Como será o banquete?

COMO SERÁ O BANQUETE?

Mais vale um bocado de pão seco em harmonia

do que um banquete no meio da discórdia

(Provérbios)

Um jovem de São Paulo, estudante de teologia, pergunta por que

a expressão “banquete” é tema recorrente na Bíblia,

aparecendo – segundo pesquisa dele – dezoito vezes no Antigo e

Novo Testamento.

No Livro do Apocalipse (cap. 21) há um resumo do banquete das núpcias do Cordeiro, quando a esposa desce do céu, enfeitada como a mulher para seu marido. Ali se ressaltam algumas figuras que tipificam a festa-ágape que se identifica com a fartura do Reino de Deus:

- A Jerusalém Celeste

- A Igreja... não a igreja templo ou uma hierarquia que quer dominar e tiranizar, mas a Igreja-Comunidade-força, toda pura, o povo de Deus que crê em Cristo e caminha neste mundo, iluminada pelo Espírito Santo, na direção da pátria celeste, ou como disse São Paulo, da cidade permanente.

Aceitar ou não um convite, geralmente revela nossa disponibilidade e o apreço que se dispensa àquele que convidou. Uma vez convidei umas pessoas para comer um churrasco comigo, em minha casa. Elas ficaram de confirmar, mas nunca o fizeram, deixando claro que não estavam interessados na minha recepção. Nunca mais os convidei. Deus, por certo não é tão vingativo assim, mas também pode cansar de convidar pessoas que não atendem nem se interessam por seu convite.

De outra feita, convidei amigos e conhecidos para a Feira do Livro de Porto Alegre, onde eu ia lançar um dos meus livros, sobre “Bioética”. Como a data caiu em um domingo, no meio de um “feriadão”, pouca gente compareceu, o que me deixou indignado com a desatenção.

Quando o rei entrou para ver os convidados, observou aí alguém que não estava usando o traje de festa. E lhe perguntou: “Amigo, como foi que você entrou aqui sem o traje de festa?” Mas o homem nada respondeu. (Mt 22,.11s).

Uma das liturgias da Palavra do tempo comum (cf. 22, 1-14) contempla justamente esse chamado. Mais do que uma invectiva contra o desprezo dos judeus à vinda do Cristo-Messias, a parábola dos convidados ao banquete de casamento do filho do rei nos inquieta pois retrata atitudes de nosso tempo. A narrativa de hoje é um aviso àqueles que se sentem seguros em seu rígido “cristianismo” e em sua espiritualidade formal. A simbologia da “veste adequada” é o ponto alto da reflexão desta parábola. A partir do v. 11 a coisa muda de figura. A ênfase agora é uma situação de “juízo”. O homem que atende ao convite deve vestir a veste nupcial: as obras da justiça devem acompanhar sua fé (cf. 3,8; 5,20; 21,28s).

O uso da veste aponta para o ato de pertencer à Igreja num sentido mais amplo. Essa pertença não se refere ao mero elo com o templo em si, mas ao fazer parte de uma reunião de convidados – a ekklesia – comunidade que segue o Senhor em busca da santidade. Ser Igreja não é só pertencer a grupos, serviços ou movimentos, receber sacramentos ou participar de intermináveis reuniões. Fazer parte da Igreja do Senhor (ekklesia tou kiriou) é revestir-se daquela santidade que Jesus veio ensinar. Nesse particular, a veste nupcial é a graça, o batismo levado a sério.

Para derrubar nossas certezas, vemos nos vv. 11-14 que até os novos escolhidos poderão ser excluídos se não se perfilarem à prática da nova justiça do Reino. Não basta apenar ser chamado; é preciso estar atento às exigências da convocação. Muitos gostam de dizer que seguem a Jesus, apesar de seguirem a si próprios, isto é, praticando uma religião cujo modelo eles mesmos traçaram. São chamados a participar mais intensamente do Reino, mas colocam, um a um, óbices a essa comunhão, sob as mais diversas desculpas, que vão, desde o “não tenho tempo”, até o “não é meu carisma”. Tudo para se omitir e, em última análise, rejeitar o chamado.

