Evangelismo pessoal à arma mais poderosa

O evangelismo pessoal, tema que hoje gostaria de abordar, é sem duvida a maior arma da igreja para ganhar almas e a mais temível pelo diabo. Evangelismo pessoal, dentro do circulo das nossas amizades, é falar de Jesus e levar as pessoas a comparar as nossas palavras com a nossa vida.

Se perguntarmos a cada crente como teve conhecimento do evangelho, vamos ver que uma maioria esmagadora foi através de alguém que lhe falou de Jesus, algumas vezes com um convite para vir a um culto, outras vezes apenas com umas palavras amigas acerca de quem Jesus é.

Sem menosprezar nenhum dos outros métodos evangelísticos, até porque a meu ver complementam-se, gostaria de estabelecer algumas comparações para entendermos o porquê da suprema importância do evangelismo pessoal.

O Evangelismo por alistamento é o método através do qual se colocam numa lista um grupo de pessoas, potencialmente interessadas no evangelho para posteriormente serem contactadas e evangelizadas. Este método utiliza frequentemente para o alistamento um inquérito onde as pessoas mostram interesse ou indiferença para com o evangelho.

As estatísticas são fortes indicadores do fracasso deste método. Em cada 5 pessoas matriculadas consegue-se conquistar apenas uma. No entanto 80% de todos os que são matriculados, nunca se convertem. Na melhor das hipóteses em cada mil pessoas o evangelismo por alistamento não poderá conquistar mais do que 33 pessoas.

Dentre outros os primeiros resultados negativos são todos aqueles que recusam matricular-se. É de salientar que o número dos que aceitam matricular-se nunca ascende os 10% e que desses 10% muitos desistem.

Outro grande mal do evangelismo de alistamento é que regra geral faz seguidores da igreja e não seguidores de Cristo. Aceitam a igreja em vez de aceitarem Cristo, são baptizados por ser normal dentro do grupo de igreja ao qual pertencem em vez de obedecerem a um mandamento do Senhor, são membros de igrejas locais sem nunca pertencerem ao corpo de Cristo e provavelmente muitos deles nem saberão o que é isso. Citando Gene Edwards “teremos de deixar de convidar os perdidos para virem à igreja. Teremos de começar a convidá-los para virem a Cristo!”. Assim sendo a igreja que deveria ser a noiva de Cristo passa a ser com o tempo, um clube onde um grupo de amigos se encontra.

No evangelismo em massa por oposição ao evangelismo pessoal , o evangelista é sempre o emissor e tem muitos receptores. Por isso muitas vezes torna-se pouco directo, uma vez que estando por exemplo numa assistência de 600 pessoas em que 50 são incrédulos, não é muito difícil que esses mesmos 50 estejam a admirar o tecto falso, o ar condicionado, a farpela do orador, etc.

