Tem como salvar pastores do suicídio?
 
Muitos, muitos aqui em nossos grupos de relacionamento pastoral – pelo menos eu penso que seja de relacionamento pastoral e discretamente tenho lutado por isso – nunca me viram, não sabem nem mesmo o formato do meu rosto, nem nunca ouviram o tom da minha voz, nada, quase nada sabem a meu respeito. Alguns até me odeiam pelo fato de terem “ouvido falar” algo ao meu respeito, como se isso fosse importante para mim... Mas, inúmeros, e incontáveis irmãos e irmãs tem me afirmado que me amam! E eu louvo a meu Deus por isso! Louvado seja Deus!



Houve momentos em minha vida, que eu questionei com meu Deus, porque Ele me chamou e me vocacionou para o ministério! Eu jamais havia pensado em vir a ser pastor! Ah, isso jamais! Minha intenção era estar longe, anos luz longe de um púlpito! Quando eu sai das fileiras do romanismo, depois de ter sido arrancado do império das trevas com força, pelo meu Deus e Senhor e por Ele ser transportado para o reino do Filho do Seu amor, naquele momento eu fiquei completamente escandalizado! Como que Deus faz isso comigo, depois de tantos e tantos anos, dando o melhor da minha vida, desde os meus tenros 13 aninhos idade, fui dissociado de meus pais para dedicar-me integralmente a uma instituição religiosa que, se necessário fosse, teria dado até a minha vida integralmente por ela? Como? Eu fui ensinado assim... Pensei: Deus teve ter enlouquecido ou eu, só pode!... É, meus amados companheiros, Deus é soberano e Ele age como Ele assim bem o quer e deseja! E eu demorei um pouco para entender tudo isso!...



Meus então colegas (padre não tem amigos!), me disseram que eu iria passar fome e que eu não iria sobreviver aqui fora, em virtude da idade que eu tinha quando sai do romanismo... E eu sobrevivi e estou sobrevivendo e muito bem, graças ao meu tão bom Deus! Em fevereiro de 1959 adentrei os portões sombrios do seminário da “ordem dos frades menores capuchinhos” e deixei para trás meu pai e minha mãe, chorando!...Estou falando dos meus pais, entendem?!... Não foi nada fácil! E eu suportei tudo isso porque minha vontade de vir a ser padre-frade capuchinho era enorme!... Há uma diferença enorme entre padre diocesano com padre-frade capuchinho... Enorme!... E em 17 de setembro de 1992 deixei tudo isso, status, por amor ao meu Senhor Jesus, e eu tinha, naquela época, quase 46 anos de idade! E não se esqueçam que eu nascei no Brasil, mais precisamente em Fortaleza, capital do meu Ceará, no dia 31 de dezembro de 1964, e quase que eu não nascia, por falta de dia para nascer... Como pode alguém nascer no último dia do ano, me expliquem pro favor!... Os irmãos fazem uma ideia? Ninguém nesse dia se lembram de mim, pois todos estão voltados para os festejos de final de ano... Quem vai se lembrar que um Barbosa da vida nasceu naquela dia?... Quem?...



Nasci num País como o nosso, que quanto um jovem chega a terminaldiade do curso médio e ele vai procurar emprego é uma tremenda dificuldade! Porque ele não tem qualificação profissional! Mas, também quando ele chega em volta dos seus 35 anos de idade, começa a enfrentar dificuldades, porque o mercado de trabalho já o acha “muito velho”... É ou não é?!...



Dizem que padre é muito culto... Será? Depende!... Nem tanto!... Há muitos exageros nisso... Antigamente se “fazia-se bons e padres cultos”, hoje nem tanto!... Ledo engano o nosso!... E, com quase 46 anos de idade, o que vocês acham?!... Alguém conheceu o ex-Padre Aníbal Pereira Reis? Culto, inteligentíssimo. Hoje me envergonho de tê-lo perseguido de forma implacável para me tornar conhecimento de tudo e de todos!... Coisas da vida!...



Como ser humano que sou, eu me assustei quando o meu Deus me arrancou do antro da idolatria!... Nem conseguia sair de casa!... Quase entro em pânico! Quando eu sai do romanismo, demorou para o catolicismo sair de dentro de mim!... Porque aqui é tão entranhado dentro da gente, que eu nem mesmo sei explicar... Precisei passar por um processo de libertação, alguém precisou orar para que eu fosse liberto das cadeiras e correntes do diabólico catolicismo...



Mas, graças a Deus, pessoas desconhecidas começaram a me ajudar! Quando eu sai daquela instituição, foi com uma mão na frente e outra atrás. O que “herdei” foi uma pequena mala com algumas poucas roupas velhas e feias, e meus livros e a minha vida. Só. Pensei encontrar apoio maciço em nosso meio (da mesma Fé e Ordem), e aqui encontrei foi uma fortíssima oposição, porque NINGUÉM acreditava em mim, porque como padre-frade capuchinho eu era um capeta em figura de gente. Acreditem!...Eu era irascível comigo mesmo, imaginem com os outros!... E eu havia ferido e machucado e prejudicado a muitos e muitos pastores!... E muitos deles estão nas duas convenções estaduais que aqui temos... Não adianta correr de uma para ir pra outra, que a cara de uma é a mesma da outra... É aquela estória: “se correr o bicho pega, se ficar, o bicho come”... Gratuitamente, só pelo bel-prazer de maltratar e perseguir... E não adiantou muito eu ir a cada um deles, depois de comtemplar com os meus olhos os efeitos do calvário, e pedir perdão a todos eles! Alguns me “perdoaram” por uma questão de etiqueta social, entendem?... Mas, hoje mal me cumprimentam!... Passam de largo por mim!... É mole?!... Olhem é já faz exatamente 25 aninhos que sou crente em Jesus e tenho trabalho a apresentar para ninguém colocar defeitos... Mas, até hoje, sou tido por alguns como “persona non grata”... Vou ser um Isaltino Gomes Coelho Filho da vida que poucos colegas gostavam dele.... Você sabia disso?!...



