A MORTE - TANATOFOBIA

PALESTRA

A MORTE – POR QUE TEMÊ-LA?

Boa Noite! Quero cumprimentar fraternamente todos os presentes.

Que a Paz de Jesus esteja sempre conosco.

Nós vamos falar hoje sobre um tema polêmico:

TANATOFOBIA: O medo da Morte, nossa velha companheira.

Todos nós conhecemos aquela figura que simboliza a morte: Um esqueleto trajando um manto preto, com uma foice numa das mãos e na outra uma lanterna procurando suas vítimas. Parece assustador, mas será que a Morte é feia? Será que dá medo? Será que somos tanatofóbicos?

Parece complicado falar de um tema tão delicado, tão misterioso e que mexe conosco.

É que todos nós fomos educados para a Vida.

A princípio sabemos que tudo que nasce, morre.

Os antigos filósofos já diziam:

“A Vida nada mais é do que a preparação para a Morte”. Já nascemos com a data de validade carimbada pelo Pai da Vida.

Então, o que é a Morte?

Para algumas religiões a Morte é o fim da Vida, o fim de tudo.

Porém, Roberto Carlos, na música “O Homem”, nos diz:

“...Que além da vida que se tem, existe uma outra vida além e assim, o renascer...morrer não é o fim”.

Para nós, Espíritas, a morte é apenas o fim do fenômeno biológico.

E este é o caminho natural de todos nós.

A Doutrina Espírita nos diz que a Vida é imortal, que na verdade, o que morre é o corpo físico.

Seria a morte um castigo, como se diz por aí?

E o medo da morte, de onde vem?

Vamos contar uma historinha chamada:

O POSTE DE LUZ.

“Um homem caminhava por uma estrada deserta, noite escura, sem luar, sem estrelas... mas, ele ia preocupado, pois por ali, vez ou outra, ocorriam assaltos. Nisto, percebeu que alguém lhe seguia. Sem olhar para trás, perguntou assustado: ¬ Quem vem lá? Sem resposta, apressou os passos, no que foi imitado pelo seguidor. Correu e o seguidor também correu. Apavorado, coração acelerado, chegou em frente a um poste de luz. Olhou para trás e, como por encanto, o medo acabou. Viu que seu perseguidor era um velho burro que acostumava acompanhar andarilhos.”

Assim somos nós em relação à Morte; temos medo porque não conhecemos o seu significado e nem o que nos espera na Espiritualidade.

O Espiritismo é este poste de luz que ilumina os caminhos misteriosos do retorno e nos ensina a encarar com serenidade a Morte, a desencarnação.

Esse medo da Morte é um condicionamento cultivado ao longo da história da humanidade.

A Morte sempre foi vista como algo terrível...

E ainda é!

Realmente, são poucos os que não têm medo da Morte.

E afinal, nos perguntamos, por que todo esse pavor?

O temor da Morte resulta de vários fatores inerentes à condição humana e à sua existência corporal.

De todos os seres vivos, só o homem possui o conhecimento de que vai morrer.

Este conhecimento é luminoso e útil:

Permite-nos saber o que somos e o que são realmente todas as coisas;

Permite-nos tirar conclusões sobre o sentido da nossa existência temporária, passageira – neste planeta que vagueia num Universo infinito.

A Morte nada mais é do que o passaporte para a vida espiritual.

O que acontecerá após este momento?

E para onde vamos?

Estas são dúvidas que todos temos.

Todos procuram por respostas.

E aonde vamos encontrar essas respostas?

- Na doutrina Espírita!

Quando a Doutrina Espírita foi codificada por Allan Kardec, entre os muitos objetivos a que ela se propunha, estava este:

Lançar a luz sobre o véu das incertezas que tínhamos sobre tudo.

E a Morte era uma dessas incertezas.

Era, por que já sabemos não ser mais.

Lembram-se da história do Poste de Luz? Então?

O Espiritismo é a Luz que ilumina os caminhos misteriosos do retorno à Pátria Espiritual.

Com a Doutrina Espírita podemos encarar a Morte com serenidade. Isto é fundamental, já que se trata da única certeza que temos em nossa existência.

Já ouvimos dizer que:

“Ninguém vai ficar para semente”.

Todos morrerão um dia. Todos terão que fazer esta viagem.

A morte não é nada. A Morte é apenas uma passagem. Passamos para o outro lado do caminho. É como pegarmos um avião e irmos para outro país. Esta viagem simboliza a morte, ou seja: passamos do mundo das criaturas para o mundo do Criador.

Muitos pensam que a morte é o fim de tudo. Não é não! É apenas o fim da vida física, porque, o que morre é o corpo, a matéria. A carcaça fica e o Espírito imortal segue seu caminho evolutivo.

O Espírito sendo o Ser inteligente e eterno da Criação, este não morre jamais. Foi criado por Deus e é infinito, conforme se pode deduzir dos estudos das Obras Básicas da Codificação Kardequiana, entre elas, O Livro dos Espíritos.

O Espírito, que já existia antes do nascimento, continuará existindo após a morte do nosso corpo. Ele apenas desencarna. Continuamos vivos a caminho da evolução.

Após o desencarne, nós passamos para o outro lado do caminho e continuamos sendo os mesmos.

Ou seja; feita aquela viagenzinha de avião, o Espírito muda de plano. Sabemos que a morte não é um adeus, é um até breve.

Enquanto estamos encarnados, temos a oportunidade de trabalho, desenvolvendo atividades edificantes em favor da própria renovação.

Para isso; é necessário viver bem, trabalhar, servir e amar, para a evolução do espírito aqui na Terra.

O primeiro passo nesse sentido é o de tirar da Morte o aspecto fúnebre, assustador e sobrenatural.

