Uma análise comparativa da marcha da família para com Deus em dois momentos distintos da história política do Brasil.

Uma análise comparativa da marcha da família para com Deus em dois momentos distintos da história política do Brasil.

O que foi movimento da marcha da família com Deus para a liberdade, em uma metáfora, em comparação ao bom samaritano, um movimento direitoso, preso à ala extremamente conservadora da Igreja.

Suas primeiras manifestações aconteceram em março de 1964, ligadas aos setores da burguesia conservadora, contra qualquer esforço de mudança social em benefício da classe trabalhadora. Portanto, um movimento comandado pela direita radical do Brasil.

O movimento tem visão deturpada dos modelos políticos como da religião, sem exegese cristológica coerente, só pelo fato de imaginar que João Goulart era comunista, significa a própria ótica equivocada da política, do mesmo modo da religião.

A marcha, uma força política de direita, camuflada por motivações religiosas com objetivo de evitar qualquer mudança social, até mesmo a burguesia esclarecida hoje é contrária as suas ações.

Quando o movimento direitoso de 1964, atacou o Presidente João Goulart, como se fosse comunista, quando era um liberal reformista, na época desejava apenas realizar algumas reformas em benefício dos setores mais pobres da sociedade, com objetivo eleitoral, entre essas mudanças estava em questão a reforma agrária.

O Presidente João Goulart sempre foi capitalista em nenhum momento da sua vida defendeu sociedades coletivas, ainda mais que era ligado a uma ideologia varguista, acepção do Presidente como defensor do comunismo foi apenas um pretexto para criar as condições objetivas em gente ignorante, para um golpe de Estado. Retira-se do poder um governo que deseja executar algumas reformas benéficas ao povo, com objetivo exclusivo de continuar com governabilidade. O momento histórico exigia tais mudanças.

Portanto, a marcha, esse movimento pretensamente religioso, sempre teve em sua natureza de fundamento epistemológico, uma concepção golpista e fascista do poder, fundamentada historicamente em suas ações, ligado às forças políticas que sempre galgam o poder através de regimes de exceções.

O que sempre esteve em jogo para essa forma de Cristianismo é a defesa da iniciativa privada, no sentido mais ultrapassado do capitalismo. Hoje o mundo civilizado defende o capitalismo iluminista da terceira acepção, desenvolvimento econômico com o desenvolvimento humano.

Parte significativa do mundo, sobretudo o Norte da Europa, politicamente quer tais propósitos, é uma ação tão arcaica como força reacionária que é contra o processo de civilização mundial, denominado de capitalismo humano, significando que a macha é um movimento anti-humanista.

A tentativa de manifestação recentemente contra o governo da Presidenta Dilma, tem a mesma relação com o governo em análise, anteriormente, evitar as reformas gerais em benefício das classes trabalhadoras, na esperança de sensibilizar setores direitistas e conservadores do meio militar e político.

Com objetivo de um possível golpe de Estado e implantar um governo voltado exclusivamente para a defesa dos interesses econômicos de setores burgueses ultrapassados ideologicamente, são os direitosos fora do tempo histórico.

O que é importante para o entendimento político, nesse momento histórico é a conjuntura internacional, a burguesia de ponta defende o governo da Dilma, porque setores significativos da grande burguesia internacional desejam a distribuição da renda em benefício do consumo, pois sem o mesmo não é possível o crescimento do mundo produtivo. O objetivo da marcha é evitar que a Presidenta seja reeleita.

Porém, setores significativos da burguesia, inclusive internacional, desejam Dilma desse modo: o sucesso das empresas sem mercado no velho continente não entrando definitivamente em crise, a consciência política hoje é outra.

O capitalismo não se desenvolve mais com classes sociais pobres, sorte dos políticos terem o mérito de perceber essa questão, o motivo do partido dos trabalhadores ganhar todas as eleições, e, levar a oposição ao desespero político, por defender a concentração da renda, atendendo as reivindicações da burguesia nacional fracassada, que só evolui tendo o Estado com âncora, motivos das reações conservadoras. No fundo o verdadeiro objetivo é apropriar do Estado para si, para efetivar seus próprios negócios.

Com efeito, setores significativos da burguesia internacional e nacional são contrários à própria manifestação dos direitosos, será dessa vez uma marcha sem efeito, frustrada nos seus ideários de manipulação da religião, provocará assim muito trovões, porém chuva mesmo não haverá.

Frei Beto, grande teórico da Teologia crítica, escreveu um artigo interessante sobre o ateu militante, mas quem é o ateu militante? É alguém que imagina ter fé, mas é ateu, por militar em uma fé que não é a de Cristo.

A fé do crente, não corresponde com a fé de Jesus Cristo por ser uma fé inventada pela ilusão do ateu militante.

Para ter fé e ser cristão tem de seguir os ensinamentos de Jesus Cristo.

Uma vez perguntaram a Jesus quem de fato iria para o céu e Ele deu como resposta o exemplo do bom samaritano, que não era judeu e não acreditava na fé do Deus de Israel e sim aquele que praticasse a misericórdia.

Jesus não disse que precisava ter fé para ir ao céu, entretanto, exigiu a misericórdia, a justiça e a caridade e citou um ateu como exemplo para os judeus, porque o samaritano pensava no pobre.

Foi radical Jesus, todos aqueles que forem contra os pobres terão como castigo o inferno, o próprio Jesus disse: é muito difícil um rico entrar no reino de Deus, isso porque quem defende acúmulo de capital, não pode defender a justiça distributiva, a razão da pobreza e todas as formas de misérias.

Com efeito, para seguir Jesus tem primeiro que seguir seus ensinamentos e, todos aqueles que lutarem contra os que buscam justiça social estarão indo contra o princípio do bom samaritano, motivo pelo qual a marcha que se diz cristã, não tem fundamento exegético cristológico, sua ação política confere com a sociologia do ateu militante.

Sendo desse modo, o que é o movimento da família em marcha, ação conservadora que se diz cristã, todavia não vivencia os princípios do bom samaritano, significando assim que usa o nome de Deus falsamente, por motivações políticas em defesa de interesses econômicos de setores da burguesia fracassada,

fazendo uso de ideologias manipulativas da religião.

Dessa vez não conseguirão seus objetivos, pois a conjuntura burguesa pelo menos do capitalismo de ponta está do lado das reformas pelas razões citadas.

Então são gritos de emergentes conservadores desesperados desejando que o governo atue apenas na perspectiva deles, sonhando que a riqueza não seja minimamente distribuída, usa assim o nome em vão de Jesus, visando defender interesses particulares.

A marcha com toda certeza não passará de um desfile, a oposição poderá pegar uma carona, mas afogar-se-á na próxima enchente, todos lastimarão, os pobres não sabem votar, porém, a análise crítica é muito maior que a bitolagem dessa gente de pouca cultura: a burguesia tupiniquim.

Os verdadeiramente ricos querem a política da distribuição de renda, os pobres podendo comprar seus produtos, as empresas serão lucrativas, distribuir renda é uma exigência do capitalismo atual avançando e é exatamente a perspectiva do atual governo.

Correção: Laura Maria Fernandes da Silva.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 19/03/2014
Reeditado em 19/03/2014
Código do texto: T4734749
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