OS OPOSTOS SE ATRAEM OU NOS SEPARAM?

A mulher está aprendendo a se relacionar no casamento. Há poucos anos atrás o casamento estava sobre as costas da mulher, e recaia sobre ela o peso de mantê-lo de pé, animado e sexualmente atraente e quente.

A infraestrutura domestica que criamos no decorrer dos anos fez os homens se tornarem dependentes dessa mulher de casa. Assim nós por décadas ou séculos carregamos esse casamento pesado sobre nossos ombros. O sacrifício era a palavra chave para manter toda essa estrutura de pé.

A mulher sempre teve que estar disposta a essa família, em boa parte deixando de cuidar de si mesma e até de sua saúde física e mental porque não tinha tempo para tal. A família estava sempre à frente de si mesma.

Não estou aqui repugnando essa mulher, muito menos a diminuindo. Até porque na minha idade ainda éramos criadas para ser esposas e mães e isso é o que nos foi ensinado como felicidade plena. Se isso não ocorresse tínhamos nomes a carregar que eram pesos pesados.

A opinião dela não tinha peso de decisão e ser ouvida que seja em qual assunto fosse dependia do tempo que o marido achasse que fosse possível ouvir.

Muita coisa mudou, quando começamos a dizer o que pensava e começamos a ser ouvidas, essa nova voz trouxe doçura a assuntos pesados e massacrantes, como violência familiar. Hoje ouvir a mulher falar de tal assunto tomou outra forma. Antes se falava dele como se a mulher fosse a culpada pelo marido ser assim. Já chegamos a ponto de ouvir religiosos dizer em pleno culto que o marido corria para o bar porque a mulher era chata e não aceitava ele com é. Ou seja, o marido não era problema com sua bebida desorientada e só era violento em casa por causa da consequência da mulher não do vicio.

Mas para não se esquecer dos dias atuais vivemos também o oposto que chega ao ridículo. Uma nova onda veio para nos pregar que não devemos chamar nossas filhas de princesa, porque a estamos chamando de frágeis. Somos frágeis sim, somos princesa sim. Somos a parte mais doce sim da vida. Isso jamais nos tornara menor, mas nos tornará mulheres lindas com poder de decisão e amadas como mulher.

A mulher não deve medir força com o homem no que ele tem de pior. Mas sermos a parte sensível que do equilíbrio a relação. E mesmo que ela decida viver sozinha e sem filhos continuara sendo doce, sensível, uma dama e princesa.

Tenho pavor das musicas que nos chamam de cachorras, tenho pavor das musicas que nos colocam como ser inferior e que servimos apenas de prazer ao outro. Meu corpo é meu maior bem. É minha melhor parte a ser levada, porque tudo em mim depende dele. Senão morro.

Não entrego meu corpo a prazer de ninguém que não me queira ao seu lado, essa de que o prazer em primeiro lugar foi tudo que lutamos por anos para não existir. Lutamos para não sermos abusadas todo tempo pelo bel prazer masculino, agora queremos pegar as mesmas armas e ir a luta.

Estamos escolhendo parceiros por desejo só que isso tem nos levado fracasso emocional. O sacrifício para que de certo também chegou ao ponto final. A menos que seja dos dois. Os dois abrir mão de algumas coisas para que consigam manter a família juntos.

A nossa escolha hoje precisa ser por afinidades, por desejos parecidos, por algo que temos o prazer de dividir. A escolha familiar hoje já não tem mais o peso antigo. A mulher se levantou da cadeira da escravidão emocional, mas precisa se libertar da escravidão musical. Não temos que cantar as cachorras, somos princesas, somos separadas para mostrar ao mundo o valor da vida, o valor de superar.

Não quero alguém do meu lado que seja sangue suga, quero alguém que deseja dividir comigo a experiência de viver e ser feliz, dividir as alegrias e tristezas de estar vivo e no fim do dia poder deitar com a certeza que tenho a melhor escolha feita em mais uma caminhada.

Somos mulheres, somos nós que vamos educar homens com mentalidades diferentes e mulheres fortes não perdendo o doce sabor de ser feminina, mulher, frágil e que consegue vencer não usando armas já fracassadas.

Leticia Carrijo

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Leticia Carrijo
Enviado por Leticia Carrijo em 18/10/2017
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