A Judiação da Judaização do Cristianismo

Parece-me que o "muito saber" acaba por confundir e complicar muito a cabeça de alguns cristãos hoje em dia... É tanta coisa desnecessária e, sobretudo, a meu ver, sendo usada em horas e em lugares errados. É tanta “judaização” acontecendo no meio evangélico que os próprios cristãos acabam ficando confusos com tantos ritos e costumes, estranhos no ambiente cristão. Por exemplo, a Santa Ceia (A ceia do Senhor) que foi instituída por Jesus Cristo e confirmada pelo ensino do apóstolo Paulo (Mt26.26-29; Mc 14.22-25; Lc 22.19-23; 1Co 11.17-34) faz uma alusão à páscoa judaica, instituída pelo próprio Deus (Ex 12.1-28). A “afinidade” da Ceia do Senhor com a Páscoa judaica é simbólica. Seus elementos são memoriais que apontam para o sacrifício salvífico de Cristo. A Ceia do Senhor é a celebração da vitória de Jesus Cristo sobre a morte; é, por assim dizer, uma “lembrança” do sacrifício de Jesus Cristo na cruz do calvário, em favor de cada um de nós. A Páscoa é a celebração da libertação do povo de Israel do cativeiro egípcio. Analogicamente, ambas se relacionam. Porém, há considerações que precisam ser analisadas: Por que alguns cristãos querem celebrar a páscoa com todos os “ingredientes” do judaísmo? Ainda necessitamos comer das ervas amargas, pães asmos (sem fermento) e sacrificar o cordeiro?

Outra questão, no mínimo “estranha” é o fato de que sempre, em meio ao povo cristão, chamamos o nosso Deus de “Deus”; e de forma mais íntima, “Pai”. Hoje em dia temos observado alguns que passaram a chamar o “Deus-Pai” de ETERNO. Fique claro que “estranho” não é identificarmos Deus como o Eterno, mas chama-lo assim por conta do "Tetragrama Sagrado" YHVH, YHWH ou Yahweh, ou ainda Yavé ou Javé. Sabemos que os judeus ao se depararem com o tetragrama no texto sagrado não o pronunciam por entenderem este ser o Santo Nome do Senhor. Ao invés de YHWH (O Nome de Deus, o Eterno Todo Poderoso), pronunciam Adonai (“meu Senhor” ou “Senhor”), temerosos em pronunciar este nome, para eles, “impronunciável”. O que o Cristianismo tem a ver com esta prática do Judaísmo? É pecado expressar o nome “DEUS”? É desrespeitoso pronunciar o nome de Deus e, por isso, temos que nos dirigir a Ele ou falar sobre Ele como o ETERNO? Ser eterno é um atributo divino ou é o nome de Deus?

O mais “modernoso” hábito entre os cristãos (ai, ai, ai...) é o uso do QUIPÁ (cobertura). O Talmude enfatiza a necessidade de se ter sempre o temor de Deus sobre a cabeça. Por isso, os judeus, em sua maioria, usam o Quipá em ocasiões solenes e de devoção, enquanto muitos outros o utilizam durante todo o tempo. As mulheres usam véu para cobrir a cabeça e, entre alguns ramos mais ortodoxos, requerem que as mulheres raspem a cabeça e usem perucas. Há também o uso do Talit (uma espécie de xale) para cobrir a cabeça nos momentos litúrgicos. O quipá é usado pelos judeus, tanto como símbolo da religião (Judaísmo) como de temor a Deus. Daí, novamente a questão: O que o Cristianismo tem a ver com esta prática do Judaísmo? Se não estivermos com “chapéus” em nossas cabeças estaremos desrespeitando ao nosso Deus? Obrigaremos as mulheres cristãs raparem suas cabeças? O temor e a devoção a Deus estão numa “cobertura” sobre a cabeça?

Há rumores nos bastidores cristãos que a circuncisão tem sido feita em muitos cristãos... Sem palavras não é mesmo? Basta consultar o que é ensinado em Atos 15.1-35, que trata da controvérsia entre os cristãos sobre a necessidade de os novos convertidos circuncidarem-se. Atente-se para a decisão dos apóstolos e dos presbíteros em At 15.6-11 e o parecer de Tiago (12-21).

O Judaísmo tem os seus costumes que devem ser respeitados religiosa e culturalmente. Entretanto, o Cristianismo não pode e nem deve tomar emprestado os costumes judaicos e, principalmente, os seus significados. A Palavra de Deus relata a reprovação do ritualismo religioso.

Deus é o nome daquele ao qual adoramos, louvamos e lhe bendizemos o nome; o Pai de Jesus Cristo o nosso Salvador. Nossa justificação é pela fé em Cristo Jesus, o Senhor. O temor devido ao nosso Deus não está em uma cobertura sobre nossa cabeça e nem tão pouco na extração do prepúcio; mas em nossos corações e mentes. O batismo e a profissão de fé são os nossos sinais de introdução ao Cristianismo. Não necessitamos de ritualismos ou costumes judaizantes no Cristianismo. A judaização é a retroação do Cristianismo. Por isso, a judaização do Cristianismo precisa ser combatida.

PaPeL
Enviado por PaPeL em 01/07/2013
Reeditado em 15/12/2013
Código do texto: T4366593
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