BENTO XVI

BENTO XVI foi eleito Papa em 2005, chegou ao ápice do catolicismo ofuscado pelo seu antecessor, João Paulo II, que, ao longo de 25 anos de papado, conquistou e cativou o coração e a alma de milhões de fiéis; carismático e de grande poder de comunicação, logo após a sua morte o povo pedia sua canonização : “santo súbito”. Conviver com isso não deve ter sido fácil.

Bento XVI, alemão de origem, não possuía os atributos populares de seu antecessor. No início era visto com “desconfiança”, uns o criticavam por ser “conservador”, outros o viam como “progressista”. Apenas um ponto em comum com João Paulo II era comentado pelos críticos : “ambos cerceavam os novos rumos dados pelo Concílio Vaticano II”.

Aos poucos, Bento XVI foi ocupando o seu espaço, “tomando o mingau pelas beiradas” e sua cultura e intelecto começaram a chamar a atenção e a demonstrar que não era somente um homem de Deus, mas com conhecimentos profundos do mundo dos homens.

Bento XVI assumiu o papado de forma discreta, mas deixa-o de forma brilhante, dando uma demonstração inequívoca de altruísmo e desapego ao PODER, exatamente dentro de um ambiente onde a luta pelo poder é marcante e secular.

Aquele homem franzino, frágil e delicado entra para a história do papado com a coragem e o atrevimento de grandes guerreiros : teve a coragem de renunciar ao cargo ! Quem diria ...

Bento XVI dá um “tapa de luva” no rosto dos egoístas, dos apegados, dos arrogantes. João XXIII convocou o Concílio Vaticano II para “renovar os ares da Igreja”, Bento XVI renuncia ao papado para que o Espírito Santo assuma a direção do novo conclave e execute a renovação da Igreja e coloque-a no lugar devido : sob a orientação direta de Jesus !

Bento XVI inaugura um novo tempo na Igreja Católica : o tempo onde se entende que a Igreja e o povo de Deus são mais importantes do que todo o RESTO.

Parabéns ao Senhor Joseph Ratzinger, Papa Emérito.

Leandro Cunha

28/02/2013.