Homilia Pe. Ângelo Busnardo - Pentecostes.

Possuo um texto de 19 páginas sobre os dons carismáticos. Se alguém quiser receber o texto, favor avisar e-mail : ajbusnardo@gmail.com

PENTECOSTES

08 /06 / 2014

At.2,1-11 / 1Cor.12,3b-7.12-13 / JO.20,19-23

Com a vinda do Espírito Santo as funções de cada uma das pessoas da Santíssima Trindade são reveladas:

1. Deus Pai é o Criador. O tempo específico dele vai da criação até à encarnação de Jesus, mas sua função criadora continua ainda hoje. Sempre que uma mulher concebe, o Pai cria a alma do novo ser humano que começa a existir.

2. O pecado destruiu o plano maravilhoso de Deus que excluía o sofrimento e a morte. Jesus se encarnou, morreu na cruz e ressuscitou para resgatar a humanidade que, pelo pecado, se tornou escrava de satanás. O tempo específico de Jesus vai da encarnação até Pentecostes. A ação redentora de Jesus continua ainda hoje, porque é através dos méritos dele que os pecadores de todos os tempos se libertam dos pecados cometidos.

3. O Espírito Santo foi enviado para mover o ser humano na busca dos méritos de Jesus para se libertar do pecado original e dos pecados pessoais através dos sacramentos instituídos por Jesus. O tempo específico do Espírito Santo vai de Pentecostes até à volta de Jesus quando o Pai restaurar o paraíso terrestre (novos céus e nova terra). O Espírito Santo exerce sua função santificadora através dos sete dons do Espírito Santo: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus.

O Espírito Santo age sobre todos: Naqueles que estão em estado de graça o Espírito Santo age por dentro, induzindo-os a se santificarem cada vez mais e naqueles que não foram batizados ou estão em pecado mortal, o Espírito Santo age por fora, induzindo-os a procurar o batismo ou o perdão dos pecados para começarem o processo de santificação: 15 Se me amais, guardareis meus mandamentos. 16 Eu pedirei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, que estará convosco para sempre. 17 Ele é o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber porque não o vê nem o conhece. Vós o conheceis porque permanece convosco e está em vós (Jo.14,15-17).

Em Pentecostes, o Espírito Santo agiu por fora nos habitantes e peregrinos de Jerusalém induzindo-os a ir até o cenáculo onde os apóstolos estavam reunidos. E agiu por dentro nos apóstolos, induzindo-os a anunciar Jesus Redentor ao povo reunido na frente do cenáculo:

O Espírito Santo é infundido nos apóstolos reunidos no cenáculo: 1 Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. 2 De repente veio do céu um ruído, como de um vento impetuoso, que encheu toda a casa em que estavam sentados. 3 E viram, então, uma espécie de línguas de fogo, que se repartiram e foram pousar sobre cada um deles. 4 Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia (At.2,1-4).

O Espírito Santo induziu os habitantes e peregrinos de Jerusalém a ir até o cenáculo para ouvir o anúncio da salvação disponibilizada por Jesus: 5 Estavam em Jerusalém judeus, homens piedosos, de todas as nações que há debaixo do céu. 6 Ouvindo aquele ruído, acorreu muita gente e se maravilhava de que cada um os ouvisse falar em sua própria língua (At.2,5-6).

O Espírito Santo colaborou com o milagre das línguas, isto é, Pedro falava em sua língua materna e cada um dos ouvintes presentes ouvia a pregação em sua língua materna: 7 Profundamente impressionados, manifestavam sua admiração, dizendo: “Não são porventura galileus todos os que falam? 8 Como, então, todos nós os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna? 9 Partos, medos, elamitas, os que habitam a Mesopotâmia, a Judéia, a Capadócia, o Ponto, a Ásia, 10 a Frígia, a Panfília, o Egito e as províncias da Líbia, próximas de Cirene, peregrinos romanos, 11 judeus ou prosélitos, cretenses e árabes, ouvimo-los falar em nossas próprias línguas as grandezas de Deus (At.2,7-11).

Os dons de santificação pessoal citados acima são infundidos no ser humano pelo batismo. Toda a pessoa batizada possui os sete dons do Espírito Santo apesar de a maioria viver na indiferença e ignorar o tesouro que possui. Mas a pessoa batizada, além de preocupar-se com a própria santificação, deve também colaborar para a conversão e santificação dos demais seres humanos. Esta é a função dos dons carismáticos.

Os dons carismáticos são muitos e surgem novos dons carismáticos à medida que a humanidade evolui. No tempo de Jesus não existia televisão e, portanto, ninguém tinha o dom de evangelizar através da televisão. Hoje milhares de seguidores de Jesus possuem o dom carismático de evangelizar através dos meios de comunicação. São Paulo divide os dons carismáticos em três grupos, atribuindo cada grupo a uma das Pessoas da Santíssima Trindade:

Os dons propriamente ditos, como o dom do discernimento, são atribuídos ao Espírito Santo: 4 Há diversidade de dons mas um mesmo é o Espírito (1Cor.12,4).

Os ministérios, como por exemplo a administração dos bens da Igreja, são atribuídos a Jesus: 5 Há diversidade de ministérios mas um mesmo é o Senhor (Jesus) (1Cor.12,5).

As operações, ou seja curas e milagres, são atribuídos ao Pai: 6 Há diferentes atividades mas um mesmo é Deus que realiza todas as coisas em todos (1Cor.12,6).

O Espírito Santo infunde dons carismáticos numa pessoa para habilitá-la a servir a comunidade a que pertence: 7 A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum (1Cor.12,7).

Ao aparecer aos apóstolos reunidos no dia da ressurreição, Jesus lhes conferiu através do Espírito Santo o poder (dom) de perdoar os pecados: 21 Jesus disse-lhes de novo: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio”. 22 Após essas palavras, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. 23 A quem perdoardes os pecados serão perdoados. A quem não perdoardes os pecados não serão perdoados” (Jo.20,21-23).

Deus estabeleceu que o perdão dos pecados passasse pelos membros ordenados da comunidade porque o pecado, além de ofender a Deus, prejudica o próprio ser humano que pecou ou outros membros da comunidade. Deus se ofende porque a criatura ou filho dele é ofendido. Se alguém ofende um ser humano, o pai e a mãe do ofendido também se ofendem. Mas não basta a pessoa que ofendeu pedir perdão somente para o pai e mãe da vítima, deve pedir perdão também para o filho ofendido.

O maior mandamento é amar a Deus acima de tudo e de todos. O pior pecado é o inverso do amor a Deus, o seja, o ódio contra Deus. Se alguém odiar a Deus, além de ofender a Deus, prejudica a si mesmo, porque o ódio dificulta a digestão dos alimentos, prejudica a concentração mental para o trabalho e estudo, impede a pessoa que odeia de dormir serenamente e acaba estragando a saúde. Portanto quem odiasse a Deus o ofenderia, mas não estaria prejudicando o Criador mas a si mesmo.

Código : domin890

Ângelo José Busnardo

e-mail : ajbusnardo@gmail.com

Pe. Ângelo Busnardo
Enviado por Joanne em 04/06/2014
Código do texto: T4832048
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