Mas, há um “colega” integrante da mesma convenção da qual a minha igreja faz parte, que até hoje ainda não conseguiu me perdoar “ASSIM COMO” Deus nos perdoou em Cristo Jesus! (Colossenses 3.13), por mais que eu tenha ido a ele, inúmeras vezes, ajudado por colegas e seus amigos íntimos, para lhe pedir perdão... É mole!... Ele não consegue nem me receber!... Acreditem!... Eu já contei isso aqui em nossos grupos e isso nem é mas novidade nenhuma para muitos daqueles que me acompanham ao longo de alguns anos!... Numa reunião da Ordem, quando eu já era pastor, como ele era o seu presidente - ele se eternizou na presidência - me mandou um solene recado para que eu me retirasse, porque eu era “persona non grata”... E a sua missão é denegrir a minha onde eu estou e aonde eu vou... Acreditem!... E os fatos que aconteceram entre nós dois, na histórica cidade de Quixadá, região do Sertão Central do Ceará, terra de Raquel de Queiroz, quando ali fui pároco por longos anos, foi no período da minha ignorância e incredulidade! Foi uma briga de foice no escuro!... Coisa de louco encapetado!... E isso já faz mais de 34 anos!... Mas ele não consegue esquecer aquelas fatos altamente deselegantes de minha parte! Ele levou tudo aquilo para o campo pessoal! Hoje, tenho apenas me adaptado a tudo isso a duras penas!.... Fazer o quê, né?!...



E, diante de tudo isso, agora vem o meu Deus e Senhor me chamar e me vocacionar para o Ministério da Palavra! Pode uma coisa dessas?!... É mole!... Quando ainda padre-frade capuchinho, eu já havia validado o meu curso de Filosofia na Universidade Estadual do Ceará, por ordens expressas do meu Ordinário, e, como graduado, a lei me favoreceu adentrar a Faculdade de Letras da mesma universidade, para cursar Licenciatura Plena em Português/Espanhol e logo em seguida, fiz Licenciatura Plena em Pedagogia com administração escolar, porque eu precisava daquela graduação para assinar pelo colégio diocesano do qual fui professor e diretor geral, respectivamente. Aproveitei o embola e também fiz Licenciatura Plena em História. Mas, quando eu saí do romanismo, fiquei como barata tonta, sem saber o quê fazer, e nem me dei contas que eu era ainda professor!... Porque padre romano o máximo que ele sabe fazer é celebrar “missas”, realizar batizados e casamentos e um série de baboseiras, que aqui fora não lhe serve para nada, nem para faxineiro de banheiro público... Prestar concurso público, quando? Aqui é mais fácil chover torrencialmente, que haver concurso público para professor... Vôte, shô!... E qual é o serviço público que nomeia alguém beirando quase 60 anos de idade?!... Qual?! Alguém conhece?!...



Aí eu tive uma ideia luminosa! Brilhante! “Felomenal”!... Vou estudar Direito! Vou ser advogado, mas para seguir carreira. Foi o que pensei. Nunca imaginei ser advogado para estar em porta de cadeia e nem apenas para ter o diploma dependurado em algum canto de minha casa, o qual assim de nada me serviria... Nem as traças comem tal diploma, por ser indigesto... Meu objetivo era seguir carreira: no mínimo vir a ser promotor público ou juiz. E por que, não? Eu tinha certeza que eu chegaria lá, por cima de pau e de pedras... Este era o meu sonho e o meu ideal. O meu foco. Fiquei radiante com essa ideia! Eu sonhava acordado com essa ideia! Fiquei mais feliz que pinto no lixo! Estudei e estudei e estudei! Eu dormia estudando!... Dinheiro para cursinho para enfrentar vestibular? Quê dinheiro?... Eu nunca tive dinheiro na minha vida!... E não é que passei, de primeira, na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará?! Jamais quis prestar vestibular em faculdade particular, onde todos passam... Na Federal, de uma concorrência enorme, era a minha meta e consegui. Eu nem quis acreditar! Cheguei a efetuar matricula e comecei o curso! E como eu sou ‘vidrado’, doente por livros, a coisa ia de vento em polpa! Uma maravilha!...



Mas, no final dos dois primeiros semestres, Deus falou comigo! Eu nem quis acreditar!.... Pensei que havia ouvido “vozes estranhas”, coisas do “outro mundo”! Fiquei simplesmente apavorado!.... Vocês não irão acreditar, como eu também não acreditei!... Porque Deus quando nos chama para o ministério, Ele fala conosco!... Se não falou, não é vocacionado, é oferecido!... Pensei: “Senhor, agora Tu enlouquecestes de vez, Senhor!... Como é que é, Tu estás me chamando para o ministério?! Qualé, Senhor?! Pega leve, meu Senhor! Já sofri e sofro tanto!... Eu não quero sabe disso, meu Senhor! Tu se esqueceu que eu passei 34 anos mergulhado nisso, Senhor!... Ah, não!...”. Se eu lia a Palavra, lá estava a Palavra falando comigo!... Pensei até de deixar de ler a minha Bíblia com tanta frequência – aquela minha Bíblia velinha, lembram-se dela da qual lhes falei?!...



Uma vez fui a um culto e ninguém ali me conhecia... NINGUÉM! E o pregador, em dado momento, ele falou: “Não sejamos desobedientes ao Senhor, ouça o que Ele está lhe falando, e obedeça, porque Ele é o seu Senhor! Deus quer realizar coisas grandes e espantosas por seu intermédio e você fica aí, parado, como uma múmia e não quer dar ouvidos ao seu Senhor”!... Valamedeus!... Olhei até pra trás, para saber se era com alguém que aquela mensagem estava sendo dirigida, entendem?!... Cruz-credo!... Quando eu saí dali meio tonto e cheguei em casa, naquele dia nem consegui dormir direito!... No dia seguinte, não pensei duas vezes, fui trancar a minha matricula. A Ítala, minha esposa, quase que me bate feio quando soube!...E apanhar de mulher é muito feio, ridículo!... Ele me disse que eu havia enlouquecido de vez, quase que ia me chamando de irresponsável!... E eu fui fazer o meu curso de teologia no seminário e é por isso que eu estou aqui! Felicíssimo da vida! Nada, absolutamente tenho, só a vida e esta já pertence inteiramente ao meu Senhor! Então, eu não tenho nada!... Mas sou um homem rico, riquíssimo da graça de Deus! Ô louvado seja o Nome do Senhor!



Quando eu terminei o meu curso, quase que não deixavam passar por um concílio examinatório, aqui entre os meus “amados e queridos colegas”. Foi uma guerra! Foi uma celeuma! Mas eu venci de cabeça erguida! Demonstrei que eu sabia bem mais que os meus examinadores!... Não conseguiram me vencer! E foi o jeito eu ser ordenado no dia 08 de outubro de 2000. Louvado seja Deus!



