25º COMUM ANO B “Ser o primeiro”

25º COMUM ANO B

“Ser o primeiro”

Palavra da Liturgia – Mc 9, 30-37

Celebremos neste final de semana os valores evangélicos!

Jesus queria ficar só com seus discípulos para poder ensinar-lhes. Eis uma preocupação de Jesus: a formação dos discípulos.

Para que seus discípulos entendessem o reino de Deus era importante que compreendessem com o espírito e não com a carne ou com a razão humana.

A razão humana diz que para construir um reino é necessário riquezas, lutas, guerras, posses, violência, privilégios, etc.

Jesus percebe que seus discípulos parecem imaginar que seu reino seria parecido com o reino da razão humana. Por isso começa a explicar que o reino que vai implantar é um reino onde só os humildes tomarão posse, pois seu reino é de justiça e igualdade.

Começa falando que daria a vida, que o Filho do homem seria entregue nas mãos dos homens que o matariam!

Os discípulos não compreendiam que reino é este que é feito e conquistado com a morte? Por isso para não confrontar com suas próprias vontades e mentalidade humana preferiram não perguntar nada. Enfrentar os paradigmas a fim de permitir que a vontade de Deus prevaleça é preciso de muita coragem, por isso a Palavra diz que seus discípulos tinham medo de perguntar.

Muitas vezes temos medo de ouvir a resposta de Deus para nossa vida e então criamos mentiras e enganamo-nos a nós mesmos para não ter que encarar a realidade e a verdade de Deus em nossa vida! Porém só a verdade liberta! O grande problema é que nossas covardias nos impedem de enxergar a vitória maior! Optar pela vontade de Deus é enxergar a felicidade e a luz da ressurreição na nossa vida!

Diz a Palavra ainda, que Jesus observou seus discípulos discutindo pelo caminho e perguntou-lhes o que discutiam?

Eles ficaram calados, pois o assunto que debatiam é quem seria o maior entre eles. Veja não é esta a discussão constante que fazemos? Todos nós queremos mostrar nosso ser! Somos ambiciosos e o tempo todo querendo se sentir melhor que os outros. Vivemos em uma sociedade onde a pessoa é valorizada pelo que ela representa e é na sociedade.

Corremos o tempo todo preenchendo nossa vida em algo que nos identifique como valores humanos: quem sou eu? O que tenho? O que posso? Somos valorizados pelo que somos, possuímos e pelo que podemos! Com isso descartamos pessoas como se descarta uma coisa e os pequeninos acabam sendo marginalizados nesta sociedade hipócrita.

A resposta de Jesus é mais uma formação aos doze que os seguiam:

“Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos”.

Pronto! Como entender esta mensagem com nossa mentalidade mundana? Como compreender que o último será o primeiro? Como sobreviver numa sociedade que inventa os últimos? Ser último é sinônimo de derrota e fracasso!

Veja! O que Jesus disse não é nenhum absurdo! Absurdo é uma empresa, uma sociedade, um pai valorizar aquele que é ambicioso, aquele que não tem escrúpulo, aquele que vive mais da aparência do que a própria competência.

Imagine uma política onde as pessoas exercessem o poder para o serviço. Imagine se nossos filhos ao invés de educados para serem os primeiros, fossem educados para a solidariedade e respeito ao outro! Imagine se as empresas conseguissem enxergar a competência de um funcionário honesto? Teríamos com certeza uma sociedade mais justa!

Por isso as palavras de Jesus é um consolo a todos os que sofrem injustiças e que têm coragem de enfrentar os falsos paradigmas criados na sociedade.

Jesus finaliza a formação de seus discípulos tomando um menino, colocou-o no meio deles; abraçou-o e disse-lhes:

“Todo o que recebe um destes meninos em meu nome, a mim que recebe; e todo o que recebe a mim, não me recebe, mas aquele que me enviou”.

Você já viu uma criança preocupada com o amanhã? A criança vive do momento, do presente. Ela confia nos pais! Se estiver triste chora e já se alegra! Se estiver magoada logo perdoa e tudo volta ao normal! As crianças vão aonde os pais vão e fazem o que os pais fazem!

Receber um menino em nome de Deus significa ser como uma criança não na ingenuidade e sim na confiança plena que tudo está nas mãos do Pai! Viver o hoje com a certeza que o amanhã depende do Pai! Aonde o Pai levar será o melhor lugar! O que o Pai fizer será sempre para o seu bem. Confiança é um ato de fé e despojamento.

Acolher Jesus na total confiança é experimentar o quanto é bom estar nos braços do Pai! Nos braços do Pai todos somos primeiros. Nos braços do Pai os pequeninos: marginalizados, pobres, últimos na sociedade são os privilegiados!

Gilberto Ângelo Begiato

http://gilbertobegiato.blogspot.com.br/

Gilberto Ângelo Begiato
Enviado por Gilberto Ângelo Begiato em 17/09/2012
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