A veste adequada encobre o aspecto misterioso da narrativa. Há que ser compreendida essa figura. A mensagem da parábola nos revela que o convite à vida é dom, é convite mas também é compromisso. O rei que celebra o casamento de seu filho é Deus. O convite à festa é o apelo do evangelho, ao passo que os convidados somos todos nós. Se a entrada na Igreja de Cristo é facultada a todos, não é suficiente uma simples presença.

É necessário o uso de uma veste adequada. Qual é esta veste? No contexto do evangelho de Mateus, trata-se da prática do amor e da justiça. Aqui, a parábola torna-se uma advertência à comunidade cristã. Para pertencer à Igreja do Messias é necessária a conversão, que se espelha em atos de justiça e da indispensável generosidade. É necessário, no entanto, acolher esse chamado com alegria e mostrar-se disposto a participar do esplendor da festa da graça, do amazing grace, como dizem os teólogos ingleses. O apóstolo Paulo, se refere a essas exigências, recomendando,

Coloquem o capacete da salvação e a espada do Espírito... (Ef 6, 17)

Uma vez participei de um cruzeiro marítimo. Para uma determinada noite havia a obrigatoriedade de traje de gala. Um rapaz se esqueceu de colocar um sapato social na mala: apresentou-se de smoking e chinelos; foi proibido de entrar no salão. De outra feita, uma adolescente se apresentou com um diminuto shortinho na missa: foi convidada a se retirar.

A roupa nupcial da parábola, mais do que uma exigência formal, é uma veste de salvação (cf. Is 61,10). O traje da festa indica as disposições com que se há de entrar no Reino. Se alguém não as possuir, mesmo pertencendo ao rol dos convidados (à Igreja), terá seu ingresso vedado, e será condenado no dia em que Deus julgar a cada um. Essas disposições são, em última análise, a correspondência ou não aos apelos da graça. A partir do v.11, há uma forte conotação escatológica e suscita-nos uma idéia de juízo. Alguns comentaristas chegam a dizer que a partir do v. 11 tem início uma parábola distinta do texto anterior. Há quem afirme que esta perícope não fazia parte da parábola original. Entre os escritos judaicos não há referências ao uso de vestes especiais para comparecer a uma festa de casamento; o convidado devia estar limpo, usando roupas boas, porém normais...

No v. 12 o rei indaga um dos convidados: “como entraste?” Talvez ele nem tivesse entrado pela porta, mas furtivamente. Parece que todos tinham a roupa especial, recebendo-a na porta... Teria ele se recusado a usá-la? “Por que estás sem o traje da festa?” O homem não soube responder. Que tipo atitude é exigida para satisfazer aquele que convida?

Conversão, justiça, comunhão e alegria, fatores que caracterizam a missão do cristão. Essa mudança produz conversão e santidade. Qual o significado dessa roupa? Pode ser alguém que quer aparentar uma situação que não é real? Um falso crente, um hipócrita. O livro do Eclesiastes (cf. 9,7s) fala em roupas brancas, uma alegoria. Não se vai para a mesa vestido de qualquer jeito. A cultura do Oriente Médio (a partir do Egito) preconizava roupas brancas, de linho puro, representando a alegria, a disponibilidade, a atenção ao convite.

Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se alegra no meu Deus; porque me cobriu de vestes de salvação e me envolveu com o manto de justiça, como noivo que se adorna de turbante, como noiva que se enfeita com as suas joias (Is 61,10).

É a roupa exigida para o banquete. É este é o traje da salvação. Quando se aceita o convite se veste do traje. A vestimenta é tanto posicional como disposicional – posiciona-se aceitando o convite, reveste-se pela disposição ao convite. Quem dá o traje é o Senhor, mas quem se veste é você. O detalhe do homem desprovido do traje nupcial aplica-se a todos aqueles que queiram entrar na festa (o Reino dos céus) ser ter preenchido as condições necessárias para o ingresso nas festividades. O resultado é a eterna miséria. O que significa a figura da “veste nupcial?”