A primeira igreja que eu pastoreei, foi a mesma na qual me tornei membro. Naquela que eu entrava mudo e saia calado, lembram-se que eu já lhes disse isso?!... No dia que os diáconos me acercaram na porta do templo e me disseram que queriam falar comigo, tomei um choque, devo ter ficado pálido!... Meu Deus, o que eu andei fazendo de errado?! Foi o que eu pensei!... Eles queriam que eu falasse, que dessem o meu testemunho de vida no Senhor, publicamente, na igreja! Passei uma semana ensaiando, diante de um espelho enorme que eu ainda tenho aqui em minha casa! Quando o dia chegou e o pastor me chamou o púlpito, eu falei durante uns 15/20 minutos e, quando eu terminei, nervoso como eu estava, suando freio, eu disse: “Louvado seja Nosso senhor Jesus Cristo”. E o povão que estava na igreja lotada, respondeu sem se sentir: “Para sempre seja louvado!”. O pastor da igreja ao perceber isso, deu uma risada, daquelas bem cearense, que acabou de me “matar”!... (Cearense faz dessas coisas, sem cerimônia nenhuma!). Quando ele percebeu que eu estava “morto”, só respirando, ele desceu do púlpito e veio me abraçar, dizendo que não havia se contido, que achou muito engraçado o povão em acompanhar!... Coisas da vida! Foi o meu primeiro sermão malsucedido!...



Contando comigo, minha esposa e meus filhos pequenos, erámos 37 membros.. Raquíticos e quase desanimados! Eram apenas frequentadores de igreja, somente aos domingos e olhem lá!... Coloquei aquela igreja de cabeça para baixo, no bom sentido! Formei, preparei a minha liderança e começamos a ganhar muita gente pra Jesus! Foi um reboliço santo naquela bairro! Em dois tempo fiquei conhecido, conhecidíssimo como p padre-pastor! É mole!... Quando eu sai dali éramos quase 450 membros e alguns congregados. Filhas-de-maria e adoradores da bolacha “consagrada”, batizei a mancheias!... E isso em termos de Fortaleza, uma grande igreja!



Mas, um dia, alguém me intimou a ir realizar os atos pastorais numa favela, onde o vento fez a curva, longe que só a gota-serena. O templo havia sido construído por um grupo de americanos, em 15 dias, a qual é muito longe de minha casa, sim, onde o vento faz a curva e dobrou a ponta, entendem?... Local esquisito, pouca iluminação. Quando chovia – quando chove – o caminho era pura lama de atolar!... Pastor nenhum queria ir lá, mesmo uma vez por mês, porque colocar o seu carro dentro de lama, ninguém queria!... Mas eu topei o desafio. Em lá chegando pela primeira vez, encontrei 6 irmãos e irmãs e um exército de meninos e meninas sujos e mal-educados, barulhentos e irreverentes e um povo desanimados, nem cantar sabiam. E quase morro de tristeza! Senti vontade de retornar para a minha casa e lá nunca mais voltar!... Pregar para essas 6 pessoas desanimadas foi um suplicio!... Nem “Amém” eles sabiam dizer!... Uma coisa horrorosa!... Mas eu preguei a Palavra e celebrei a Ceia do Senhor, como nunca!... Parecia que eu estava num templo lotado por 3 mil pessoas. Creio que aqueles irmãos e irmãs nem sabia o que de fato estavam fazendo... Ia ali uma vez por mês. E o grupo começou a se animar! E não é que eles gostaram de mim, do meu jeitão!...



E eles gostaram tanto, mas tanto de mim, não sei o porquê, que certo dia encheram uma Kombi velha e vieram até a minha casa, cantar! Não foi muito bem “cantar”, porque todos eram muito desafinados, os coitados!... E no final eles disseram: “Pastor Barbosa, queremus que o sinhor fique com nois, com a gente!... (foi exatamente assim que eles falaram!). Tomei um susto! A saída foi lhes dizer: “Vamos orar, irmãos, vamos orar!”... E não é que eu orei, meus amados!... Eu orei!... Valamedeus!... Pra que eu fui fazer isso, meu Senhor!... E, novamente, o Senhor falou comigo!... EU OUVI, MESMO!... Eu só não sei explicar para todos vocês, mas que Ele falou, falou!...Eu não tenho a menor sombra de dúvidas sobre isso! E a ordem era para ir caminhar com aqueles irmãos, pobres-pobres, demaré, maré!.... Nem lugar eles tem onde cair mortos!... E, como enfrentar a Ítala?! Como? Ele é brava, meus irmãos!...Ela é cearense da gema!... E ela tem apenas 1 metro e meio, este é a sua altura, eu medi, a capricho, mas quando ela sobe em cima de seus pés, ela se agiganta!... Por isso eu a chamo de “minha senhora”!... Sabem como é que é?!.... Com ela tem que ser devagar porque o “santo” é de barro, entendem?!... Eu conheço a minha baixinha só no seu olhar!...



No dia que eu disse para ela que iria deixar a Igreja na qual eu estava pastoreando e que iria para a Congregação do Conjunto Metropolitano, lá em Caucaia, cidade que integra a Grande Fortaleza, ela cresceu em cima de seus pés, e me disse que iria me internar num hospício, porque eu havia perdido o juízo, completamente!... Mas eu não tive a menor sombra de dúvidas que o Senhor Jesus me mandou para lá!... Ele é o dono da Igreja! Até alguns pastores de nossa convenção disseram que eu havia perdido o juízo, que eu havia tomado uma posição precipitada e que eu iria me arrepender em pouco tempo... Ledo engano o deles! Estou ali há quase ou mais de 8 anos e o trabalho tem crescido, assustadoramente! É um trabalho atípico, que dificilmente se tornará autossustentável, em virtude de tantas carências, pois estamos ilhados, cercado de marginais por todos os lados! Mas eu estiou ali, fazendo presença, todos os dias. E quando as pessoas entregam suas vida a Jesus, há uma mudança terrivelmente radical, mudam de vida e logo pensam em sair dali, daquele local. E eu as ajudo!



