BRASIL CORAÇÃO DO MUNDO- PÁTRIA DO EVANGELHO-2ª parte

BRASIL CORAÇÃO DO MUNDO- PÁTRIA DO EVANGELHO-2ª parte

FlávioMPinto

Os livros espíritas-Brasil -Coração do mundo e Pátria do Evangelho e Brasil mais além, praticamente encerram o ciclo do país com a Proclamação da República.

Foi o período onde o país atingiu a maioridade e, a partir daí, deveria andar com suas próprias pernas, afirmaram os espíritos.

O Segundo Reinado foi para o Brasil uma afirmação de religiosidade, soberania e cidadania, mas não serviu de exemplo para o crescimento nem espiritual nem político da Terra do Cruzeiro. Desde então não tivemos um minuto de sossego.

D.Pedro II foi o Poder Moderador que todos esperavam. Sua precocidade como monarca em nada influiu na sua trajetória de chefe e comandante do Império do Brasil. Muito pelo contrário, sempre se mostrou extremamente maduro para sua idade. Com absoluta certeza foi devido ao preparo intelectual que seus tutores, dentre eles José Bonifácio de Andrada, incutiram na sua mente privilegiada. Como Imperador elevou o país aos mais altos picos de governabilidade e respeito internacional granjeando a simpatia de inúmeros espíritos evoluídos que auxiliaram no progresso da Pátria em todos os setores.

Sua saída do poder criou um vácuo de credibilidade em momento tão crucial e turbulento da trajetória histórica nacional.

Concomitante a isso, o Brasil espírita parece ter deixado a cena a partir da Proclamação da República e do inicio crescente da influência marxista no país.

A missão coletiva do Brasil, então, parece ter se esgotado e mudado de rumo: aos poucos a adoção de uma doutrina apátrida, de cunho ateu, materialista, centrada em valores morais individuais e coletivos eivados de vícios nefastos, começou a influir nos destinos do país. E nesta quadra histórica do Séc XXI, podemos afirmar, como se diz na linguagem popular, “está tudo dominado”, após tentarem inúmeros golpes contra a nova república brasileira.

Podemos chegar a períodos em que a moral e éticas são produtos relegados a segundo plano fazendo os ensinamentos espíritas do século passado e retrasado coisas realmente do passado. Um passado distante em que valores cristãos são relegados e substituídos por outros de poderes duvidosos.

Será que a Terra do Cruzeiro perdeu a batalha para espíritos zombeteiros, maliciosos, vaidosos e dominadores?Perdeu a batalha para aqueles que, mesmo depois de mortos, continuam a pressionar para obter seus objetivos terrenos contra encarnados e desencarnados fracos? E quando reencarnados continuam a influir negativamente?

Sim, o Brasil- Terra do Evangelho, hoje, está abandonado a própria sorte prestando relevantes serviços ao marxismo.

Prefiro não acreditar que os bons espíritos desejam o País com essa taxa de mortalidade das ruas; com índices ridículos de educação; com ignorância crescente na população que sobrevive de migalhas do governo; que o governo gaste com países amigos dele o que falta aqui dentro e não é pouco; prefiro não acreditar que o país fique á deriva com os piores administradores no comando da máquina pública e levando o Estado ao desastre iminente.

Será que seria esta a Pátria do Evangelho onde são glorificados ateus, homossexuais, e deixando bandidos de toda espécie tumultuar a sociedade?

Será que seria esta a Terra do Cruzeiro almejada onde confraternizariam todos os povos e onde a população foi e está agora dividida entre índios, brancos e negros , pobres e ricos, sulistas e nordestinos, trabalhadores e não trabalhadores e outras segregações indesejáveis?

Será que seria esta a Terra do Cruzeiro a exportar escândalos públicos com imensas fortunas em jogo a um mundo a nos observar?

Será que seria esta a Terra do Cruzeiro comandada por um partido absolutamente ateu, apoiado pela maioria da população, materialista, ditatorial e absolutamente envolvido com os enormes escândalos que bestializam a opinião pública nacional e internacional?

Será que seria esta a Nação, eivada de falsa moral erradicada entre os seus, que os espíritos desejam?

Estamos numa tempestade e prefiro acreditar que o Brasil está perdendo a guerra temporariamente para os espíritos reencarnados maliciosos, zombeteiros, medíocres que continuam além túmulos a infernizar os espíritos encarnados e desencarnados fracos.

Eles não são a maioria e sim uma minoria bem atuante e agressiva com grande poder de influência acampados nos postos-chave de toda Nação.

“ O Brasil está cheio de ideologias novas, refletindo a paisagem do século.; cabe aos bons operários do Evangelho concentrar suas atividades no esclarecimento das almas e na educação dos espíritos”. ( pelo espírito de Humberto Campos)

Este foi o cenário do Séc XX que a sociedade espírita enfrentou e que agora vive.

E é o que temos hoje: um país destroçado moral e administrativamente celeremente caminhando para a derrocada de todos os valores cristãos, indo calmo e bovinamente ao desastre.

Será que perdemos a batalha?

Acredito que não. Estamos atravessando uma tempestade que não se pode precisar quando findará. Logo virá a bonança. Aguardemos.

ALLAN KARDEC e os PERÍODOS DO ESPIRITISMO

“ Nos primeiros anos, muitos duvidaram de sua vitalidade, razão por que lhe deram pouca atenção. Mas quando o viram crescer, a despeito de tudo, propagar-se em todas as fileiras da sociedade e em todas as partes do mundo, tomar o seu lugar entre as crenças e tornar-se uma potência pelo número de seus aderentes, os interessados na manutenção das idéias antigas alarmaram-se seriamente.

...

Então uma verdadeira cruzada foi dirigida contra ele, dando início ao PERÍODO DE LUTA, de que o auto-de-fé de Barcelona, de 9 de outubro de 1861, de certo modo foi o sinal. Até então ele tinha sido alvo dos sarcasmos da incredulidade, que ri de tudo, principalmente do que não compreende, mesmo das coisas mais santas, e aos quais nenhuma idéia nova pode escapar: é o seu batismo de fogo.

Mas os outros não riem: fitam-no com cólera, sinal evidente e característico da importância do Espiritismo. Desde então os ataques assumiram um caráter de violência inaudita. Foi dada a palavra de ordem: sermões furibundos, pastorais, anátemas, excomunhões, perseguições individuais, livros, brochuras, artigos de jornais, nada foi poupado, nem mesmo a calúnia.

Estamos, pois, em pleno período de luta, mas este não terminou. Vendo a inutilidade dos ataques a céu aberto, vão ensaiar a guerra subterrânea, que se organiza e já começa. Uma calma aparente vai ser sentida, mas é a calma precursora da tempestade; não obstante, à tempestade sucede o tempo sereno”.

Allan Kardec

Fonte: Revue Spirite, dezembro/1863 (extrato).

Publicação: Reformador-maio/2004.