 A preparação do espírito para o encontro definitivo. Sem ela é impossível permanecer no local da grande festa;

 Ali vai ficar demonstrada a eficácia da Palavra de Deus em nossa vida;

 A constatação do uso ou não dessa veste tem a força de um julgamento, onde será cotejado o que o ser humano fez da sua vida com aquilo que Deus projetou para ele;

 A veste é limpa, branca e reveladora da mais absoluta pureza.

Para quem deseja efetivamente entrar na festa, como adquirir a roupa adequada? O homem, depois da grande tribulação – a vida humana, os pecados, os obstáculos à graça, as angústias – deve alvejar suas vestes no sangue do Cordeiro (cf. Ap 7,14). Alvejar no sangue? Sangue suja, mancha, ao invés de limpar! O sangue de Jesus é diferente: ele limpa, purifica, salva e resgata. Como?

a) crendo no senhorio de Jesus;

b) glorificando-o e reconhecendo-o como o único Salvador;

c) aclamando o poder de seu generoso sangue;

d) proclamando sua Ressurreição;

e) entronizando-o como Senhor da nossa vida e condutor da história.

Quem age desta forma terá alvejado suas vestes no generoso sangue do Cordeiro, vestindo a imaculada veste nupcial, a roupa da banquete, tornando-se assim digno de entrar na festa. A disposição e a decisão de vesti-la são nossas.

Ademais, fortaleçam-se no Senhor e na força do seu poder. Vistam a armadura de Deus para poderem resistir às manobras do diabo. A nossa luta, de fato, não é contra homens de carne e osso, mas contra os principados e as autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra os espíritos do mal, que habitam as regiões celestes. Por isso, vistam a armadura de Deus para que, no dia mau, vocês possam resistir e permanecer firmes, superando todas as provas. Estejam, portanto, bem firmes: cingidos com o cinturão da verdade, vestidos com a couraça da justiça, os pés calçados com o zelo para propagar o evangelho da paz; tenham sempre na mão o escudo da fé, e assim poderão apagar as flechas inflamadas do Maligno. Coloquem o capacete da salvação e peguem a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus. Rezem incessantemente no Espírito, com orações e súplicas de todo tipo, e façam vigílias, intercedendo, sem cansaço, por todos os cristãos (Ef 6,10-18).

A vestimenta nupcial é a santidade sem a qual ninguém verá a Deus (Hb 12,14). O convite é para todos:

Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos (cf. Ap 7,9)

A veste, indispensável para a permanência na festa, é o amor, e tudo que dele dimana (justiça, perdão, acolhida, etc.). Não basta atender o convite para participar da festa, nem ser pobre ou rico. A quem não estiver vestido com o traje requerido não será permitido o ingresso na festa. Assim podemos intuir quando o evangelista afirma que “muitos são os chamados, mas poucos serão escolhidos”. Muitos ouvem o chamado, querem participar, até conhecem a proposta de Deus, mas não se comprometem, são incapazes de se libertar daquilo que os prende ao materialismo e ao pecado. Em nosso tempo, optar pela justiça, segundo o modelo de Jesus, pode significar a perda de alguns privilégios. E nem todos estão dispostos a essa renúncia. Nesse aspecto, a veste indica conversão, desejo se tornar-se bom, aberto às necessidades do outro, pureza de coração, sinceridade. O indivíduo sincero é aquele que age sin-cera, sem a cera das máscaras.

Na festa da casa do rei, os criados trouxeram bons e maus (v. 10), conforme já vimos, até encher a sala. Ali os convidados foram distinguidos, não por serem bons ou maus (atitudes passadas), mas por vestirem ou não (atitude atual) a roupa adequada ao evento. No vestibular do Reino não é tão importante ter sido bom ou mau, mas estar aberto à boa notícia. Muitos “bons” poderão se decepcionar nessa hora, afinal, sabemos que

Meus caminhos são diferentes dos caminhos de vocês (Is 55,8).