Desde quando lá estou, mais de 300 pessoas adultas já entregaram suas vidas a Jesus e estão firmes no Senhor! Além de um exercito sempre crescente de meninos e meninas. Nunca havia visto “fazerem” tantas crianças da noite pro dia!... Cruz-credo!... O pai... Mas quê pai? Bem, o pai, é apenas um simples detalhe e isso não é muito levado em conta pelas mães, e quase de somenos importância... Sociologia e coisas de favela!... E temos que aprender a conviver com isso, para não haver ofensas desnecessárias... Mas quando se convertem e mudam radicalmente de vida, preferem sair daquele local! Repito: e eu as ajudo! E eu vou com elas, pessoalmente, entregá-las para outro pastor da mesma Fé e Ordem, no local onde elas passam a residir, em Fortaleza. E sempre estou procurando saber como as minhas antigas ovelhas estão indo. Se estão sendo bem tratadas e nutridas com bom alimento., com boa ração e com nutrientes espirituais. Quero saber dos detalhes. Quando alguém adoece, ali naquela comunidade altamente carente, meu carro serve de ambulância a qualquer hora do dia. Porque ambulância entrar ali é muito raro, devido a periculosidade do local... Este é o meu trabalho! E eu estou felicíssimo!...



Vocês sabem como eu vivo ou tento sobreviver? Faço levantamento de sustento por promessa de fé. Quando sou convidado para pregar fora do meu estado natal, antes de retornar, eu converso com o pastor anfitriã, falo das nossas necessidades, do formato do meu trabalho e lhes passo a ideia daquela igreja vir a ser minha mantenedora, apoiadora. A grande maioria das igrejas entendem o meu trabalho e aceitam. Mas quando muda o pastor, cortam o sustento mensal e sem avisar, em muitos casos!... E eu fico sem saber o quê fazer e vou me queixar ao meu Senhor, de cara no chão, literalmente. É assim que oro quando entro em pânico e o meu Senhor nunca está ocupado, Ele sempre me ouve e me atende, através de um outro irmão ou irmã ou igreja local! Na hora!... Nunca, quando eu estou em desespero, supliquei a algum amigo, para não ser atendido, na hora! A demora é só o percursos do e-mail... O milagre acontece, na hora! É MUITO BOM TER AMIGOS! Obrigado, meu Senhor!



Vivemos eu e minha família, na mais total dependência de Deus, através de ofertas missionárias generosas que irmãos e irmãs e igrejas pequenas e fidelíssimas que me enviam todos os meses, religiosamente! Elas me chegam picadinhas, o mês inteiro. Quando eu retiro o extrato do banco, as pessoas ficam com os olhos compridos, só olhando, pensando que eu tenho muito dinheiro! É porque como vem tudo picadinho, o volume cresce em termos de extrato bancário!... As ofertas vem daqueles que conhecem o meu trabalho e a seriedade como eu o encaro. Garantia? Que garantia?... Existe garantia? Ah, só de um salário mínimo que recebo de aposentadoria e dou graça de Deus, que naquele tempo não existia o tal Temer na previdência... Através dos meus amorosos mantenedores posso comprar o meu pedacinho de boi, ás vezes ele é ralado e o nosso feijãozinho esperto! E a Ítala faz no capricho como só ela sabe fazer! Nos trinques!... Nunca passei fome, graças a Deus! NUNCA! Ganho roupas, calçados, remédios, tudo isso e mais alguma coisa que o Senhor Deus me envia pelos nossos mantenedores. Por isso todos os meses, lhes prestamos conta do nosso trabalho, daquilo que fizemos ou deixamos de fazer! E eles em indicam outros mantenedores! E o meu Senhor vai fazendo o milagre da multiplicação, porque Ele é o Deus dos milagres! Só isso. Nem sei quanto eu recebo por mês, qual é a nossa previsão, pois é uma gangorra santa e maravilhosa! Não temos dividas no comércio, exceto o amor! Não sabemos o que é carnê de comprar. Nunca soubemos o que vem a ser isso. Só compramos as coisas pra casa, tudo à vista. Os mantimentos, quer os de casa e os da creche e do nosso outro projeto com meninos e meninas de rua, é que utilizamos cheques pré-datados, esperando com fé, que eles serão cobertos, através das ofertas enviadas. Aprendemos a viver por fé! Experimentem! É maravilhoso! Eu acredito num Deus de milagres! E você, caro colega, tem este tipo de fé?



Esta semana me aconteceu uma loucura santa, santíssima. Um homem pobre, paupérrimo, da nossa comunidade, terminou um curso profissionalizante, muito simples, que conseguimos para ele fazer, e eu fui ajudá-lo a procurar emprego. Fomos juntos. Eu não tenho vergonha de pedir para os outros. Peço, mesmo! E sou insistente!... Pastor cuida da sua ovelha até nisso! Ele fez todos os testes e passou. Mas, o quase já patrão me disse que ele estava com dificuldades para admiti-lo, porque ele andava quase maltrapilho e barbado e sujo... Valemedeus!... Eu disse para aquele homem: “Ah, não seja por isso! Vou dar um jeito nele, agora! Me dê apenas um tempo que eu volto já com ele.”



Trouxe-me aquele pobre homem para a minha casa, que é bem mais perto do centro de Fortaleza, e ele tomou aquele banho, fez higienização completa, e fez a barba, e, como temos o mesmo porte físico, fui no meu guarda-roupa, procurei para ele calça, cueca, camisa, sapatos e meias. Quase que ele fica bonito e fomos em busca de seu emprego! Saibam: ele está empregado! Consegui até mais roupas para ele, através de meus amigos! Meus amigos nunca em faltam! E muitos deles nem crentes são, entendem?... Este é o resultado do meu trabalho!



Sempre estou exalando cheiro de ovelha! Não adianta eu colocar meus perfumes, que o cheiro de ovelha não sai... Por me misturar com elas! Amo o meu trabalho, ele é a minha vida! Ele é intenso e cheio de surpresas. Cada dia há uma novidade! Umas são cabeludas, mas eu as venço! Além das ocupações pastorais, temos projeto social com crianças (creche) e com meninos e meninas de rua. E alimentamos todos eles. Como? E eu é que vou saber? O Senhor Deus é quem sustenta! Me chamam de louco! E sou mesmo, tem toda razão de me chamar assim! Mas, sou louco, apaixonado pelo meu Senhor e pela Sua Palavra! E como eu sou feliz! Realizado!... Uma maravilha!



