LOUIS BERKHOF, O CONHECIMENTO E A EXISTÊNCIA DE DEUS.

LOUIS BERKHOF, O CONHECIMENTO E A EXISTÊNCIA DE DEUS.

Louis Berkhof em seu livro de Teologia Sistemática (Primeira Parte: A DOUTRINA DE DEUS, I. A Existência de Deus, B. Prova Bíblica da Existência de Deus, 1983, pág. 21), diz que “Não há sentido em falar-se do conhecimento de Deus, se não se admite que Deus existe”. Pensei em no que ele falou e resolvi escrever a minha impressão sobre o dito. É certo que Louis faz uma afirmação digna de ser refletida, pois não podemos conhecer falsidade, só podemos conhecer verdade. Na minha ponderação faço alguns questionamentos: Como alguém poderá discutir uma ideia formulada, um conhecimento construído, do qual, ele próprio, não acredita na existência do objeto do problema, motivação da construção do tal conhecimento? Como falar do conhecimento construído sem acreditar na existência de quem o construiu, sem acreditar na existência do sujeito do conhecimento? Como dizer da verdade que se faz revelada para o conhecimento, sem antes admitir a existência de sua fonte? Então, da construção do conhecimento de Deus a partir da observação que Dele fazemos em Sua revelação e criação, dizer contrário ao conhecimento que se forma a partir Dele, tomando-o como inválido por não acreditar em Sua existência, isto é impróprio como obtenção de prova ao que se mostra como verdadeiro. Verdade é independentemente de quem a diz como sendo, mas quem a define como sendo é o sujeito que observa o objeto e diz de sua verdade. O conhecimento verdadeiro é justificável após verificação de sua exposição diante do observável objeto pelo tal sujeito observador. O conhecimento da verdade é pelo que é independente de quem o criou, mas diz-se do que se mostra como conhecimento da verdade para ser verdade enquanto verdade. E deixará de ser verdade enquanto verdade, quando em sua variação, o falso for encontrado falseando a verdade. Mas, como dizer do falso sem o objeto do conhecimento ser observado e pensado pelo sujeito que diz do que é verdadeiro eliminando o falso? Como disse, não conhecemos falsidade, mas dizemos da verdade por ser a única forma que se pode conhecer como verdadeiro. Se dissermos sobre algum conhecimento, dizemos do que obtivemos de verdade e nunca de falso. Faço mais uma pergunta: Como dizer do conhecimento de Deus, sem Nele acreditar como existente? Percebam: Se discutimos algum tipo de conhecimento, então, no mínimo, devemos crer na possibilidade da existência do seu objeto como verdade a ser comprovada. Também, não se discute o conhecimento formulado por um sujeito do conhecimento que não se possa existir como objeto do conhecimento. Finalizo: Se falamos do conhecimento de Deus em seu objeto, creiamos que Ele existe como sujeito deste conhecimento.

Ricardo Davis Duarte

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