Somente a Fé raciocinada pode nos dar forças para superarmos os temores e angústias no momento da passagem.

E o Espiritismo nos oferece recursos para encarar a Morte com resignação e firmeza, inspirados na Fé.

Uma fé lógica e consciente. Uma fé inabalável de quem conhece e sabe o que o espera.

Nós podemos estudar o fenômeno da desencarnação sob dois aspectos principais:

O primeiro é o aspecto daquele que partiu. A sua situação, com quem irá se encontrar e como será recebido, entre outros.

Passado o momento da desencarnação, o Espírito, ao despertar do outro lado, descobre que continua sendo ele mesmo, com suas qualidades e seus defeitos, gostando das pessoas que já gostava e nutrindo mágoas e rancores pelas pessoas de quem não gostava.

Num certo limite de tempo, que vai depender da situação de cada Espírito e do seu merecimento, Ele poderá se encontrar com seus entes queridos e também com seus desafetos.

O segundo aspecto é o de quem fica. Qual seria o seu comportamento ideal perante o desencarnado, principalmente se foi uma pessoa querida.

Sabemos que é difícil se conformar com a morte, seja de um ente querido; pai, mãe, filho, cônjuge ou um amigo, porém devemos continuar agindo com antes: conservar bons pensamentos, lembrar dos momentos alegres, transformando a saudade em profunda oração. (prece, muitas preces, é o melhor que podemos fazer). Isto vai contribuir muito para a elevação espiritual do ente querido.

-00-0-0-00

Essa é uma certeza e com isso, temos mais um motivo para não ver a Morte como algo terrível, mas sim, como algo natural e, até certo ponto, esperado.

Nesta Vida, todos nós temos a oportunidade de corrigirmos nossos erros do passado. Essa oportunidade, que Deus nos deu, é a Reencarnação.

O Espírito que ainda não atingiu a perfeição passará por outras reencarnações até atingir o grau de pureza necessário para sua evolução.

É UMA LEI DA QUAL NINGUÉM ESCAPARÁ.

As provas de tudo o que estamos falando, encontramos nas palavras de Jesus, no Evangelho Segundo o Espiritismo.

E também nas obras de Kardec, onde resumimos que:

01 - A Morte é um poderoso meio de evolução em favor dos que partem e dos que ficam.

Para os que partem é o balanço existencial do que foi feito, com vistas à renovação.

Para os que ficam é o convite para a transformação íntima, estimulado pelo próprio sofrimento.

02 – A manifestação dos Espíritos pela prática da mediunidade – que é o intercâmbio entre o mundo material e o espiritual – retira da Morte o aspecto sinistro, pesado, tranqüilizando os que partem e confortando os que ficam.

O próprio Jesus – o Espírito mais puro que já esteve encarnado na Terra, veio nos trazer provas irrefutáveis de que ninguém morre.

No Livro dos Espíritos...

Na pergunta 149: - Em que se transforma a alma no instante da morte?

Resposta: - Volta a ser espírito, ou seja, retorna ao mundo espiritual, de onde ela saiu temporariamente.

Na pergunta 154: - A separação da alma e do corpo é dolorosa?

Resposta: - Não, normalmente, o corpo sofre mais durante a vida do que no momento da morte. Ex: A morte natural é como uma lâmpada que se apaga por falta de energia.

Muitos médiuns famosos serviram de instrumentos para que os Espíritos nos dessem provas das suas existências após a morte do corpo físico, entre eles citamos Chico Xavier que, ao longo do seu apostolado mediúnico recebeu milhares de mensagens de Espíritos desencarnados, sempre exaltando a Vida além-morte.

A Literatura Espírita é repleta de autores, que nos trazem suas experiências de além-morte. Podemos destacar alguns, apenas para servir de exemplo ao nosso estudo:

André Luiz, no do livro “Nosso Lar”, nos fala do seu acolhimento na Colônia Espiritual de mesmo nome, fala do encontro com a sua mãe e da situação de todos os que chegam por lá.

Chico Xavier, no livro “Enxugando Lágrimas”, os mais variados Espíritos nos falam de suas experiências de Vida, do momento da desencarnação, o que realmente aconteceu e como foram socorridos, além de enviarem mensagens para seus familiares, orientando-os sempre no sentido de calma e de fé em Deus.

Como podemos ver, essas são as provas e existem muito mais delas na vasta literatura espírita.

Quem quiser conhecer mais sobre o tema, leia o Livro dos Espíritos, uma das 05 obras de Allan Kardec, onde, nas suas 400 páginas tem mais de 1.000 perguntas e respostas. Este livro, por si só, é um curso de Espiritismo.

Portanto: A Morte do corpo é uma realidade e mais cedo ou mais tarde ela chegará. Cabe a nós vivermos cada dia como se fosse o último: amando, perdoando, fazendo o bem, certos de que, quando o momento chegar, estejamos preparados.

Cada um de nós é responsável por suas escolhas. Que saibamos escolher o melhor para nossas vidas.

“Quando morremos, deixamos atrás de nós tudo o que possuímos e levamos tudo o que somos” Nada levaremos: bens materiais, posses, riquezas... Só levaremos o bem que fizemos, o auxílio, o amor incondicional, o perdão, a mão amiga que oferecemos...

“Já viste, numa tarde de outono, cair as folhas mortas? Assim caem todos os dias as almas na eternidade. Um dia a folha caída serás tu” (José Maria)

Finalizando...

Para nossa reflexão, quero citar um homem que já esteve encarnado entre nós e que é um espírito iluminado: São Francisco de Assis que, na sua mais bela oração diz: “...E é morrendo que se vive para a vida eterna”.

Que Deus abençoe a todos nós. Muito obrigado!

Fraternidade Espírita Cristã Batuíra – Jacareí/SP.