O traje nupcial vai simbolizar a conduta de cada convidado, de acordo com o chamado e a função (cf. Ap 15,6; Is 61,10). A exclusão é fruto da não adequação do convidado ao espírito da festa, e é representada pela imagem das trevas, que podem ser a morte (cf. Jó 10); o pranto é a reação do excluído, depois que avalia o bem que perdeu, contraposto à alegria dos que permaneceram na festa. As pessoas que encheram a sala haviam aceitado o convite, aderiram a uma primeira aproximação, mas na hora “h” foi constatado que não preenchiam os requisitos exigidos a um convidado. É interessante notar que os serventes que introduziram as pessoas ao salão não se deram conta do uso ou não da vestimenta. Somente o rei percebe sua falta. Só a visão de Deus enxerga o interior do ser humano, a falta de amor, de sinceridade, o desprezo aos dons divinos.

A parábola toca em um ponto importante: a necessidade de uma “veste nupcial”, ou seja, alguém que está preparado e deseja participar da festa. A exigência de um traje especial é uma metáfora que visa banir o equivoco da indiferença, onde tanto faz ser bom ou mau para entrar no Reino de Deus, como poderia sugerir num primeiro momento o v. 10, que trata de uma “multidão” de pessoas chamadas à festa. Isto alerta que, apesar do grande número de convidados (o povo escolhido) poucos entrariam no Reino de Cristo. Nesse aspecto, a veste pode ser o batismo, a fé, a conversão e o desejo de santidade. Biblicamente a veste do cristão é a justiça. Estar justificado (por Deus) é requisito para a salvação. Por isso, temos que guardar zelosamente as nossas vestimentas:

Eis que venho como vem o ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua vergonha (Ap 16.16).

É o casamento eterno entre Cristo e a humanidade. O Espírito e a esposa, na celebração das bodas nupciais clamam: “Vem Senhor Jesus!”. Trata-se de uma relação de amor e fidelidade eternos. A figura do banquete real revela uma metáfora do evangelista e do cronista veterotestamentário, que aponta para uma situação de felicidade e realização. Aquilo que Deus planejou para aqueles que o amam, ao que damos o nome de céu, ou de Vida Eterna. O vidente informa que,

Ali não haverá mais dor, nem luto nem pranto, pois essas coisas antigas terão passado, e o Cordeiro estará com eles, iluminando-os com a sua luz (cf. Ap 21).

Diante das referências aos banquetes bíblicos, surge-nos a questão: quem está convidado para a festa? A resposta é clara a imanente: Todos os batizados, filhos de Deus, comprados com o sangue generoso de Cristo. Há fortes subsídios em Mateus 22,1-14, Lucas 14,15-24 e no apócrifo evangelho de Tomé. Jesus voltou a falar em parábolas aos chefes dos sacerdotes e aos anciãos do povo.

Ele dizia: “O Reino do Céu é como um rei que preparou a festa de casamento do seu filho. E mandou seus empregados chamar os convidados para a festa, mas estes não quiseram ir. O rei mandou outros empregados, dizendo: 'Falem aos convidados que eu já preparei o banquete, os bois e animais gordos já foram abatidos, e tudo está pronto. Que venham para a festa'. Mas os convidados não

deram a menor atenção; um foi para o seu campo, outro foi fazer os seus negócios, e outros agarraram os empregados, bateram neles, e os mataram. Indignado, o rei mandou suas tropas, que mataram aqueles assassinos, e puseram fogo na cidade deles. Em seguida, o rei disse aos empregados: 'A festa de casamento está pronta, mas os convidados não a mereceram. Portanto, vão até as encruzilhadas dos caminhos, e convidem para a festa todos os que vocês encontrarem'. Então os empregados saíram pelos caminhos, e reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala da festa ficou cheia de convidados. Quando o rei entrou para ver os convidados, observou aí alguém que não estava usando o traje de festa. E lhe perguntou: 'Amigo, como foi que você entrou aqui sem o traje de festa?' Mas o homem nada respondeu. Então o rei disse aos que serviam: 'Amarrem os pés e as mãos desse homem, e o joguem fora na escuridão. Aí haverá choro e ranger de dentes'. Porque muitos são chamados, e poucos são escolhidos” (Mt 22,1-14).

