O EVANGELHO DO FILHO DO HOMEM

LUCAS: O EVANGELHO DO FILHO DO HOMEM

O filho do homem veio para procurar e salvar o que se perdera

O Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas é conhecido como “a mais bela obra do mundo”. Os que conhecem, intimamente, a Mensagem do livro e a maneira de Lucas a apresentar não querem contestar essa opinião. A destra pena do escritor, para introduzir a transcendente historia, leva-nos a presenciar a visita de Deus ao lar de Zacarias e Isabel, na região montanhosa de Judá. Conta também Ele visita a estrebaria, em Belém, e narra como nos campos de Belém aparece a multidão da milícia celestial, aclamando com infectável júbilo o nascimento do Salvador. Como se diz acerca desse livro: “A dulcíssima história está narrada de maneira dulcíssima”.

Os quatro Evangelhos

Fala-se em “quatro Evangelhos”, apesar de, realmente, existir um só, justamente como há sete arcos, cada um de cor diferente, em um só arco-íris. Pode-se dizer, também, que os quatro Evangelhos são como os quatro muros da Nova Jerusalém, que João viu em visão. Todos esses muros, com suas três respectivas portas, olham em sentidos diferentes, contudo todos cercam e guardam uma só cidade de Deus. Assim os quatro Evangelhos olham, também, em sentidos diferentes. Cada uma tem seu próprio aspecto e inscrição, e todos juntos descobrem um só Cristo, “que é, que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso”. “Há diversidades de operações”, também, em escrever Evangelhos, mas é o mesmo Espírito “que opera tudo em todos”.

Mateus descrevera Jesus como Rei, salientando Sua majestade. Marcos O apresentara como o Servo do Senhor, dando ênfase a Seu poder. Lucas, então, apresentou-o como o Filho do homem. Destacando Sua humanidade. João focalizou-o, depois, como Deus, chamando nossa atenção para a Sua divindade.

O autor do terceiro Evangelho

Lucas, “o médico amado” (Col. 414), a pena que Espírito Santo usou para escrever este livro, não era um dos apóstolos, como se diz comumente. Nem era discípulo, quando Cristo andava neste mundo. (Compare Luc. 1. 1,2) Mas, depois de se converter, foi colaborador e amigo íntimo e amado do apóstolo Paulo, acompanhando-o na maior parte das viagens missionárias. Foi-lhe, também fiel companheiro na prisão de Cesaréia e depois na de Roma, Col. 4.14; Filem. 24 Lucas era de descendências judaica. O bom estilo do grego que escreveu índica que era judeu da dispersão. Conforme a tradição era judeu de Antioquia, como Paulo o era de Tarso. Entre os escritores antigos, somente Gregório afirma que Lucas morreu mártir.

A data do livro de Lucas

Foi, talvez, durante o tempo da prisão em Roma, que Lucas teve vagar para escrever seu Evangelho e, também, Atos dos apóstolos. Os eruditos, geralmente, concordam que foi entre os anos 63 a 68. Quanto Igreja deve às prisões pelos preciosos escritos que possui atualmente.

As divisões do livro

Lucas tem sete principais divisões: I. A introdução do evangelista, 1.1-4. II. O parentesco humano de Jesus, 1.5 a 2.52. III. O batismo, genealogia e provocação de Jesus, 3.1 a 4.13. IV. O ministério do Filho do homem, da Galiléia a Jerusalém, 9.51 a 19.44. VI. O Filho do homem é rejeitado como Rei e crucificado, 19.45 a 23.56. VII. A ressureição, o ministério depois da ressureição e a ascenção do Filho do homem, 24.1-53.

O versículo-chave do livro

João trata da divindade dAquele que é homem. Mas Lucas representa ao vivo a humanidade dAquele que é divino. A frase chave é “o Filho do homem”, 5.24; 6.5,22; 7.34; 9.22,26,44,56,58; etc. O versículo chave é: “O Filho do homem veio para procurar e salvar o que se perdera”, cap. 19.10. É com esse intento, de destacar Jesus como o Filho do homem, que Lucas narra os eventos, salientando a humanidade de Jesus. Sua genealogia é traçada até Adão. É esse Evangelho que registra mais detalhadamente os eventos na vida de Sua mãe, do Seu nascimento, da Sua infância e da Sua mocidade. São as parábolas de Lucas que têm mais cor humana. Contudo Lucas não se esquece, de forma alguma, da superabundante glória da divindade e da majestade de Jesus Cristo. (vede, por exemplo, capítulo 1.32-35).

O encanto do Evangelho de Lucas

As narrações de Lucas nos arrebatam por seu interesse humano. São histórias de eventos na vida humana, eventos comoventes, eventos cheios de alegria e de tristeza, cheios de cânticos e de lágrimas, de louvor e de oração.

É só Lucas que descreve o nascimento e a meninice de Jesus Cristo e de Seu precursor, lançando um grande e significativo halo de glória sobre a infância de todos nós.

O livro de Lucas é notável pelos cânticos registrados. Há, ao menos, seis: Ave-Maria do anjo Gabriel......

É Lucas que marca as datas mais plenamente.

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O livro de Lucas é, também, o Evangelho do pobres e dos humildes como se descobre no cântico de Maria, no nascimento do Rei dos reis em uma estrebaria, na vida do precursor do Rei no deserto, na parábola do néscio rico, na história do rico e Lázaro e no óbulo da viúva.

Grande eterna é a perda daqueles que não conhecem intimamente o Evangelho segundo Lucas. Que O Espírito Santo abra nossos olhos para ver a admirável beleza da “mais bela obra do mundo”! Então podemos levar os alunos de nossa Escola /dominical, e os membros da nossa Igreja, a contemplarem praticamente a beleza que é verdadeira, que é eterna e que nos encanta mais. “Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito”, João 15.7.

LUCAS: O EVANGELHO DO FILHO DO HOMEM

Comentário sobre O Evangelho Segundo Lucas

O. S. BOYER
Enviado por Pedro Prudêncio de Morais em 25/02/2013
Código do texto: T4158684
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