Diabólica Teologia da Prosperidade

Diabólica Teologia da Prosperidade

“por minha culpa, minha tão grande culpa”.

Os que pregam contra a Teologia da Prosperidade também têm culpa diante do tribunal de Deus. Portanto temos a obrigação de intensificar nossos discursos e palavras e principalmente nossas atitudes contra este tipo de discurso diabólico que tem afetado a verdade de Cristo.

A Teologia da Prosperidade tem feito um enorme estrago na igreja, uma forma que satanás astutamente encontrou para sua perversidade, um agir “de dentro” quando todos pregavam o mal “de fora” (Nova Era).

Como bem definiu teólogo: “De tanto o cristão falar que não é deste mundo, o mundo passou a não ser de Deus”.

A Teologia da Prosperidade é uma pregação e atitude de viés consumista que comercializa benesses divinas numa relação custo/benefício.

Duro suportar ver pessoas do neopentecostalismo pregando contra a Nova Era.

Esta teologia impregnou a igreja através do movimento “Neopentecostal” que sutilmente substituiu o movimento pentecostal, trasvestido de asas e de luz como é próprio de Lúcifer e cujo discurso é agradável aos ouvidos do pecador.

Os Pentecostais surgiram após o início do fenômeno Pentecostal, iniciado nos Estados Unidos, em 1906, na famosa Rua Azuza, onde foram manifestados os modernos “dons de línguas” como provas de batismo com o Espírito Santo. Na Igreja Católica, sobre a influência do Livro: A Cruz e o Punhal e principalmente pela abertura do Concílio Vaticano II; surge também o movimento Pentecostal denominado Renovação Carismática Católica, ou o Pentecostalismo Católico, como foi inicialmente conhecida, teve origem com um retiro espiritual realizado nos dias 17-19 de fevereiro de 1967, na Universidade de Duquesne (Pittsburgh, Pensylvania, EUA).

Os Neopentecostais surgiram do pentecostalismo, que passou a explorar a prosperidade como sinal de bênção divina e, em decorrência da fé, a cura de todas as enfermidades. Utilizam rituais especiais para realizar coisas especiais: quebra de maldições, determinar pela fé, desafios para prosperidade financeira, oração em montanhas de Israel, amuletos para trazer sorte, venda de água benta, venda de lenços, vendas de água da terra santa, diversas vendas, mega-eventos, megas-edifícios e construções, líderes sendo vistos como autênticos semideuses, com poderes extremos, que decretam curas especiais, revelações especiais, artistas da fé... Sua teologia é confusa, mística, sem consistência e um discurso de autoajuda. Parecem-se pentecostais, pois também falam em línguas estranhas e usam elementos pentecostais, mas fogem à ética cristã pentecostal, não são orientados à conversão, mas a terem em Cristo um poderoso realizador de milagres e doador de bênçãos. Atualmente estão infiltrados em várias denominações tradicionais e pentecostais, que adotam suas práticas esdrúxulas: noite dos empresários, sessão de descarrego, louvor extravagante, nova unção, poderoso cerco de Jericó, missas de curas (existe missa que não cura?), etc.

Há muitos profetas que denunciam este tipo de pregação, condenam e se mantém fiéis aos princípios que outrora norteava as igrejas.

Mas quem alimentou este tipo de pregação, quem abriu as portas para esta Teologia diabólica entrar e impregnar a igreja desvirtuando o sentido evangélico mais puro e cristão?

Com todo respeito aos irmãos e irmãs que ainda se mantém fiéis a estes princípios de outrora, mas os culpados somos nós mesmos que sempre pregamos um evangelho descompromissado com a vida e as causas sociais.

Se por um lado as Comunidades de Base que foram tão criticadas quando em algum momento trocaram Jesus Cristo pelo pobre como centro da fé, também nós os pentecostais trocamos Jesus Crucificado, encarnado pelo Cristo indiferente à causa da justiça e do amor aos pobres e da pregação da cruz.

Como disse recentemente um sacerdote em uma das reuniões das Novas Comunidades: “Criticamos tanto o governo e as repartições públicas por desejarem tirar a cruz dos lugares públicos e nós mesmos estamos tirando este símbolo da igreja. Veja os ícones que se destacam nos altares? Onde está a cruz de Cristo? Ela está em maior evidência?”. Nas repartições públicas onde ainda sobrevivem, elas se destacam mais que nas igrejas de hoje.

Quantos cristãos conhecem e pregam ou pregaram a Doutrina Social da Igreja? Os velhos discursos “evangelicalismo” e de religiosidade pobre, embasados em uma espiritualidade convencional e descompromissada com a vida, do tipo não somos deste mundo(é de marte?).

Na última vez que fui ao Cerco de Jericó na minha cidade, tive o azar de justamente neste dia o pregador ser um padre “pop star” conhecido e que em sua pregação em certo momento voltado ao altar pediu que todos orassem a Deus para tirar das suas vidas a cruz. Não voltei mais. O Pentecostalismo fora vencido pelo Neopentecostalismo. Por que não prego mais nestes lugares? Porque o meu discurso não agrada, é simples e estou feliz assim e muito triste pelos desvios que estão ocorrendo.

A soteria, palavra grega que significa salvação, vai muito além de uma libertação do pecado ou maldição. Ela não é apenas salvação metafísica, mas cura das doenças, da fome, do abandono. "O evangelho todo, para o homem todo" como disse outro pregador.

Mas quando foi que pregamos isso com convicção e comprometimento? Quantas vezes após nossas pregações, milhares de pessoas foram dormir com o estômago vazio todos os dias.

O Evangelho é Integral. A Palavra é vida! Dicotomizar a missão da igreja (missão espiritual x missão social) só vai contribuir para o agravamento da miséria no mundo. E sabe quem vai se alimentar à custa dos pobres miseráveis ou da miséria? São os lobos vestidos de ovelhas que pregam e exploram seus rebanhos com a tal Teologia da Prosperidade.

Na minha vida conheci poucos cristãos envolvidos em uma religiosidade concreta e profundamente espiritualizada em Deus e na vida.

Falar da missão social da igreja a uma sociedade "cristã" que reza todos os dias pela cartilha do consumismo é uma missão difícil e árdua. A consciência evangélica, de um modo geral, está embotada para esta realidade, e só Deus pode despertá-la. Neste campo de atuação as igrejas e eventos não terão quantidades, mas com certeza qualidades não faltarão. Mas não foi Jesus que disse que o Reino de Deus é como um grão de mostarda e como fermento? O poder não está na massa e sim no fermento que a faz crescer.

Se as heresias é um perigo que cerca a igreja. O outro, muito mais sutil, é a ortodoxia em detrimento da ortopraxia, a crença politicamente correta que nada produz. Precisamos manter nosso coração livre de ambas se quisermos ser relevantes em nossa missão.

Mas nunca é tarde para converter-se. Além do que, temos o Espírito Santo que sopra sobre a igreja, que não pode ser engaiolado e que nestes últimos dias nos trouxe a benção da presença do Papa Francisco cuja vida e pregação é o antídoto contra o veneno da Teologia da Prosperidade, e porque não dizer também, de diversos evangélicos sérios que surgem contra esta maldita teologia.

Como bem definiu um pastor: "Hoje nossos eventos religiosos estão cheio de pessoas que procuram pela mão do Senhor, mas não querem ver a face do Senhor"

Tenhamos fé e esperança! As portas do inferno não prevalecerão contra a igreja de Cristo.

Gilberto Ângelo Begiato

Comunidade Bom Pastor

Gilberto Ângelo Begiato
Enviado por Gilberto Ângelo Begiato em 16/03/2015
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