Vocês se lembram quando aqueles dois marginais dispararam um foguete no rosto daquele cinegrafista da Rede Bandeirante de Televisão? Eu fiquei tão indignado, que revolvi escrever um longo artigo e publiquei aqui em nossos grupos. Poucos deram a devida atenção ao meu longo texto. Mas, um membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil – AELB – deu a devida atenção e publicou, na integra os meus rabiscos na Revista Acadêmica. O texto ocupou cerca de quatro páginas e levou até a minha foto. E eu sem saber die nada, pois não solicitaram permissão para publicar meu texto em tão importante revista. Depois de publicado, foi que me comunicaram. Foi a primeira vez que eu ouvi falar em Academia de Letras evangélica. Nem sabia que ele existia. O mesmo pastor, hoje me confrade, conhecidíssimo em nosso meio, porque trabalhou na antiga JUERP, entrou em contato comigo, me convidando para ser candidato a membro titular daquela Academia. Eu nem sabia, não tinha a menor noção do que se tratava. Mas, para não ser deselegante, aceitei. Ele, por e-mail, em ação continua, me solicitou todos os meus documentos e títulos universitários que eu tenho, mais as minhas modestas obras publicadas – e hoje todas esgotadas por falta do vil metal! – envelopei tudo isso e despachei pelos Correios. Passadas algumas semanas, e eu havia até disso me esquecido, o meu telefone toca insistentemente. Era aquele pastor acadêmico me dando a grata noticia que eu havia sido dentre mais de 10 concorrentes, para ocupar uma das seis cadeiras desocupadas, como membro titular. Fiquei preocupado quando ele em disse que eu tinha que comparecer no dia 23 de outubro de 2015 – que era o 55º aniversário daquela Casa da alta cultura evangélica, para que fosse diplomado e tomar assento na cadeira de número 18. “E, agora, José?”, sem ter dinheiro nenhum para viajar e de avião, pás pressas, só por um milagre, e o meu Deus anda muito ocupado para atender as vaidades de seus filhos... Ele tem mais o que fazer!... E eu comecei a confidenciar isso para os meus amigos. E ele me ajudaram! Vieram em entregar o comprovante da passagem, de ida e volta, na minha casa! É bom, muito bom ser amado pelos meus amigos! E nem todos são crentes!...



Quando eu cheguei na Catedral Presbiteriana, local de partida para o local do evento, eu não conhecia ninguém. Me deparei com o Pr. Dr. Ebenézer Soares Ferreira, o último ainda vivo quando a Academia foi criada, o qual estava sentadinho esperando pela condução. E ele me deu toda a atenção possível! E eu comecei a me sentir gente, quase ilustre!... Quando a vã veio nos buscar, e quando chegamos naquele majestoso templo, de aparência riquíssima e quando me levaram até o gabinete do nosso anfitrião, e subimos de elevador ao gabinete do homem, quando a porta se nos abriu, eu fiquei sem saber se a gene poderia o pisar no tapete, que tomava todo o gabinete. Um luxo exagerado! E eu ali, perdido!... As paredes daquele gabinete, todas forradas de quadros de pergaminhos... O homem era “doutor” de tudo ou em tudo que possamos imaginar... A sua poltrona e sua escrivaninha, eram de envergonhar a Dilma, o Lula e o Temer... Não era bem uma poltrona: era um trono! A mestre-de-cerimônias me puxou para um lado, e em envelopou com um fardão emprestado, que o defunto era bem maior que eu!... Eu havia me transformado numa cosia estranha, beirando a múmia, e me achei ridículo, mas era a única saída encontrada, pois eu não tive dinheiro para mandar confeccionar o meu fardão!... Quando todos os acadêmicas e futuros acadêmicos estavam todos paramentados, saímos em procissão em direção a nave do majestoso templo. Se o gabinete do homem luxuoso em exagero, o templo não ficava devendo a nada!... Estava lotado! E eu perdido, no meio deles...



Deveria estar horroroso com aquilo vestido em mim!... mas, quem entra na chuva é para se molhar!... Quando chamaram o meu nome e o meu padrinho, o Cel. Av. Jurandyr Souza Fonseca, meu amigo e irmão de longas datas, veio me buscar, e nós dois adentramos lado a lado a nave central daquele templo e assomamos o altar-mesa de cerimônias, e eu recebi meu diploma das mãos do presidente da Academia, Rev. Guilhermino Cunha e me colocaram o meu medalhão de imortal no meu pescoço e me colocaram o meu broche em minha lapela e eu recebi o abraço de todos, principalmente o abraço tão demorado do meu padrinho e me mandaram virar de frente com o meu diploma nas mãos, eu simplesmente baixei a minha cabeça e chorei!... Está nas fotos pra quem quiser ver... Consultem o meu Facebook: Barbosa Neto (Pastor Barbosa Neto). Está tudo lá... Não tive vergonha de chorar, copiosamente, que as lágrimas me escorram no meu rosto abaixo, e me lembrei do meu povo tão humilde, lá da “catedral” daquela favela onde sirvo ao meu Senhor!... E me achando indigno de estar ali!... E eu louvei ao meu Senhor! A voz quase nem saia da minha boca, dos meus lábios!.... Eu estava sendo honrado, sem anda merecer!... Disso jamais esquecerei enquanto vida eu tiver!...



Não será uma bobagem tudo isso que estou lhes dizendo? Vocês não acham? Não será “jogar conversa fora?”... É, pode até ser!... Mas penso que não! Senão vejamos:



Fiquei deveras impressionado com as palavras do nosso nobre Pr. Veloso. O que ele fala é a expressão da verdade. E os questionamentos e as perguntas que ele levanta, são seriíssimas e merecem a nossa atenção e análise! Realmente, passamos por uma crise ministerial sem precedentes! Mas eu estou cada vez mais convencido de que ser pastor é um bendito privilégio e uma grande responsabilidade. Como é um alto privilégio ser um embaixador de Deus num mundo tão hostil! Será que é assim, caro colega, que você também pensa? Espero que sim!...



Eu já ouvi, também, inúmeras vezes, o link da palavra do Pr. Moabel Souza Pereira, aparentemente um homem de Deus e muito culto. Ele era para mim, um pastor assembleiano totalmente desconhecido. E pelo fato de ter ouvido inúmeras vezes, um pouco mais o link fura!... Se estraga!.... Como esse homem, que jamais havia ouvido falar em seu nome, fala com tremenda serenidade e autoridade! Claro que os exemplos que ele dá, são baseados na sua vivência e formação assembleiana, e precisamos entender isso e dar os devidos descontos. Mas o que ele fala é verdade! Ele pinta o quadro com tintas fortes! Eu jamais tive preconceito com assembleianos. Jamais. E eu fico sem entender porque muitos de nós, pastores batistas, temos verdadeira ojeriza a assembelianos. Eu sei que em termos de soteriologia, eles tem algo defeituoso, eu sei disso, mas que eles são crentes e salvos por jesus, eu não tenho a menor sombra de quaisquer dúvidas. São politiqueiros? São ou alguém aqui tem alguma dúvida? São interesseiros e mandões e imperialistas? São! Mas são crentes, levado pelo Sangue de Jesus! E eu tenho certeza que eles irão morar comigo na Pátria Celestial, com barulho ou sem barulho, mas que vão, vão!... Tenho muitos amigos pastores assembeianos e todos me respeitam, admiram e me dizem amar... E a reciproca é verdadeira. Eu jamais seria um assembelaiano, é uma questão de ponto de vista, de escolha pessoal, entendem?!... E não se esqueçam, jamais, que foi uma assembleiana corajosa e inteligente que me ganhou para Jesus, a qual era completamente analfabeta de pai e de mãe e juramentada!...



