MEDIUNIDADE E MISTIFICAÇÃO

MEDIUNIDADE E MISTIFICAÇÃO

“Para quer ter demais o que a grande maioria não tem nada? Que as pessoas com talento ajudem na sua inteligência privilegiada a melhorar a humanidade sofredora. Não use suas habilidades somente para ganhar dinheiro que satisfaça suas vaidades. Que os médicos sejam mais humanos e menos mercenários. Que a indústria farmacêutica mundial seja menos mafiosa. Tem gente demais, por toda a parte, morrendo por falta de remédios ou porque não tem o alto dinheiro que custa cada caixinha nas farmácias. Que os milionários sejam menos ricos e os pobres menos pobres”. (Raja Marausha).

As pessoas alheias ao Espiritismo, não lhe compreendendo nem os objetivos nem os fins, dele fazem, quase sempre, uma ideia completamente falsa. O que lhes falta, sobretudo, é o conhecimento do princípio, a chave primeira dos fenômenos. O Espiritismo é ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo corpóreo. O Espiritismo se apresenta sob três aspectos diferentes: o das manifestações, o dos princípios e da filosofia que delas decorrem e o da aplicação desses princípios.

É sem contradita, o mais poderoso elemento da moralização, porque mina pela base o egoísmo e o orgulho, facultando um ponto de apoio à moral. O Espiritismo é uma doutrina racionalista e avessa a qualquer fórmula restritiva da liberdade da consciência. O Espiritismo que entende com as mais graves questões de filosofia, com todos os ramos da ordem social, que abrange tanto o homem físico quanto o homem moral, é, em si mesmo, uma ciência, uma filosofia.

É uma doutrina filosófica de efeitos religiosos, como qualquer filosofia espiritualista, pelo que forçosamente vai ter as bases fundamentais de todas as religiões: Deus, a alma e a vida futura. Mas, não é uma religião constituída, visto que não tem culto, nem rito, nem templos e que, entre seus adeptos, nenhum tomou, nem recebeu título de sacerdote ou de sum-sacerdote. Na fase de transação que ora vivenciamos tudo está instável, como em análise.

Podemos entender também que situação semelhante acontece com relação à mediunidade, ou melhor, à sua prática. Mediunidade é coisa séria. Conforme alertam irmãos maiores, há muitas coisas a mudar, outras a reforçar e outras ainda a eliminar para que as comunicações entre os dois mundos venham a cumprir mais amplamente as suas sublimes finalidades. Se, conforme a codificação do Espiritismo, já estamos ensaiando os primeiros passes nessa transição “provas e expiações” para o “mundo de regeneração”, devemos lembrar que transição pede mudanças.

Assim, o que é necessário fazer? Permanecer como antes ou participar ativamente para que ela se dê mais depressa e de forma mais fácil? Surge então uma pergunta? O que é necessário mudar? Certamente as carências são muitas, mas vamos tratar as questões relacionadas com a mediunidade, cuja prática pouco evoluiu nos últimos quarenta anos. “Um clamor ao serviço abnegado e consciente na regeneração da humanidade em ambas as esferas de vida, formação de frentes corajosas de amor, tarefas maiores de libertação e asseio psíquico na terra”. Eis os desafios delegados pelo Cristo que todos que O amam.

Desafios que, em muitas oportunidades, são substituídos pela atitude impensada de acomodação... O sentimento de imortalidade precisa ser construído na intimidade do homem reencarnado. É instrução a serviço da espiritualização. Essa instrução a serviço da espiritualização. Essa instrução, no entanto, carece de aplicação prática que retrate quanto possível à realidade imortal. “Daí o imperativo de vivencias mediúnicas incomuns, para além dos rígidos padrões de segurança e utilidade consagrados pela comunidade doutrinária”.

Inúmeras têm sido as comunicações procedentes do mundo espiritual que falam sobre a necessidade de vencer barreiras intelectuais para vivenciar a comunicação interdimensional de forma mais plena. Muitos espíritos ilustres reclamam dizendo que se sentem como se tivessem morrido duas vezes: a primeira pela desencarnação; e a segunda , quando se aproximam de um médium visando comunicar-se e estes recusam a recebê-los, por medo do que os companheiros podem dizer. Dona Maria Modesto Cravo (1889-1964), curada por Eurípes Barsanulfo, já desencarnada, quando encarnada fundou o Sanatório Espírita de Uberaba (MG). Hoje no mundo espiritual, desenvolve inúmeras tarefas no Sanatório da esperança (no Plano espiritual) e através da mediunidade, aqui na Terra, com amor e imenso devotamento.

A cultura do melindre nos meios espíritas gerou situações em que o médium se nega a receber um espírito mais elevado, para não acabar sendo “fritado” pelos companheiros do grupo, quando deveria ser fiel ao mandato que lhes confiaram , mesmo que isso significasse o calvário de que fala D, Modesta. Os grupos mediúnicos deveriam trabalhar intensamente para erradicar os melindres (afetação, delicadeza, mágoa, ofensa, melindrosa). Além de prejudiciais aos próprios trabalhos, escondem em seu bojo o orgulho e a vaidade. Enquanto alguns médiuns se sentirem inflar de vaidade por “receber” espíritos ilustres, outros adotam a cultura da indignidade que vige nos meios espíritas.

