3º QUARESMA “Mas se não vos arrependerdes....”

3º QUARESMA

“Mas se não vos arrependerdes....”

Palavra da Liturgia – Lc 13, 1 – 9

Celebremos neste domingo a paciência e misericórdia de Deus que é também Justo!

A Leitura deste final de semana relata dois fatos acontecidos no tempo de Jesus que era visto como uma desgraça: a morte de certos galileus por Pilatos e a Torre de Siloé que caiu matando pessoas.

Naquele tempo uma tragédia era visto como castigo de Deus!

Jesus enfrenta este paradigma citando os dois fatos acima dizendo aos seus ouvintes que se não se arrependessem pereceriam do mesmo modo. Pois, disse Jesus, que os que morreram nestas tragédias não eram mais culpados do que seus ouvintes.

Em outras palavras Jesus nos ensina que a pior tragédia na vida de uma pessoa é não se converter! Se achar que é melhor que os outros e que não possui pecado! É aquele que julga o irmão, mas não enxerga sua própria miséria!

A conversão não é algo adquirido uma vez por todas. Trata-se de um processo permanente: consiste fundamentalmente em deixar o mal e fazer o bem. É um voltar constante a Deus, ao próximo, ao mundo e a si mesmo.

Então Jesus cita uma comparação com a Figueira. Disse que um homem plantou uma figueira e que após três anos ela não produziu frutos. Então ordenou ao viticultor que a cortasse, pois ocupava inutilmente o terreno. Ao que o viticultor pediu que deixasse mais um ano, pois ele adubaria a árvore para quem sabe talvez agora produzisse frutos, então caso contrário, cortá-la-ia.

A figueira é uma árvore que naquele tempo representava a prosperidade e paz. Dava frutos duas vezes ao ano e comumente era cheio de folhagens. Não é uma árvore exigente e por isso mesmo em solo fraco e pedregoso ela prospera. Começa a brotar muito cedo. Seus frutos o figo serviam como remédio. Tem tronco retorcido com casca clara. A ramada se estende em todas as direções e tem folhas com cinco pontas facilitando seu uso para apoiar a videira. Além da árvore da Vida e da árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, a figueira é a única árvore citada pelo nome no jardim do Éden.

Concluindo: era praticamente impossível encontrar uma figueira que não fosse de alguma forma produtível e utilizável.

Além da oliveira, da videira e do espinheiro, a figueira é uma ilustração de Israel, do judaísmo.

Israel e nossa vida são como a figueira! Deus na sua infinita bondade e fidelidade nos encheu de frutos para que partilhemos com os irmãos e irmãs. Frutos de santidade e de prosperidade. Deus pacientemente espera pelos nossos frutos.

Portanto a pergunta é: “Estou sendo fecundo ou estou ocupando inutilmente o terreno neste mundo?”.

Quando Adão pecou e se viu nu preferiu se esconder e cobriu-se com folhas de figueira. O Senhor quer que não escondamos através de desculpas e leis e sim viver a graça que é Jesus Compassivo e Misericordioso e pedirmos: “Tende piedade de nós!”.

Que lancemos fora a nossa religião inoperante e passemos a desfrutar da grandeza de Deus, pois Ele é fiel para nós!

Conversão é mudança! O progresso pode estar na coragem de mudar. Isto exige honestidade e uma boa dose de vontade. Mudança não se faz apenas por desejo, mas principalmente por atitudes de iniciativa própria.

A mudança que desejamos, devemos antes nos tornar. Portanto mais importante do que exigir mudanças é saber se eu estou disposto à inconveniência em aceitar minhas próprias exigências. Por isso toda conversão que se preza é interior. Exigir do outro (exterior) pode ser hipocrisia.

Este tempo de quaresma é um tempo propício para reconhecer nossas falhas e pecados. Tempo necessário para produzir frutos de boas obras. Tempo de adubar e preparar nosso coração para a graça e conversão.

Gilberto Ângelo Begiato

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Gilberto Ângelo Begiato
Enviado por Gilberto Ângelo Begiato em 25/02/2013
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