Consciência e fanatismo religiosos

Cabe ao indivíduo auto avaliação, ao inserir-se num ambiente religioso escolhido. É conveniente, a quem entra num grupo, observar as características dos que lá se encontram, quanto a formação recebida pelo indivíduo: se de consciência ou de fanatismo religiosos.

São totalmente antagônicos os atos produzidos por essas duas palavras. Segundo o dicionário Aurélio Junior: consciência é o atributo pelo qual o homem pode conhecer-se e avaliar sua própria realidade. Na contramão do equilíbrio vai o fanatismo: faculdade do indivíduo aderir cegamente a uma doutrina ou a um partido.

Sabemos haver uma diversidade de religiões, seitas religiosas e conceitos filosóficos, formados em grupos e indivíduos diversos. Creio eu, numa força ou foças sobrenaturais, emanadas por um único Deus, para todos os indivíduos, sejam do grupo que for, esses indivíduos.

Os nomes das religiões e suas variações foram dados pelo próprio homem. Nem Deus, nem o seu filho Jesus Cristo, segundo as escrituras, denominaram essa ou aquela religião ao que me consta.

Falo isso, por presenciar pessoas afirmarem que frequentadores dessa ou daquela religião, pessoas assim ou assadas vão para o inferno. Seria eu, omisso se não expusesse minha opinião diante de tamanho contrassenso.

Quem nos atribuiu a autoridade de condenar em nome de Deus? Não creio, que ao homem, Deus tenha concedido essa prerrogativa.

Sabemos que há mais de dois mil anos, segundo as escrituras, Jesus Cristo pregou a palavra, sem jamais ter escrito coisa alguma, sendo Ele o Filho do Homem.

Em várias passagens do Evangelho, escrito por homens, encontramos atos de mansidão, misericórdia e perdão ao outro, por Jesus.

Foi assim com Maria Madalena, quando Jesus em casa de Lázaro, ouviu reclamações sobre ela por sua irmã, que logo a repreendeu; também com os dez leprosos, orientando-os a procurar os sacerdotes, curando-os da doença, enquanto caminhavam e apenas um retornou para lhe agradecer; e ainda com a mulher adultera que seria apedrejada, dizendo: aquele que não tiver pecado atire a primeira pedra, todos bateram em retirada.

Em Lucas, capitulo 18, versículos de 9 a 14, Jesus conta a seguinte parábola, para alguns que confiavam na sua própria justiça, enquanto desprezavam os outros:

“Dois homens subiram ao Templo para rezar: um era fariseu, o outro cobrador de impostos. O fariseu, de pé, rezava assim em seu íntimo: ‘Ó Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este cobrador de impostos. Eu jejuo duas vezes por semana, e dou o dízimo de toda minha renda. ’

O cobrador de impostos, porém, ficou a distância, e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador! ’ Eu vos digo: este último voltou para casa justificado, o outro não. Pois quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado. ”

A autocritica é a crítica feita por alguém a si mesmo ou a sua conduta, segundo Aurélio, e em consequência, aprende a respeitar o outro, nas suas convicções.

Rio, 24/10/2016
Feitosa dos Santos