BODE EXPIATÓRIO E AS ASPEREZAS DO VELHO TESTAMENTO

BODE EXPIATÓRIO E AS ASPEREZAS DO VELHO TESTAMENTO

Uma expressão muito falada nos dias atuais, mas que poucas pessoas conhecem o seu significado, e qual a origem desse jargão. Um clichê popular muito usado no Brasil em muitas ocasiões e principalmente por professores e pessoas de uma cultura elevada. Segundo os ensinamentos da história da humanidade, por um espaço de aproximadamente 2000 anos, desde Abraão, ou, pelo menos, desde Moisés, praticou Israel a cerimônia do bode expiatório. A sinonímia que representa ou significa expiatório é aquele que serve de expiação. Já a expiação é o ato ou efeito de expiar, castigo, penitência, preces para aplacar a divindade.

Toda palavra ou expressão tem sua origem e não seria diferente para "bode expiatório". Bode expiatório é uma expressão usada para definir uma pessoa sobre a qual recaem as culpas alheias. Bode expiatório é uma expressão usada quando alguém é acusado de um delito que não fez, ou que não foi o idealizador. Bode expiatório é uma expressão popular que define o indivíduo que não consegue provar sua inocência, mesmo sem ser o responsável direto pela acusação.

A expressão "bode expiatório" é usada quando alguém leva sozinha a culpa de um infortúnio. A expressão "bode expiatório" teve sua origem no dia da expiação, como relata a Bíblia. O dia da expiação era um ritual para purificação de toda nação de Israel. Para a cerimônia eram levados dois bodes, onde um deles era sacrificado e o outro, o bode expiatório, era tocado na cabeça, pelo sacerdote, que confessava todos os pecados dos israelitas e, os enviava para o deserto, onde todos os pecados eram aniquilados.

Ela se encontra na categoria de expressões populares. Cada ano reunia-se o povo de Israel na esplanada do tempo de Jerusalém. O sumo sacerdote colocava as mãos sobre a cabeça de um cabrito, transferindo para esse animal os pecados do povo. Depois esse "bode expiatório" era tocado para o deserto e precipitado por um barranco abaixo, onde morria. E com ele morriam todos os pecados de Israel, como sua crença geral. Um dos mensageiros voltava, agitando uma bandeira branca e exclamando: "Deus extinguiu os pecados de seu povo, aleluia! Aleluia"!

E havia grande alegria em Israel, porque todos se sentiam com carta branca e podiam carregar de novo o carro do lixo para o próximo ano. Com a destruição do templo de Jerusalém, no ano 70, e a dispersão dos judeus por todos os quadrantes do Império Romano, terminou também a cerimônia do bode expiatório, que era puro simbolismo. Existem muitas nuanças que doem aos nossos olhos ao vermos tanta ingenuidade e ignorância. O Bezerro de ouro e as tábuas do testamento enfureceram Moisés fazendo com que ele destruísse as Tábuas ao pé do Monte.

Onde fica o respeito pelos “Mandamentos da Lei de Deus”? Nas tábuas da Lei tinha um mandamento: “Não matarás”, no entanto Moisés mandou executar três mil homens por ordem de Deus, Arão, irmão de Moisés foi poupado. No terceiro Livro de Moisés, O Levítico temos os sacrifícios. “Deus” foi trazido a Terra por Moisés, que o fez amante do ouro e de terríveis sacrifícios. Holocaustos de animais de rolas e pombinhos e outros tipos de animais.

E o sacerdote as oferecerá sobre o altar, e lhes torcerá o pescoço com a sua unha (cruzes), e as queimará sobre o altar; e seu sangue será espremido na parede do local sagrado. “Deus” cria o ritual cabalístico do Bode Expiatório. Arão, após a morte estúpida de seus jovens filhos, procedia, por orientação de “Deus”, à execução de dois bodes (bodes expiatórios). "Deus diz a Arão: tomarás ambos os bodes, e os porás perante o Senhor, à porta da tenda da congregação".

Pelo exposto nota-se claramente que Jeová nunca foi Deus, visto que ele sempre se refere ao Senhor como na sentença anterior. Ainda por recomendação “divina”, Abraão deveria lançar sortes sobre os bodes. Que significa lançar sortes? Usavam-se os búzios àquela época? Arão lança sortes sobre os animais, uma sorte para o “Senhor”, e outra sorte pelo bode expiatório. O bode sobre o qual caiu a sorte pelo “Senhor" será oferecido para expiação dos pecados, sendo apresentado, vivo, perante “Deus”, para fazer expiação com ele.

