Responsabilidades

Esses dias eu estava ouvindo um programa de rádio, 98,1 FM, Jornal da Manhã, Morada FM - uma notícia sobre um assaltante que tentou roubar um veículo em uma cidade da região, porém não obteve êxito e acabou sendo atropelado e morto pelo próprio motorista do veículo que ia ser a vítima do assaltante.

Na ocasião o âncora do Jornal, ironicamente falou: “coitadinho do ladrão, tadinho dele, morreu atropelado, que grande perda para a sociedade”, depois soltou o verbo: “tem que matar mesmo, bandido bom é bandido morto, fez bem em atropelar, não perdemos nada com a morte deste indivíduo”. E, no programa ao vivo, essa reportagem gerou grande discussão entre eles, pois o jornalista mais velho defendia a tese de que o trabalhador poderia ter sido morto ou sequestrado e tinha agido acertadamente. Já o jornalista mais jovem teve uma postura diferente e me causou surpresa a sua formação, pois em meio a discussão ele disse: “Perdemos sim, é uma vida que se vai, não podemos banalizar a criminalidade, não podemos nos tornar desumano e incitar a violência ao ponto de desejar uma morte, seja qual for o indivíduo, não sabemos nada sobre este assaltante que morreu, sabemos apenas que ele se enveredou pelo caminho do mal e da criminalidade, quais os motivos que o levaram a fazer isso, não sabemos. Se agirmos dessa forma violenta tornaremos animais, de certa forma irracionais e desejando a morte de alguém seremos Igual ou pior do que ele foi.”

Moral da história

Em qualquer posição que ocupamos, seja jornalista, pai, mãe, professor, administrador, líder político ou religioso temos que ter as nossas responsabilidades, e agir sempre pensando nas consequências que a nossa ação pode representar aos mais jovens ainda em formação, não devemos sair por ai dando maus exemplos, se agirmos assim o mundo se tornará cada vez pior, uma terra de ninguém, onde prevalecerá apenas o ódio, e o amor ficará cada vez mais banalizado.

Tenho absoluta certeza que o motorista agiu instintivamente, sem a intenção de querer matar o assaltante, mas foi à defesa que teve diante da ação do bandido.

Vamos agir com responsabilidade, dando exemplos que no futuro poderemos nos orgulhar de ter influenciado um jovem a enveredar pelo caminho do bem, nem que seja apenas algum membro de nossa família, dando uma melhor formação baseado no amor, na paz e na misericórdia, e pedir a Deus para que nos livre de passar por certas situações em que o instinto domine a nossa razão.

Por José Renato Bueno