O evangelismo pessoal está de forma mais declarada, ligado à ordem de Cristo em MC 16:15 "E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura." Pois a expressão é ide e pregai, não trazei os descrentes a ouvir a pregação. Não estou de forma alguma defendendo que a pregação do evangelho deve ser minimizada ou retirada, no entanto, tem um outro valor chegar com o evangelho até onde os descrentes estão. Há alguns anos atrás aconteceu, com a equipa de campanhas e reuniões no exterior à qual pertenci á treze anos, uma situação interessante. Tínhamos saído para fazer um grande culto ao ar livre no anfiteatro ao ar livre em S. João da Pesqueira. Levamos um conjunto com música para tocar ao vivo, bastante aparelhagem de som e durante mais de uma hora estivemos a montar todo aquele equipamento, colocando logo que possível música a tocar e anunciámos com alguma frequência o culto. Começamos o culto, tínhamos os crentes do Pinhão e da Pesqueira em peso naquele lugar e alguns descrentes que ficaram para nos escutar. O dia que estava bonito de repente tornou-se escuro e quando já íamos a meio do culto começou a cair um grande aguaceiro. O mais rápido que conseguimos abrigamo-nos debaixo do alpendre de um prédio que havia ao lado daquele anfiteatro, levamos todo o equipamento para aquele lugar. Como era verão e aquele aguaceiro era totalmente inesperado, muitas pessoas correram de vários locais do centro daquela pequena vila para aquele alpendre. Juntou-se ali muita gente. E nós estávamos falando entre nós o que vamos fazer? De repente eu olhei e tive como que um flash. Nós aqui num grupo, os descrentes (talvez mais de uma centena) espalhados pelo resto do alpendre, abrigando-se também da intempérie. Então eu disse, nós viemos fazer o culto estamos aqui, os descrentes estão ali, eles estão calados nós conversamos uns com os outros. O Ev. Adelino Tavares que era o responsável pela equipa e era também o pregador da reunião percebeu de imediato e disse se eles estão ali e nós aqui então nós estamos no local errado. Aproximou-se das pessoas e pediu um pouco de atenção a todos. As pessoas não podiam sair pois chovia mesmo muito, então a suas opções era ouvir a pregação do evangelho ou sentir toda aquela chuva. Para concluir gostava de referir que muitas pessoas ouviram a palavra de Deus porque estava a chover. Infelizmente não há em todos os lugares em que nos reunimos ao ar livre alpendres e também não chove em todos os cultos deste tipo! Caso não tivesse acontecido este contratempo, apenas algumas poucas pessoas estariam no culto e dessas algumas desmobilizariam na altura da mensagem.

No evangelismo em massa as pessoas não têm possibilidade de dizer:

- importa-se de repetir que eu não compreendi! Ou então - não estou a perceber o que quer dizer com esta ou aquela expressão!

Assim, as pessoas por vezes podem não fazer a sua decisão por Jesus devido a não poderem compreender a mensagem entregue pelo orador e este também não pode perceber que o seu ouvinte não a percebeu, de forma plena.

Quando falamos de evangelismo em massa implica uma predisposição muitas vezes inexistente pois, o ouvinte tem que se deslocar até ao local em que o pregador irá expor a palavra de Deus. Quando falamos de evangelismo pessoal o evangelista desloca-se até ao local em que se encontra o descrente e no local onde está e da maneira em que está este entrega-lhe o recado de Deus.

O evangelismo pessoal é o método para se conseguir o que está escrito em AT 2:47 "Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.", usando de forma literal este texto poderia eu dizer que na pior das hipóteses entregava-se por dia em média uma pessoa, pois eram acrescentados todos os dias. Para conseguirmos isso, no sistema de conversões apenas nos nossos templos, partindo do princípio que o culto forte de evangelismo onde se entregam normalmente as pessoas é o de domingo à tarde eu diria que em todos os domingos deveríamos ver, pelo menos,14 decisões, partindo do princípio que apenas ficaram na realidade na igreja 50%. Parecem-me valores desfasados da nossa realidade. Provavelmente confiamos demais no poder do púlpito e descoramos o poder do evangelismo cara a cara. No nosso país e num passado não muito remoto, a obra do Senhor multiplicou-se com pessoas que não se cansavam de falar de Jesus, do que viam e ouviam, o pregador, muitas vezes sem qualquer tipo de preparação, limitava-se a fazer um convite simples para a salvação. Como as pessoas já tinham compreendido o plano da salvação e estavam desejosas de aceitar Jesus, em cada Domingo haviam várias decisões.

Muitos poderão dizer, mas afinal porque será necessário tanta gente a falar de Jesus se temos pessoas bem preparadas para o fazer do púlpito? A melhor resposta a esta pergunta parece-me ser porque foi este o plano de Deus. Neste tempo não queres tu estar dentro do plano do divino mestre?

Cristiano Batista dos Santos
Enviado por Cristiano Batista dos Santos em 24/01/2013
Reeditado em 21/04/2013
Código do texto: T4102911
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