Estou cada vez mais convencido de que a maior necessidade que temos hoje, na igreja contemporânea é de um grande e salutar despertamento espiritual na vida de nós, os pastores. Precisamos de um verdadeiro avivamento nos nossos púlpitos, do surgimento de homens verdadeiramente comprometidos com a obra que o Senhor nos tem confiado.. Hoje o que se percebe por este mundo de meu Deus, é de igrejas interessadas apenas nos resultados financeiros e poucos são os homens que estão interessados com vida preciosas das pessoas. Eu tenho, também, o link da última mensagem do pastor Júlio César da Silva. Ele pregava naquele momento, pedindo socorro, ele pregava para ele mesmo, e busca de ajuda a qual não lhe chegou em tempo hábil, infelizmente!



Creio que chegou o tempo de sermos conhecidos como homens de Deus como Elias e Eliseu! É chegado o tempo das pessoas serem informadas na cidade e no bairro onde moramos que há homens absolutamente confiáveis e que se desgastam única e exclusivamente na obra do Senhor! O povo precisa saber e reconhecerem que a Palavra de Deus na nossa boca é a verdade! É chegado o tempo, meus amados companheiros, de sermos pastores, eu e você, como João Batista, que estava pronto a perder a sua vida, mas jamais a negociar os absolutos de Deus em seu ministério!



A crise altamente vergonhosa que assola o nosso País, mergulhado numa corrupção sem fim, e isso também tem respingado na igreja e reflete a crise moral também presente no ministério pastoral! Hoje ministério não é mais chamado vocacional, mas sim algo profissional.... Vejam o que o Pr. Veloso nos revela, leiam abaixo. As igrejas que tem perdido o foco da coisas de Deus, querem hoje pastores como líder, e que também falem “fluentemente dois idiomas”, no mínimo, e que tenham “pelo menos, duas faculdades, além do Bacharel em Teologia”. E que entendam de administração, que sejam também um como executivo. O que vocês acham disso? É “normal” isso ou um tremendo absurdo? Hoje as igrejas não exigem como líder, homens que andem de joelhos, aqueles que ouçam a voz do Senhor, e que tenham intimidade com Ele, que orem pelas madrugadas, que amem as ovelhas e seu pasto, e que tenham intimidade com a Palavra de Deus e que tenham cheiro de ovelhas! Um pastor assim não é mais tão importante!... Os tempos hoje são outros!... Um pastor assim, para muitas igrejas, não servem!... Estão completamente ultrapassados!... Por isso a qualidade do ministério que temos hoje! Ou eu estou batendo forte demais?!...



Hoje temos pastores que são exímios conhecedores de tudo, menos intimidade com a Palavra! Ler um livro, um bom livro, que ajude e nos enriqueça no ministério, é uma tremenda dificuldade que muitos encontram!... Dificilmente, hoje, encontramos um pastor indo cuidar da sua ovelha em sua casa, quando de suas necessidades! Visitas pastorais estão cada vez mais escassas, pois de há muito isso foi abolido em nossas igrejas locais, e nem se estuda isso mais em muitos de nossos seminários. Mas muitos de nós, os pastores, estamos enjaulados em nossos gabinetes climatizados e de portas fechadas e, para receber uma ovelha, é uma dificuldade tremenda, precisa registrar com bastante antecedência a presença da ovelha em nossa agenda, com dia e hora marcados pela nossa eficiente secretária, que é a grande barreira quase intransponível para que a ovelha consiga chegar até nós! A realidade é essa, ou não?!...



Hoje, quando há reuniões de pastores, as conversas que saem nos corredores, nos intervalos, é um perguntando para o colega, como anda a sua igreja, sobre as entradas de dízimos e ofertas, e queremos saber, com riqueza de detalhes, quanto ganha o colega, para que posamos fazer as nossas comparações! Falar sobre vidas que estão sendo salvas, é quase um assunto que pouco interesse ou nada é comentado!... E em época de eleições, ou nessa conturbada situação politica na qual hoje vivemos, o assunto que mais é ventilado é sobre “politicagem” partidária!... E sobre a filosofia petista, é o prato do cardápio do dia!... Isso não é conversa de ímpios, não; é conversa entre nós, os pastores!...



Uma pesquisa recente que foi realizada no Brasil, e apontou os políticos, a polícia e os pastores como as três classes mais desacreditadas do Brasil! Inacreditável!... Falamos tanto da Igreja de Roma, mas estamos “imitando” alguns de seus costumes! Hoje saiu divulgado na mídia sobre a morte de um cardeal de vida podre, o qual encobria a pedofilia de seus padres! Alguém entre nós, tomou conhecimento disso?... Hoje, também encobrimos pecados dos membros de nossas igrejas, fazemos vistas grossas, mormente se o membro e rico e poderoso, porque pensamos em primeiro lugar no nosso salário e no nosso bem-estar! Temos igrejas aqui em Fortaleza, cujo pastor titular recebe por mês trinta (3) salários mínimos, com todas as despesas pagas de gasolina, plano de saúde, contas pagas de seus telefone residencial, e outros babados mais, enquanto os pastores do interior vivem sofrendo com seus salários em atraso, e olhe lá se recebem dois salários mínimos!...Eu fico preocupado se esse pastor consegue gastar tudo isso dentro de um mês!.... O que os meus colegas acham disso? Creio que precisamos ter conforto, e conforto não é luxo é necessidade... Não confundamos Sá Leitão com “caçarola de assar leitão”, uma coisa não tem nada ver com a outra!... E culpamos a Ordem dos Pastores, a qual não tem culpa de nada sobre isso, pois muitos de nós, os pastores, somos também desonestos para com a Ordem, pois queremos apenas a carteirinha, mas não honramos com a mossa mensalidade ou anuidade... A culpa é nossa que não sabemos ou não aprendemos ainda a instruir e ensinar corretamente as nossas igrejas.



