9º COMUM ANO C “Tamanha Fé”

9º COMUM ANO C

“Tamanha Fé”

Palavra da Liturgia – Lc 7, 1-10

Terminamos o Tempo Pascal, passamos pelas importantes festas: Ascensão do Senhor, Pentecostes e Santíssima Trindade.

Estamos de volta ao Tempo Comum, e parece que agora as coisas vão tomar um rumo mais tranqüilo, mas só parece, na liturgia deste Domingo veremos uma história de humildade e fé.

A palavra relata que Jesus havia concluído todos os seus discursos e entrou em Cafarnaum.

Um centurião pede que alguns anciãos dos judeus rogassem a Jesus que curasse um servo seu o qual muito estimava e estava à morte, ou seja, muito enfermo.

Centurião, no tempo de Jesus, era o comandante de uma legião de 100 homens. Corresponde a um capitão de hoje, mas ainda com mais autoridade.

Os anciãos aproximaram e rogaram-lhe encarecidamente: “Ele bem merece que lhe faças este favor, pois é amigo da nossa nação e foi ele mesmo quem nos edificou uma sinagoga”.

Jesus então foi com eles. E já não estava longe da casa, quando o centurião lhe mandou dizer por amigos seus:

“Senhor, não te incomodes tanto assim, porque não sou digno de que entres em minha casa; por isso nem me achei digno de chegar-me a ti, mas dize somente uma palavra e o meu servo será curado. Pois também eu, simples subalterno, tenho soldados às minhas ordens; e digo a um: Vai ali! E ele vai; e a outro: Vem cá! E ele vem; e ao meu servo: Faze isto! E ele o faz”.

Ouvindo estas palavras, Jesus ficou admirado. E, voltando-se para o povo que o ia seguindo, disse:

“Em verdade vos digo: nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé”.

Voltando para a casa do centurião os que haviam sido enviados, encontraram o servo curado.

Três aspectos desta passagem servem como modelo de caminhada no exemplo do Centurião: o amor, a humildade e a fé.

Ser humilde é não se sentir melhor que ninguém, é tratar o outro como igual. A humildade é a base de todas as virtudes.

A humildade nos ensina que não somos nós que mandamos em Deus, mas é Ele que nos guia e leva. A fé nos ensina que o possível pertence a nós e o impossível a Deus. A melhor forma de realizar o possível é através do amor. Quem ama compreende muito mais do que ordena.

Para os anciãos, o centurião (gentio) era merecedor por ter prestado um favor à nação ao construir uma sinagoga. Para Jesus o centurião era merecedor pelo amor que Deus tinha por ele e por todos. A admiração de Jesus foi unicamente pela humildade que fez do centurião um homem de enorme fé. O amor de Jesus não tem rótulos e nem é interesseiro. Deus ama a todos. Se dependesse de nossa dignidade como religiosos seríamos os menos preparados para entender que se existe algum merecimento é da gratuidade de um Deus que não faz distinção de pessoas.

Que a eucaristia nos ajude compreender que o preconceito, o exclusivismo, o “se achar melhor ou mais especial” só pode ser sentimentos de um grupo que por falta de humildade e amor o torna tão diferente de Jesus.

Na mesa do pão consagrado repetimos a sábia frase do centurião não com os lábios e sim com o coração:

“Senhor, eu não sou digno que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e eu serei salvo.”

E que tenhamos tamanha fé para compreender que não somos melhores que ninguém.

Gilberto Ângelo Begiato

http://gilbertobegiato.blogspot.com.br/

Gilberto Ângelo Begiato
Enviado por Gilberto Ângelo Begiato em 27/05/2013
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