Ser Igreja: Um desafio!

“Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me;” (Mt. 16.24)

O desafio de “ser igreja” vai muito além de uma estrutura puramente religiosa e que repleta de axiomas, retira dos fieis a condição de refletirem o caráter de Cristo. Vai além também, da visão de se tornar uma mega igreja, rica ou estar na mídia. Para a Igreja viver o desafio do “Ser”, ela precisa abandonar o “Ter”. Não que ela não possa “ter”... Contudo, no maravilhoso processo do “Ser”, o “Ter” se torna resultado prático daquilo que ela é. Ao observar esse contexto, fatalmente somos levados a pensar que o resultado do que temos visto está ligado às motivações do coração. Somos resultado daquilo que pensamos, falamos e cremos! Precisamos então refletir e levantar questionamentos: O que temos sido? Para onde estamos indo? Estamos de fato cumprindo a nossa missão?

A Igreja precisa deixar de seguir ela mesma, para caminhar na direção dos passos de Cristo. Ela precisa abrir mão dos seus desejos e vontades para receber a vontade plena do Senhor Jesus. Quando olhamos para a Igreja em sua origem, vemos que ela não ficou restrita em si mesma, mas, teve uma profunda atuação na sociedade. Suas ações foram profundas e determinantes para a salvação de muitos; ela caiu na graça do povo (At. 2.47). A Igreja primitiva viveu para servir e o fez com excelência, deixando marcas profundas de transformações que se fazem refletir ainda hoje. Precisamos nos inquietar e avaliar nossa atuação como Igreja! Tenho feito diferença na minha congregação? Minha igreja está fazendo diferença na sociedade? Na minha cidade, estado, nação e no mundo? Em Mateus 5. 13-16 Jesus afirmou que a Igreja é sal e luz do mundo. O sal precisa salgar e a luz brilhar. A Igreja salga e brilha quando supre as necessidades do mundo. Tais necessidades foram supridas através de Jesus em seu ministério, pois assim lemos em Mateus 5. 35,36: “E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. E, vendo as multidões, teve grande compaixão delas, porque andavam cansadas e desgarradas, como ovelhas que não têm pastor.”

Essa é a missão integral e o grande desafio para a Igreja. É a encarnação dos valores do reino de Deus que se redundam no testificar do amor e a justiça que foram revelados em Jesus Cristo. É a manifestação plena desse vivo organismo de Deus na terra, que no Poder do Espírito Santo gera transformações em seu contexto, nos aspectos espiritual, pessoal e social. Essa é a Igreja que vive a plenitude do “Ser”, pois, comunica o Evangelho de forma plena. Na vida dessa igreja se cumprem as verdades descritas no Salmo 146. 7-9: pois ela “faz justiça aos oprimidos e dá pão aos que têm fome; que liberta os encarcerados, abre os olhos aos cegos, levanta os abatidos, guarda o peregrino, ampara o órfão e a viúva".

A sociedade precisa de respostas e a Igreja tem a estrutura necessária para respondê-la. O mundo precisa ser transformado e a Igreja tem o “Poder” para ver cumprido esse milagre. Contudo, para o cumprimento dessa missão ela precisa se tornar de fato Igreja, “Ser Igreja”.