Estamos vivendo uma inversão de valores! Estamos vivendo uma crise de integridade moral e ética, sem precedentes! Aqueles que deveriam ser os guardiões da ética, tropeçam nela e caem com a cara no chão, vergonhosamente! Aqueles que deveríamos ser o paradigma de uma vida ilibada, estamos nos imiscuindo em vergonhosos escândalos! Ou ninguém sabe disso?!...



Por incrível que possa parecer, temos em nosso meio pastores que nunca se converteram, verdadeiramente! Vocês sabiam disso? Muitos pregam um evangelho aos outros, mas ainda não foram alcançados por esse mesmo evangelho da graça e do perdão de Deus! Não dão testemunho de uma vida completamente transformada pelo poder de Deus! Apenas aprenderam a ser ‘crentes’, mas de fachada... Se acostumaram em ser “crentes”... Pregam o perdão, mas não perdoam e não sabem perdoar o seu próximo! Há quem pregue arrependimento com exímia facilidade acadêmica, por causa do dom da sua verve, mas jamais experimentaram Deus na sua vida! Há em nosso meio quem anuncie a graça sem jamais terem sido transformados por ela!



Saibamos, meus amados companheiros, a vocação para o ministério é um chamado específico de Deus, conjugado por uma necessidade urgente e uma capacidade especial. Creio que conhecemos muitos pastores que jamais foram chamados por deus para o ministério! Ouviram um assovio e pensaram que era deus lhes chamando... e se ofereceram, fora ser voluntário, mas não são vocacionados. Se formos fazer uma pesquisa minuciosa, verificaremos que muitos entraram pela porta do ministério por ênes situações, por influência da família, ou porque o pai é ou foi pastor e achou que era fácil ser pastor e quando perceberam, por um descuido que tiveram, se viram ordenados... Quem sabe foram movidos pela sedução do status ministerial ou foram movidos pelo glamour da liderança pastoral, mais jamais foram separados por Deus para este mister. A verdade é essa! Tenho certeza absoluta, que muitos de nós, os pastores, entramos para o ministério com a motivação errada. Muitos de nós, que fomos buscar cursos e mais cursos, para visar o lucro, em busca da fama e outros por simples acomodação!



Não estarei sendo cruel ao a dizer ou afirmar, que muitos de nós, os pastores, estamos muito mais interessados no dinheiro das ovelhas do que na salvação delas! Há uma guerra ferrenha quando há um sucessão pastoral, principalmente se a igreja tiver boas posses. Nossos colegas que buscam concorrer àquele pastorado que está em aberto, vacante, passam a ser nossos inimigos de muitos outro colegas, e se tornam perigosos concorrentes! É ou não é?!... E saibam o porquê disso. Porque transformamos o púlpito em um balcão de ofertas, o evangelho passa a ser um produto, o templo em uma praça de negócios e, os crentes, em consumidores. Estamos vendo hoje no nosso nariz, ao fenômeno do mercadejamento da fé! E eu não estou falando do “Homem do Chapéu”, que tento o criticamos, e se nos descuidarmos, ficaremos seus “discípulos”...



Por que hoje há tantos pastores deprimidos, vivendo na sombra da depressão? Por quê? Porque muitos enfiaram as mãos pelos pés, se casaram com a pessoa errada e agora amargam um divorcio e um segundo ou terceiro casamento!... Eu já preguei numa igreja de um pastor, coitado, casado já pela terceira vez e o seu atual casamento não estava dando certo, e ele me revelou isso em lágrimas! Vai gostar de se casar assim, no raio que o parta!... O que diremos de um ministério assim? O pastor deve ser um homem que precisa de domínio próprio! Há momentos em que uma reação intempestiva põe tudo a perder! Casamento precipitado por ênes motivos, é simplesmente um desastre e acaba com o ministério!



Hoje temos pastores deprimidos por situações mal resolvidas, cavadas por eles mesmos! A minha “catedral” é dentro de uma favela empestada de bandidos que não dão valor a vida de ninguém. Nem a deles mesmo. Mas a primeira providencia que eu tomei quando ali fui trabalhar, foi chamar um carpinteiro e mandar ‘vazar’ a porta com vidro daquilo que eu tento chamar de “meu gabinete”. Todos que estão dentro do templo, bastante humilde, sabem com quem eu estou conversando e o que eu estou fazendo! Não há região mais escorregadia para um pastor, seja ele quem for, e que esteja emocionalmente frágil, do que um gabinete pastoral! Todo o cuidado possível é pouco! Sei e conheço muitas histórias de colegas que naufragaram nas águas rasas e revoltas desse lugar secreto! E há pastores que não podem ver passar por ele e perto um “rabo-de-saia” faceiro e exibicionista, que ficam logo todo ouriçados! Vão atrás do cheiro do queijo!... Sei de histórias de pastores que perderam o ministério e o caráter dentro de um gabinete pastoral! E tem irmãs altamente sensíveis e destrambelhadas, generosas demais, que vão desabafar seus insucessos conjugais nos ouvidos e nos olhos do pastor! E é o que o diabo que mais gosta!... E o pastor, por seu turno, se não anda nada muito bem também no seu lar com a sua esposa, aí para um passo da desgraça é um só um dedinho de oportunidade, um dedinho de nada! E perdem a visão de Deus - se é que tem esta visão - perdem o ministério, perdem a família, perdem a vergonha, perdem a compostura, e perdem a própria vida!... E muitos entraram num fracasso e mergulharam numa depressão terrível!... É ou não é?!...



Por outro lado, há pastores nossos que vivem ou estão sendo vítimas de despotismo e truculência por parte dos assim-chamados “donos de igreja”. Muitos são diáconos cruéis e impiedosos e ímpios. E isso é como uma erva daninha que vez ou outra se alastra em nossas igrejas locais! Lideranças impiedosas, que maltratam os pastores, os humilha de todas as formas possíveis e imagináveis! Minguam os salários pastorais e os pastores que deixaram de ser lideres e passam a ser capachos dessa espécie de gente, ficam sem saber o quê fazer, sendo marionetes nas mãos dessa gente perniciosa!... Conheço diáconos, por exemplo, que são uns demônios em figura de gente! Para o diabo personalizado, só lhe falta as penas!... E essa gente gosta de fazer o pastor sofrer e de ser humilhado! Alguém já ouviu falar disso?...



