CORAÇÃO CURADO

Em seu livro, Seja Feliz Todos os Dias, no seu capítulo XIII, em seu texto Corações Curados, impresso em 1998 pela Edições Loyola, Padre Léo falando da cura interior da exemplos de pessoas que apesar das dificuldades são felizes e tem um coração curado. Entre essas pessoas padre Léo fala de mim e descreve fatos da minha vida. Transcreverei para que conheçam um pouco sobre a minha pessoa escrita por alguém que me conheceu e amou como filho.

"Por último quero falar de um jovem membro de minha comunidade de vida. Afonso é um jovem especial. Hoje tem 30 anos. Ele é uma das muitas vítimas da talidomida aqui no Brasil. Quando nasceu, em Brusque, os médicos nem queriam apresenta-lo a sua mãe. Ele nasceu sem os braços e sem as pernas. Tem apenas uma pequena parte dos braços, pequenas articulações no lugar dos dedos e uma pequena parte da perna. Á primeira vista parece ser um anão. Sua mãe insistiu em vê-lo e, como ela mesmo me disse, apaixonou-se por ele. Os médicos diziam que ele não iria andar, não poderia falar, não conseguiria estudar e que deveria morrer em poucos dias. Mas o amor materno foi muito mais forte. Sua mãe, para fugir dos comentários pessimistas, foi morar na cidade de palhoça, também em Santa Catarina.

O tempo foi passando. Afonso foi demonstrando grande inteligência e uma esperteza fora do comum. Começou a andar com um ano de idade. Já falava algumas palavras. Foi crescendo. Entrou para a escola e se formou em Pedagogia pela Universidade Federal de Santa Catarina. Passou pela experiência das drogas, mas conheceu o amor de Deus. Engajou-se na Pastoral da Juventude e depois na Renovação Carismática Católica. Depois, resolveu consagrar-se definitivamente ao trabalho com jovens drogados e marginalizados. Em janeiro de 1997, consagrou-se como leigo na comunidade Bethânia. Hoje vive conosco. É o responsável por nosso programa de rádio, está estudando teclado, e mesmo sem os dedos, elabora e digita o jornal mensal da comunidade. Afonso tinha tudo para ser um jovem revoltado e de mal com a vida.

No entanto, porque deixou Deus curar seu coração, transmite-nos uma grande alegria com seu constante sorriso. É um pregador cheio de unção do espírito Santo. Não fez da sua vida uma oração de lamúria. Pelo contrário: ele testemunha, por palavras e pela vida, o amor infinito de Deus.”

Agradeço ao meu amigo e Pai Padre Léo por tanto carinho e amor a mim dedicado ao longo dos nove anos em que vivemos juntos a experiência do infinito amor de Deus em especial na Comunidade Bethânia.