“Quem sou eu para receber tal espírito?”. “Imagine eu psicografando com espíritos superiores”. Um dos grandes perigos na comunicação interdimensional está em o médium trabalhar isoladamente, sem o suporte de um grupo que analise suas produções, aconselhe-o quando entender necessário e lhe dê assistência quando sofre assédio espiritual. Apesar da mediunidade aflorada nas crianças, elas devem ser orientadas no estudo da doutrina para numa data oportuna possa desenvolvê-la. Animismo e mistificação: Existem médiuns que habitualmente “incorporam” ou detectam, pela vidência ou audição, espíritos de pessoas famosas, recém-desencarnadas, ou daquelas de que a imprensa trata com mais intensidade.

Outros “recebem” sistematicamente entidade das mais conhecidas e amadas nos meios espíritas e assim por diante. Até que ponto se pode ter certeza de que tais ocorrências são anímicas, ou mesmos, mistificações? Há muitos tipos de animismo, desde aqueles em que a comunicação parte da mente do próprio médium, em que este repete clichês existentes em seus inconscientes, em que revive situações de suas vidas passadas, até aqueles em que insere o próprio pensamento ou personalidade na comunicação de espíritos. Pode-se mesmo dizer que, em toda comunicação mediúnica, há maior ou menor grau de animismo. O espírito para comunicar-se, utiliza-se da mente do medianeiro, com todos seus componentes psíquicos, seus potenciais, seus conhecimentos, porque ele não é um mero aparelho, como erroneamente muitos o denominam.

Mistificação:- Mistificar é, na palavra dos dicionários, o ato e enganar, iludir, lograr, abusar da credulidade de alguém, engodar, valendo-se de ardis e subterfúgios, malícia e mesmo maldade. Mistificação inconsciente por parte de um homem vivo. Mistificador – Existem os mistificadores inofensivos, brincalhões apenas, que levam o tempo alegremente, se bem que também levianamente, cujas ociosidades e futilidades, (só a si mesmos), prejudicam. Existem os (mistificadores) hipócritas, perigosos, portanto, que sabem enganar porque se rodeiam de falsa seriedade, a qual mantém apoiados em certa firmeza de lógica, e a quem somente observadores muito prudentes saberão descobrir.

Animismo: fenômenos psíquicos inconscientes se produzidos no médium fora dos limites da esfera corpórea do médium, ou extramediúnicos (transmissão do pensamento, telepatia, telecinesia, movimentos de objetos sem contato, materialização). Temos aqui a manifestação culminante do desdobramento psíquico; os elementos da personalidade transpõem os limites do corpo e manifestam-se a distância, por efeitos não somente psíquicos, porém ainda físicos e mesmo plásticos, e indo até a plena exteriorização ou objetivação, provando por esse meio que um elemento psíquico pode ser, não somente um simples fenômeno de consciência, mas ainda um centro de força substancialmente pensante e organizadora, podendo também, por conseguinte organizar temporariamente um simulacro de órgão vital ou invisível, e produzindo efeitos físicos.

Para maior brevidade, proponho designar pela palavra animismo todos os fenômenos intelectuais e físicos que deixam supor uma atividade extracorpórea ou a distância do organismo humano, e mais especialmente todos os fenômenos mediúnicos que podem ser explicados por uma ação que o homem vivo exerce além dos limites do corpo. Existência latente de faculdade de significação espiritual na subconsciência humana. Ação extracorpórea da alma. É o fenômeno pelo qual a pessoa arroja ao passado os próprios sentimentos, “de onde recolhe as impressões de que se vê possuída”. O automatismo mental, ou seja, o animismo é a obsessão da própria mente e poderá ocasionar consequências desagradáveis para quem a cultiva.

Conjunto dos fenômenos psíquicos produzidos com a cooperação consciente ou inconsciente dos médiuns em ação. De acordo com Aksakof, haveria aqui uma exteriorização de elementos da própria personalidade do sensitivo, provocando efeitos psíquicos, físicos e plásticos. Aqui o pensamento Aksakofiano se aproxima muito da Escola Fluidista de Mesmer. Segundo ele, o fenômeno de bicorporeidade atribuída a Santo Antônio seria um exemplo extremo de animismo, Aksakof usa o termo animismo por ser derivado de “anima” ou alma, que não seria o eu individual, que pertence ao espírito, porém apena o envoltório ou corpo fluídico desse “eu” espiritual Allan Kardec usa aqui o termo perispírito. André Luiz usa psicossoma, e Hellenbach denomina-o metaorganismo.

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI- DA ACE- DA UBT- DA ALOMERCE E DA AOUVIRCE

Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 17/05/2015
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