Arão põe ambas as mãos sobre a cabeça do bode vivo, e, sobre ele, confessa todas as iniquidades dos filhos de Israel, e todas as suas transgressões, segundo todos os seus pecados; e enviá-lo-à ao deserto, pela mão de um homem designado para isso. Lev. 16:21. E no caso o bode absorveria todas as iniquidades do povo de Israel. A diáspora também consta desse livro. No quarto livro, de Moisés números, existe a narração dos anjos assassinos.

Narra diversas rebeliões contra “Deus” e Moisés. A Terra tragou muita gente fazendo com que toda Israel fugisse, presa do medo de também ser tragada pela Terra. Então saiu fogo do Senhor consumindo os duzentos e cinquenta homens dos filhos de Israel que acompanhavam Coré. (Num, 16:35). E os que morreram daquela praga foi quatorze mil e setecentos, fora os que morreram por causa de Coré. “Deus” matava velhos, mulheres, e crianças de praga, degolados, cremados e outros procedimentos cruéis. Temos também: Os israelitas destruindo os Cananeus, as serpente ardentes e a serpente de metal, Balaão e a jumenta “Médium”, era uma jumenta falante. Os israelitas se prostituiam e praticavam apostasia e a purificação dos soldados.

“E vós alojai-vos sete dias fora do arraial; qualquer que tiver matado alguma pessoa, e qualquer que tiver tocado algum orto, ao terceiro dia, e ao sétimo dia vos purificareis”. (Fonte: A Bíblia e Seus Absurdos – Em busca da Verdade de Carlos Bernardo Loureiro). O significado de tocar algum morto seria a prática do sexo com mortos. Pode Freud? Deuteronômio é o quinto livro atribuído a Moisés. Deus anuncia a morte de Moisés. Deus ordena a destruição dos cananeus e seus ídolos. A Bênção e a maldição para seguidores de outros deuses que não conhecestes. (Deut. 11:26, 27).

Os filhos desobedientes, o adultério, a virgindade, e o apedrejamento até a morte eram os castigos. Com a extinção da cerimônia do "bode expiatório", a ideia continuou no cristianismo, com a diferença de que agora o bode expiatório não é mais um animal inocente, que morrendo, extinga os pecados humanos, mas sim o único homem sem pecado que, segundo a teologia, paga com sua morte os pecados da humanidade. Segundo nos explicita Huberto Rhoden, o teólogo Tomás de Aquino, considerado o maior teólogo cristão, diz, num de seus poemas espirituais, que uma única gota de sangue de Jesus seria suficiente para pagar todos os débitos da humanidade, mas que Jesus, por excessiva bondade, quis derramar até a última gota do seu sangue para pagar os pecados da humanidade.

Era esperado que depois dessa ação de Jesus a humanidade pelo sangue de Jesus a humanidade estivesse quite com a justiça divina: mas os teólogos ensinam que o homem nasce de novo em estado de pecado, vive e morre cheios de pecados, não se sabe em virtude de que lógica. Nenhum bode expiatório alheio me pode libertar dos meus pecados, eu mesmo, no meu Eu divino, devo libertar-me dos pecados da minha existência humana. "Conheceis a verdade, e a verdade vos libertará". Nós somos o Eu divino, e temos o ego humano.

O autós (autós = eu mesmo e nomia = regras, regulação, ou Eu do homem é seu Cristo interno). Autoconhecimento transbordando em autorrealização. Quando o nosso cristianismo teológico culminar em cristicidade divina, então desaparecerá esse equívoco de alo-redenção, e nascerá à verdade da auto- redenção, da redenção pelo Cristo interno, sem nenhum bode expiatório alheio. Colocamos ao conhecimento dos curiosos algumas versões sobre a expressão "bode expiatório", mas que não muda a finalidade. "Senhor, Mestre e amigo, faça-se ouvir a tua voz em nossos corações, e teu amor inflame as minhas entranhas e as purifique" Pense nisso!

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI- DA ACE- DA UBT- DA AOUVIRCE E DA ALOMERCE.

Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 09/01/2015
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