta narrativa longa de Marcos?

Somos religiosos hipócritas como os escribas e os sumo sacerdotes que maquinavam longe do olhar do povo uma forma de matar a Jesus? Nossos comportamentos são diferente daquilo que acreditamos?

Parecemos com a mulher que reconhece toda sua miséria e por ser desprezada é humilde a ponto de acolher Jesus ungindo-o! Praticamos também boas obras? Merecemos ser lembrado por todo o mundo pelas obras de amor a Deus e ao próximo?

Será que somos então como Judas o traidor que por uma merreca de moedas trai a quem ele tinha como amigo? O que temos valorizado em nossa vida: a presença de Jesus ou o consumismo que vem através do dinheiro?

Será que o nosso amor a Jesus é suficiente para suportar toda fraqueza e enfrentar com coragem toda perseguição ou crítica por amor ao próximo e a Deus ou nos parecemos como Pedro que se acovardou e negou Jesus?

Ou somos preguiçosos e fracos a ponto de não conseguir vigiar e orar como convém sendo vencido pelo cansaço e as desilusões como aconteceu com Pedro, Tiago e João no monte Getsêmani?

Seremos por ventura as testemunhas falsas, os sumos sacerdotes, os anciãos, e os escribas que não reconheceram n’Ele o Filho de Deus por isso ao contrário da mulher que o ungiu nEle cuspiram, cobriram-lhe o rosto e o esbofetearam como se não o conhecessem?

De repente somos Pilatos que lavou suas mãos em total omissão e o entregou para ser açoitado? Somos o povo que optou por Barrabás em vez de Jesus? Somos os soldados que caçoaram dele? Por vezes, talvez sejamos Cirineu que contra a própria vontade ajudou Jesus carregar a sua cruz pesando em seus ombros toda injustiça e sofrimento da humanidade? Em vez de água, oferecemos vinho com mirra? Seremos os dois bandidos que fizeram sem desejarem companhia a Jesus naquele momento tão crucial em sua vida?

Teríamos a coragem de ser como as mulheres entre elas a sua mãe de estar em pé diante da cruz e junto com Arimatéia prestaram serviço ao corpo morto de Cristo?

Importa que nesta celebração cada um de nós possa ter a coragem de pelo menos permitir que nos conflitemos interiormente e busquemos com honestidade qual tipo de personagem eu represento: aquele que solidariza e procura aliviar os sofrimentos de Jesus no irmão que sofre ou fazê-lo sofrer com meus pecados e omissões?

Será necessário chegar ao fim da vida para então proclamar como o Centurião que “De fato este homem era verdadeiramente o Filho de Deus.”

Assim como Pedro deixemos o olhar misericordioso de Cristo nos atingir permanecendo com Ele e a exemplo da mulher que o acolheu e o ungiu possamos ouvir também:

“Onde quer que for pregado em todo o mundo o Evangelho, será contado para sua memória o que ela fez”

Assim Seja! Amém!

Gilberto Ângelo Begiato

http://gilbertobegiato.blogspot.com.br/

Gilberto Ângelo Begiato
Enviado por Gilberto Ângelo Begiato em 26/03/2012
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