A imagem escatológica de um casamento também ocorre na Parábola do Servo Fiel e na Parábola das Dez Virgens. Aqui ela inclui a extensão do convite original (aos judeus) para incluir também os gentios. Em Lucas, o convite é estendido em particular para os "pobres, os aleijados, os cegos e os coxos", evidenciando preocupação explícita com os "pobres e marginalizados".

A parábola faz referência aos religiosos que já não têm tempo para Deus; eles são representados pelas pessoas que aceitaram o convite, mas quando a comida já está à mesa, afirmam que estão ocupados demais para aparecer. Em Mateus, a parábola ocorre imediatamente depois da Parábola dos Lavradores Maus, a qual está vinculada. Esta ligação ajuda a explicar o tratamento dado ao homem sem roupa de casamento.

Então, todos haverão de entrar na sala da festa? Não! O assento na mesa do banquete será franqueado apenas àqueles que estiverem com a roupa adequada, a veste característica dos convivas das núpcias do filho de rei. O que significa essa figura da “veste nupcial”? Significa a preparação do espírito para o encontro definitivo. Sem ela é impossível permanecer no local da grande festa:

- Ali vai ficar demonstrada a eficácia da Palavra de Deus em nossa vida;

- A constatação do uso ou não dessa veste tem a força de um julgamento, onde será cotejado o que o ser humano fez da sua vida com aquilo que Deus projetou para ele;

- A veste é limpa, branca, distinta e reveladora da mais absoluta pureza.

Para quem deseja efetivamente entrar na festa, como adquirir uma roupa assim?

- O homem, depois da grande tribulação – a vida humana, os pecados, os obstáculos à graça, as angústias – deve alvejar suas vestes no sangue do Cordeiro (cf. Ap ...)... alvejar no sangue? Mas sangue suja, mancha, ao invés de limpar! O sangue de Jesus não; ele limpa, purifica, salva e resgata.

Como nos purificamos?

- crendo no senhorio de Jesus;

- glorificando-o e reconhecendo-o como o único Salvador;

- aclamando o poder de seu generoso sangue;

- proclamando sua Ressurreição;

- entronizando-o como Senhor da nossa vida e condutor da

história.

Quem age desta forma terá alvejado suas vestes no generoso sangue do Cordeiro, vestindo a imaculada veste nupcial, tornando-se assim digno de entrar na festa.

Os banquetes humanos, as festas mundanas, casamentos, aniversários, recepções, dão certa alegria no começo, quando tudo é novidade, mas depois cansam; o estômago fica cheio demais, a cabeça, por causa da bebida, dói, as conversas se tornam maçantes e a gente fica louco para ir embora e voltar para nossa casa.

Na festa que Deus preparou para nós, que acontece no céu é diferente. Recordo quando era “Ministro das Exéquias”, eu costumava falar no céu como “uma festa que nunca se acaba”, para me referir à perenidade da alegria da vida eterna, na companhia do Deus Uno e Trino, da Vigem Maria, dos Santos e dos nossos Anjos da Guarda. Os “educados”, com vergonha (ou medo) de dizer não aos anfitriões, inventam mil desculpas para justificar sua indiferença ou omissão...

Não posso, tenho outro compromisso anteriormente assumido...

Antigamente, por aqui, algumas pessoas se desculpavam através de um lacônico telegrama: “Lamentamos não poder atender ao seu convite em virtude de um compromisso anteriormente agendado”.

Nós que somos humanos – repito o exemplo da “feira do livro” – ficamos chateados quando alguém despreza um convite que fizemos para uma atividade, muitas vezes irrelevante. E Deus? Ele prepara a vida eterna, oferece a “água viva’”, disponibiliza sua “graça” e muitos de nós não nos damos conta da magnitude da oferta e fazemos pouco caso de tão significativa oferta. Rejeitar o banquete é dizer não à Vida.

Hoje se ouvires a voz de Deus não feches o teu coração...