"Todos os caminhos levam a Roma".

No mundo em qual vivemos vários caminhos são-nos apresentados diariamente nas diversas situações da vida. Se focalizarmos as questões religiosas, - não me refiro a questões bíblicas-, muitos poderiam afirmar: Todos os caminhos levam a Roma. Logo, o ecumenismo poderia parecer um bom caminho. Porém, não o é. Seja nas decisões políticas, aonde um dos caminhos conduz à necessidade do combate à fome, situação na qual poderia perguntar-se: Combater a fome comendo cascas ou a polpa da fruta?

Com certeza chamaríamos de maluco a qualquer pessoa que num momento de fome extrema comesse cascas em lugar da polpa de qualquer fruta para matar sua fome. No entanto, ao longo de milhares de anos ou vários séculos, milhares de pessoas - inclusive cultas - têm procedido de tal forma sem que ninguém achasse estranho ou anormal. Para melhor entendermos tal analogia volvamo-nos sobre a vida do grande pintor que viveu na Holanda numa época em que a prosperidade material e financeira estava no auge naquela região do Planeta. Período dos chamados mecenas.

Ao descortinar-se o passado deste artista conhecido em centenas de Escolas de Artes nota-se através dos relatos biográficos sobre sua vida e obra, onde diversos pesquisadores afirmam que até 1920 havia um número de aproximadamente 700 telas à ele atribuídas, consideradas valiosas. Número que teria diminuído por volta do ano 2000, sem que se saiba - sem que se divulgue, saber muitos deve saber a causa-, ou havia muitas falsificações, ou aconteceu “excesso de desaparecimento” de suas valiosas obras desenvolvidas em grande parte no período barroco na Holanda entre 1606 a 1669.

Barroco: Estilo arquitetônico de forma irregular, caprichosa, muito utilizada no período chamado renascimento, criado por Borromoni. Nome também dado ao estilo característico da literatura e belas artes, onde a extravagância das formas irregulares era acentuada. Ornamentando com capricho a literatura e a música da época.

Quando menciono música, não me refiro a gritaria dos funks da atualidade. Faço um passeio musical na linha do tempo, desde o canto gregoriano criado por São Gregório Magno, por volta de 590 a 604, na qual não havia linha melódica. Era um canto linear, o chamado cantus planus e posteriormente cantochão. Pronuncia de palavras sem a beleza da melodia, largamente utilizado na liturgia católica com frases em latim.

Veio posteriormente o período polifônico iniciado na escola de músicos de Flanders (países baixos); vindo posteriormente a renascença. A introdução do contraponto visível nas obras de J. S. Bach, nas quais Bach escreve e toca o diálogo entre as notas. Uma sobe a outra desce, como uma corrida de “pega pega” estabelecendo um diálogo de extrema beleza. Podem ser percebidos nos seus diversos minuetos e no cravo bem temperado. Ambos do período barroco.

Entre os gregos a música era considerada elemento integrante da vida e do pensamento, fator fundamental da educação do espírito e da formação do caráter. Era parte essencial da formação da juventude. MÚSICA! Não os funk deformadores. O grande estadista André Fletcher afirmou: “Deixe-me fazer a música de um povo e não serão necessárias as leis”.

No Ocidente usam-se funks para deformar o caráter. Como resultado nem leis,nem polícia, nem cadeias conseguem domar as feras deformadas.

Rembrandt recebeu a educação básica, posteriormente matriculou-se num centro de cultura humanística e teológica. Cultura humanística, não foi “escola de funk”. Por conta deste contato com a teologia, suas obras eram recheadas de retratos de homens bíblicos como: Jacó abençoando seus netos, a mulher adúltera, Julgamento de Sansão e Dalila, Apresentação no Templo, e o famoso quadro de Jesus em Emaús, tendo então relativo conhecimento sobre Deus.

Foi lançado há alguns anos numa parceria entre a Revista CARAS e o HSBC: “As pinturas mais valiosas do mundo”. No volume 23 aparece uma chamada na capa a qual me fez refletir sobre o tema deste artigo: “Cristo em Emaús” obra do ano 1648, de valor inestimável, no mundo artístico, faz parte do acervo do Museu do Louvre em Paris, na França.

Transcrevendo trecho sobre a obra:

“Ao todo Rembrandt pintou 23 obras, (...) Cristo em Emaús é considerada a mais bem acabada do gênero. Os gestos intensos dos discípulos ressaltam a importância do momento e a natureza sobrenatural de Jesus. A personalidade divina de Jesus se impõe sobre seus companheiros, e sua paz é irradiada em todo o ambiente. A escuridão se funde com a luz formando uma penumbra mística, impedindo a nitidez das formas. Como aconteceu com outras obras religiosas do artista, essa obra não conseguiu um comprador interessado, já que, na Holanda do século XVII, o gênero bíblico tinha deixado de constituir uma categoria importante para a pintura. A burguesia morava em casas menores que pediam obras com motivos de animais, paisagens ou de costumes”.

Deste curto trecho muitas revelações podem ser observadas e contrastadas com a realidade do mundo pos moderno. Era da velocidade da informação, dos funks.

