Homilia Pe. Ângelo Busnardo XXXII Dom. Comum (A Fidelidade a Deus/ Ressurreição dos Mortos)

XXXII DOM COMUM

10 / 11 / 2013

2Mc.7,1-2.9-14 / 2Ts.2,16-3,5 / Lc.20,27-38

Aproximadamente cento e oitenta anos antes de Cristo, os gregos tentaram paganizar os judeus. Introduziram imagens de deuses pagãos no templo e organizaram olimpíadas no sábado que, na época, era o dia do Senhor para afastar os judeus da prática religiosa. Parte dos judeus resistiu ao nefasto processo de paganização e foram perseguidos e mortos. 1 Aconteceu também que foram presos sete irmãos, juntamente com sua mãe, e o rei quis obrigá-los a comer carne de porco, proibida pela Lei, fustigando-os com golpes de azorrague e de nervos de boi. 2 Um deles, como porta-voz de todos, disse: “Que vais perguntar e que queres saber de nós? Estamos prontos a morrer, antes que violar as leis de nossos pais” (2Mc.7,1-2). Esta senhora com seus sete filhos sofreu uma perseguição violenta por parte dos inimigos da fé. Mas há outros tipos de perseguições promovidas por pessoas que aparentemente não são inimigas da religião.

Jesus previu que a fidelidade na fé provocaria dissabores entre pessoas com as quais é necessário conviver: 21 O irmão entregará à morte o irmão; o pai entregará o filho. Os filhos se levantarão contra os pais e os matarão. 22 Todos vos odiarão por causa de meu nome. Mas quem perseverar até o fim será salvo (Mt.10,21-22). Nem sempre a perseguição usa a violência física, mesmo assim causa sofrimento para o membro da família que insiste em cuidar da própria salvação, cumprindo suas obrigações para com Deus. São raras as famílias cujos membros são todos fiéis a Deus. Quando somente parte dos membros de uma família pratica a religião, os membros não praticantes colocam obstáculos aos membros fiéis se, em algum momento, se sentem prejudicados pela ausência dos membros praticantes. A mãe vai à missa aos domingos e os filhos que passaram a noite anterior em divertimentos mundanos reclamam porque ela não estava em casa para lhes servir o café na hora em que acordaram.

O anúncio da palavra de Deus deve ser sempre precedido e acompanhado pela oração: 1 No mais, irmãos, orai por nós, para que a palavra do Senhor seja difundida e glorificada como o foi entre vós, 2 para sermos livres dos homens perversos e malvados, pois nem de todos é a fé (2Ts.3,1-2). A palavra de Deus é a boa semente e se ela não for espalhada não pode crescer e frutificar. Mas somente Deus pode mover os corações humanos para que a palavra que lhes é anunciada encontre um terreno fértil que a torna produtiva. Como poucos estão abertos à fé, é necessário anunciar a palavra a muitos para atingir aqueles corresponderão ao chamado de Deus.

Tem fé somente aquele que crê em tudo aquilo que foi revelado por Deus. Cada um tem suas próprias convicções. Quando a palavra de Deus não corresponde às opiniões de uma pessoa, é a revelação que deve prevalecer. As opiniões pessoais devem sujeitar-se à verdade revelada por Deus. No tempo de Jesus, a religião era dominada por duas facções opostas: os fariseus e os saduceus. Os saduceus negavam a existência dos anjos e da ressurreição. Jesus, apesar de não pertencer a nenhuma das duas facções, confirmou a existência dos anjos e a ressurreição.

Na tentativa de confundir Jesus, usando a lei de Moisés, os saduceus lhe propuseram o fato de uma mulher que casou com sete homens. Quando ela e os sete maridos ressuscitassem quem ficaria com ela? 27 Alguns do partido dos saduceus, que negam a ressurreição, aproximaram-se de Jesus e lhe perguntaram: 28 “Mestre, Moisés nos deixou escrito: Se um homem casado morrer deixando a mulher sem filhos, case-se com ela o irmão dele para dar descendência ao morto. 29 Ora, havia sete irmãos. O primeiro casou-se e morreu sem filhos. 30 Da mesma forma o segundo, 31 o terceiro, e sucessivamente os sete casaram-se com ela e morreram sem deixar filhos. 32 Por fim, morreu também a mulher. 33 Na ressurreição, de quem ela será mulher, se os sete a tiveram por esposa?” (Lc.20, 27-32). Os saduceus não foram capazes de entender que a ressurreição que Jesus anunciava não era apenas uma volta à vida com um corpo sujeito ao sofrimento e à morte. Na ressurreição no último dia todos os salvos receberão de volta um corpo transformado, livre do sofrimento e da morte. Não havendo mais morte, não será necessária também a reprodução. Os condenados recuperarão o corpo imortal mas sujeito ao sofrimento e voltarão para o inferno para sofrer para sempre: 41 Depois dirá aos da esquerda: ‘Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. (Mt.25,41).

Jesus ressuscitou Lázaro, o filho da viúva de Naim e uma menina. Estas pessoas voltaram à vida com um corpo igual ao que tinham antes de morrer, sujeitas à morte e ao sofrimento e posteriormente morreram novamente. Não é este tipo de ressurreição que esperamos para o último dia. O corpo que receberemos de volta no último dia estará livre do sofrimento e da morte e não será mais um corpo reprodutivo.

Código : domin863

Ângelo José Busnardo

e-mail : ajbusnardo@gmail.com

Pe. Ângelo Busnardo.
Enviado por Joanne em 06/11/2013
Código do texto: T4559261
Classificação de conteúdo: seguro