Saiba, meu amado colega: o ministério não é um mar de rosas como muitos de nós, pensamos! Quem entra no ministério pastoral precisa estar ciente e consciente de que há oposição de todos os lados, dos amigos, dos colegas entre si, de fora e de dentro! Há batalhas terríveis externas e internas. Há conflitos suscitados pelo Inimigo, e uma guerra travada pelos irmãos, pelas suas ovelhas! Não nos esqueçamos disso, jamais! O ministério é viver constantemente sob pressão....



Eu não tenho a menor sombra de dúvidas que os pastores asssembleianos Júlio César Silva e o Ricardo Moisés estavam, ultimamente, sob pressão de seus chefes todo=poderosos! Esse é um costume bem assembleiano.... E, em muitos locais, os estamos imitando!... Ou algum de nós não temos certeza disso? O ministério é uma arena de lutas com o poder das trevas e com o poder da carne! Não nos esqueçamos disso, jamais! Não há ministério sem lágrimas! Por isso, se o pastor não estiver caminhando sobre os seus joelhos, clamando dia após dia pela misericórdia de Deus, e se não estiver em intima intimidade com o Deus Todo-Poderoso, os poderosos, os seus supostos chefes, os quais tem o rei na barriga, o trucidam e o esmagam, como uma barata!... Por isso pastorado não é para os fracos, mas para corajosos e fortes, para os verdadeiramente chamados e vocacionados pelo Senhor!



Saibamos de uma cosia, meus amados companheiros: a Bíblia registra três casos de pessoas comprometidas com a vida que pediram para si a morte, porque foram fisgadas pelo danoso anzol da depressão: Moisés, Elias e Jonas. Procuremos conhecer a vida desses homens de Deus nos mínimos detalhes! Uma pessoa deprimida flerta com a morte e a deseja ardentemente! Não deseja morrer porque odeia a vida, mas porque ama a vida o suficiente para querer o fim da dor. No salmo 38, Davi registra uma dolorosa depressão que o arrebatou em suas possantes garras, sugando-lhe a seiva da vida! Embora a fé cristã não nos empeça de passar pela depressão, ela nos dá alento para enfrentá-la. Saiba disso!



Andrew Solomon, embora não professe a fé cristã, em seu livro “O demônio do meio-dia”, ele reconhece o valor da fé cristã, quando diz: “Segundo a doutrina cristã, não é permitido ao individuo cometer suicídio, porque sua vida não lhe pertence. Você administra sua vida e seu corpo, mas eles não são seus para que você os destrua. Você não luta contra seus problemas apenas com o que tem dentro de si; você acredita que está lutando contra os seus problemas com Jesus cristo, com Deus Pai e com o Espírito Santo”. (Pág. 125). Ele que enfrentou crises profundas de depressão depois de ver sua mãe se matar com uma dose letal de remédios, dá um conselho àqueles que estão sufocados pelo arrocho a depressão: “Ouça pessoas que amam você. Acredite que vale a pena viver por elas, mesmo que você não acredite nisso”. Ele diz que a depressão precisa ser tratada com terapia, remédios e fé. Pelo fato de a depressão ser uma doença, e não uma escolha de vida, você precisa de ajuda para vencê-la. Os remédios tratam a depressão, e o terapeuta, o depressivo. No entanto, a depressão nos prega peças, pois, quando mais precisamos das pessoas, nós não as queremos por perto de nós! É ou não é?!...



Saibam: uma pessoa pode chegar a um estado tal de descontrole e de distúrbios psicológicos que chega a perder a capacidade de refletir com lucidez. A mente fica embotada, e as emoções confusas, Saiba disso! A pressão psicológica, o esmagamento emocional e o desarranjo do mundo interior e ao nosso redor, são tão fortes que, às vezes, aqueles que chegam ao suicídio não podem ser responsabilizados pelo seu ato extremo. Também saiba disso! Quando assaltados por esse “demônio do meio-dia”, perdem o brilho dos olhos, a alegria pela vida, o sentido de lutar e de viver e começam a ver que a morte é a única saída para esse desespero existencial.



Os sentimentos da perda, de desvalorização, de desprezo, de rejeição e de abandono levam as vitimas desse infortúnio a se desgostarem com a própria vida, perdendo, assim, o desejo de recomeçar a vida. A pessoa é prisioneira de um sentimento doentio, pois deixa de focar o sentido da vida em Deus e no amor-próprio. Os pastores depressivos, precisam de amigos, daqueles que lhes escutem e os ouçam! Mas, aonde e onde encontrar amigos? Onde eles estão, em que local, e como buscá-los?... Em nossos fracassos, eles terão condições de continuarem a nos respeitar como seres humanos que somos, falhos, mas gente de carne e ossos? Ou serão apenas nossos juízes implacáveis? É a pergunta que se faz. Foi a pergunta que o Pr. Veloso levantou sem subterfúgios e máscaras! Ele foi direto e preciso e não pediu licença a ninguém para fazer essa pergunta...



É um grande engano pensar que aqueles que creem em Deus não tenham seus momentos de desespero, e tal desespero a ponto de flertar com a própria morte. Ledo engano!... Conheçamos, repito, a fibra de homens como Moisés, Jó, Elias e Jonas os quais desejaram e pediram a morte. Não critiquemos esses homens, eles foram homens e humanos, assim como nós o somos!



Já estou cansado e vocês também, de tanto escrever e vocês de tanto lerem... Um absurdo, não acham!... Estes rabiscos são como um desabafo de minha alma! Sintam isso! Eu também passo por pressões às vezes quase insustentáveis! Só quem sabe o quanto o sapato lhe aperta quem o calça! Não podemos nos arbitrar como juízes e condenar todos aqueles que entraram pela porta do suicídio. Muito cuidado com o nosso julgamento.



Ouvi a boca pequena, colegas nossos dizerem que os pastores que tiraram a sua própria vida estão no inferno! Será que estão, mesmo? Há implicações que escapam ao nosso julgamento! Cuidado, muito cuidado com aquilo que julgamos! Deveríamos nos calar e não nos apressar em nos sentarmos na cadeira do Juiz que julga vivos e mortos. Cuidado! Deus nunca nos deu procuração passada para nos assentarmos em Seu trono e julgar. Só Ele pode julgar retamente! Só Ele conhece profundamente todos as causas e as implicações. Não podemos subestimar a misericórdia de deus nem sermos agentes de sua santa justiça.
Pr. José Barbosa de Sena Neto
pastorbarbosaneto@yahoo.com.br