AINDA HÁ ESPERANÇA PARA AQUELES QUE SABEM EM QUEM ESPERAM –

A investigação chega ao fim, o martelo é batido e eles continuam inocentes. Costumam dizer que nós só enxergamos o que queremos. Estou chegando a conclusão que eles se veem inocentes. Eles têm na ponta da língua a resposta para cada pergunta e provam por A +B que não são eles que cometeram os crimes citados.

Gosto de ouvir programas policiais é um ambiente fantástico. As pessoas que ali frequentam são puras e inocentes. Nenhuma delas tem nada a ver com os crimes e muito menos com o que estão sendo acusados.

Um dos casos que acompanhei o cidadão foi pego com a arma do crime, o dinheiro do assalto inclusive cheques e os celulares das vítimas. Sabe o que respondeu ao repórter? Não fui eu, foi meu amigo que pediu para eu guardar isso para ele. Fui obrigada a sorrir pensando em seu rosto. Seria cômico se não fosse trágico. Uma das vítimas sabia até o desenho e a marca da roupa do delinquente, disse que prova era vídeo e foto.

A voz é um fator à parte, merece um comentário especial. Parece que eles fazem curso para falar para dentro e o ouvinte não entender nada. É uma educação tão grande com os repórteres e em especial ainda os chamam de senhor e senhora. Agora, fique com eles sozinho para ver! Você perde até a roupa.

A inteligência destes delinquentes é muito grande, conseguem com paciência analisar fatos, hábitos e depois dar o bote. Imagine se usassem esta inteligência para o bem!!!

As desculpas de roubo são as mais inúteis possíveis:

- Um deles está roubando porque a mulher está grávida e ele precisava de dinheiro.

-O outro não estudou e ai as desculpas vão correndo soltas.

- Você não vai acreditar, mas um deles, que surpresa, era engenheiro e estava nesta vida porque ela é estimulante e cheia de surpresas.

Um desempregado desabafou: “vou ser preso, assim como e bebo e minha família fica amparada.” E sorriu dizendo: sou mais culpado que eles, pois não fizeram nada e eu devo na padaria, açougue e outros.

O pai chegou ao local e ficou como cachorro que lhe tomaram os trapos, rodando em volta da cadeira e se perguntando onde havia errado. Mostrando e provando o quanto trabalha e quem é na sociedade onde vive. Como num estalo de raio, passou a mão pelos cabelos, pensou e chamou o delegado. Suas palavras se tornaram firmes, dai cheguei a conclusão que resolveu algo importante. Ele ficou ao lado do filho, passou a mão no braço preso às algemas e falou olhando dentro dos olhos do rapaz:

- “Não vou pagar por algo que não cometi, pois nunca roubei, nunca usei drogas, nunca bebi para não ser mau exemplo para você”. A partir de agora você vai pagar pelos seus atos. Quando sair vá trabalhar, pois, precisa virar homem. E continuou:

- Não venho te ver e no dia que sair daqui vamos conversar sobre o que aprendeu e ganhou com tudo o que fez.

O filho mudo, engasgou com a própria saliva e resmungou:

- Eu sei, procurei com as minhas mãos.

Quando a responsabilidade chega à inocência cai por terra. O silêncio tornou-se tão forte que parecia palpável. Os outros começaram a sorrir e o filho daquele homem não conseguiu nada além de silêncio. A porta bateu e o homem saiu por ela de cabeça baixa. O curso de engenharia foi pago pelo pai com muito suor e enquanto o filho dizia estar fazendo estágio, na verdade o que fazia era planejar e executar crimes.

O caso acima é verídico e as pessoas são conhecidas minhas.

Passaram-se dois anos e reencontrei o pai no mesmo local de antes. O reconheci de imediato. Não estava triste nem de cabeça baixa. Falou comigo tão sereno que fiquei curiosa. Ele me disse que não foi mesmo ver o filho, mas que sabia o que acontecia lá dentro. Um dos amigos do filho se envolveu em tráfico dentro do presídio e foi morto enquanto dormia. O assassino acordou o filho e lhe disse: Mude de vida, esse será seu fim se continuar nesta vida, você tem tudo e não quer nada. Foi um susto, pois pareceu ter tirado o rapaz daquele transe estranho.

O Senhor contou-me que seu filho ao sair da cadeia foi procurar pelos jovens que um dia julgou serem “caretas e bregas”. Isto mesmo!!! Este jovem tornou-se um cristão convicto. Continuou respondendo pelos seus crimes em liberdade, mas está trabalhando e eles mudaram de casa.

Minha curiosidade foi maior e perguntei:

- O que faz aqui? Ele disse ter ido ver outro amigo de seu filho que ao sair da cadeia, cometeu outro crime e foi preso novamente. Disse ter ido visitá-lo, pois cria que o Cristo que salvou seu filho também podia mudar a vida do outro. Com um sorriso no rosto e olhando para mim continuou a me falar:

- A responsabilidade um dia chega, mesmo que seja com súplicas a Cristo. Por gentileza, conte este fato num artigo seu, pois eu nunca perdi a fé em Jesus, sabia que Ele iria mudar a vida do meu filho e sabia em Quem eu confiava. Não deixei de crer que meu filho tinha futuro, mas ele precisou enxergar sua vida. Precisou abrir os olhos para o futuro que ele estava construindo. Não abri mão do meu filho de forma alguma, apenas tomei decisões sérias e importantes em um momento oportuno.

Então foi esta inspiração que tive pra escrever este artigo, o pedido de um pai que confiou no Senhor, que sabia em Quem confiava e confia, com certeza.

Não deixe de lutar por seus filhos. Não perca a fé em Jesus. Eu sei em Quem tenho crido e sei que Ele é Poderoso para fazer muito mais do que podemos imaginar.

E você, em quem está crendo?

Em Cristo, por Cristo e para Cristo são todas as coisas.

Até a próxima...

Silvia Letícia Carrijo

leticiacarrijo81@gmail.com

Leticia Carrijo
Enviado por Leticia Carrijo em 14/10/2017
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