1. Os temas bíblicos são fortes, valorizados e bastante utilizados em todas as áreas da vida humana desde milhares de anos seja como história, artes ou temas sociológicos. Com intenção de agregar prestigio dinheiro, status, nada de salvação;

Os humanos não perdem a oportunidade de ganhar dinheiro inclusive em cima do conteúdo bíblico materializado daquilo que é espiritual, sem, no entanto desejar qualquer vínculo com as verdades Cristocêntricas embutidas no quadro que pintam ou descrevem. Rembrandt pintava o lado material, emocional nos relacionamentos de Jesus, porém não conseguiu captar a mensagem espiritual que cada trecho passava. No entanto, os compradores de suas obras estavam interessados mais em paisagens, animais e costumes da sociedade que no próprio Jesus, o Filho de Deus;

2. Via de regra, em todas as épocas, os humanos valorizam mais os aspecto externos e irrelevantes da vida em detrimento do ponto de vista espiritual do conteúdo da palavra de Deus. Claramente perceptível nas afirmações: “Os gesto intensos dos discípulos ressaltam a importância do momento e a natureza sobrenatural de Jesus”. Os humanos bastante desumanos, sempre estão mais interessados nos gestuais, na aparência, no sobrenatural, no que é sensacionalista, do que na presença e ação de um Deus Criador e sustentador do Universo e da própria vida. Valorizam o que até pode ser bom, em detrimento daquilo que é excelente, essencial à vida com qualidade e dignidade. Em Julho o papa vem aí. Qual o foco que tem recebido destaque pelos noticiários? A salvação de Jesus para todas as pessoas, em todas as classes sociais ou a visita do papa para um grupo de crianças paupérrimas? Quem é o foco? O Cristo que salva? Ou o homem a visitar homens?

3. Foca-se a noção de escuridão que um ser humano tem, a qual nem sempre é a real. Liga-ser escuridão a ausência da luz física. No entanto existe outra dimensão de escuridão mais dramática que é a ausência da direção divina, ausência de se ter Jesus no controle de toda e qualquer situação, seja boa ou desagradável.

A escuridão provocada pela ausência de Jesus o Salvador da vida, da alma é uma escuridão catastrófica. A mais perigosa de todas as espécies de escuridão.

4. Os seres humanos da época de Rembrandt não conseguiam relacionar escuridão à falta de direção divina, apenas a relacionavam a um tom ou cor na tela. Não visualizar a escuridão com a ausência da luz verdadeira que é o próprio Jesus, a qual transcende a luz do sol ou luz artificial, pode gerar os maiores tropeções a vida e existência para os quais nem sempre há remédio. Não aceite a escuridão apenas como ausência de Jesus. A pior escuridão é a ausência de Jesus e sua clara direção para um viver com bons propósitos, mais valioso que qualquer obra de arte;

5. Nas pinturas de Rembrandt avalia-se e exalta-se um redentor de tinta, esquecendo-se do plano redentor de um Jesus capaz de tornar viva a fé, as esperanças, e o amor ao próximo. Observação extrema para coisas materiais incapazes de dar continuidade à vida no plano espiritual;

6. A frase: “A arquitetura alta e a luz do forno para pão exaltam a figura do redentor”. Um trabalho artístico voltado para um Cristo morto, feito de tinta na tela ou no papel, cuja única finalidade é retratar um ambiente físico, onde há um forno para pão, mas não há espaço para o Pão da vida, Cristo Vivo. Exalta-se a luz ambiente em detrimento da luz divina capaz de dissipar as trevas da alma que é a pior ausência de luz a que um ser humano pode se submeter;

7. Rembrandt foi um excelente pintor. Porém, pelo visto não conseguiu captar a imagem redentora do Cristo Vivo, único pão que dá vida que não se acaba.

Cristo no caminho de Emaús só fará diferença se ele entrar pelo Emaús de sua vida, o seu caminho particular. Não se contente com pouco, quando podes ter mais. Não se satisfaça com um Cristo na tela acrílica quando ele deseja ser o Cristo vivo no centro da tela de sua vida: A única tela que não pode ser vendida nem falsificada, mas pode ser destruída se Cristo não estiver vivo no seu centro.

Este é o Cristo que a humanidade rejeita, porém, precisam conhecê-lo, se é que não desejem passar-se por malucos no combate à fome espiritual. Somente um maluco comercia cascas ao invés da polpa.

Quando se aceita um Cristo de tinta na tela, um Cristo morto pendurado na cruz, ou um Cristo de concreto no alto da montanha, mesmo que seja na cidade maravilhosa; se aceita também comer as cascas e jogar fora a polpa do melhor alimento espiritual, que é o Cristo vivo.

O Cristo Vivo disse: “Eu sou o Caminho, a verdade e a vida.

Não apenas um caminho qualquer, como dizia aquele malfadado adágio: “Todos os caminhos levam à Roma”. Porém, só Jesus, o único caminho para levar os humanos a Deus. “Porque há um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” I Timóteo 2.5; “Em nenhum outro há salvação, a não ser em Cristo Jesus” Atos 4.12.

Glória a Deus.

Aleluia!

nana caperuccita
Enviado por nana caperuccita em 21/05/2013
Reeditado em 24/05/2013
Código do texto: T4301443
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