O CONCEITO DE VONTADE EM SANTO AGOSTINHO

VALTÍVIO VIEIRA

Formação do Autor: Curso Superior em Gestão Pública, pela FATEC – Curitiba – PR; Licenciado em Filosofia, pelo Centro Universitário Claretiano – Curitiba – PR, Licenciado em Ciências Sociais, pela UCB – Universidade Castelo Branco – Rio de Janeiro – RJ, Pós-Graduado em Ciências Humanas e suas Tecnologias; Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal; Formação de Docentes e Orientadores Acadêmicos em Educação à Distância, e Pós-Graduando em Metodologia do Ensino Religioso, ambos pela FACINTER – Curitiba – PR.

SÃO BENTO DO SUL - SC

2012

O CONCEITO DE VONTADE EM SANTO AGOSTINHO

É na vontade que o bem se movimenta. A vontade inclina o espírito para o bem. É querer de intenção, de escolha. A mesma é entendida como algo eficaz. A vontade engloba, portanto uma dupla interioridade: a de que o sujeito move-se a si mesmo, como todos os animais; e o sujeito o concebe próprio em si mesmo, o objetivo, para o qual e pelo qual se move. Este ato qualifica um ato em outros membros do corpo, comandada pela vontade, por exemplo: falar, andar.

O Homem como qualquer outro ser tem tendências. A Tendência consciente do objeto e, simultaneamente, autoconsciente, se chama vontade. Ela não é faculdade espiritual, como a inteligência; ela existe unida ao corpo. Nesta condição o seu objeto próprio são os bens limitados das coisas materiais, mas em plano transcendente, isto é, nenhum bem particular satisfaz a plenitude da vontade.

Agostinho coloca que quando o homem usa mal sua vontade, ou seja, usa da sua vontade para fazer o mal, e ao próprio individuo que fez os males com sua própria vontade, terá males para ele próprio, que para os outros “De fato, a malícia da vontade ocasiona ao homem males maiores do que a fortuna pode lhe trazer de bens” (AGOSTINHO, 1986, p. 128).

É na vontade que a idéia deixa de ser simplesmente idéia e ordena-se decisivamente à existência. A característica fundamental da vontade é a liberdade. E pela liberdade o homem pode fazer o bem “O homem não pode voltar-se para o bem a não se livremente” (AGOSTINHO, 1986, p. 60).

O tema da liberdade era pouco discutido no começo da filosofia, e começa a ser muito questionado na Idade Média, ou melhor, na Filosofia Cristã Medieval “O Tema da liberdade da vontade está ausente nas filosofias da antiguidade pagã, até mesmo nas maiores mais vigorosas e completas, ao passo que adquire importância considerar nas filosofias Cristãs do fim da antiguidade e em todo pensamento medieval” (DAUDIN, 1950, p. 2).

REFERÊNCIA

AGOSTINHO, Santo. O Livre-Arbítrio. Trad. Antonio Soares pinheiro. Braga: Faculdade de Filosofia, 1986.

DAUDIN, H. La Liberte de la Volonte. Paris, 1950.

Valtivio Vieira
Enviado por Valtivio Vieira em 28/05/2012
Código do texto: T3692481
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