DOIS MOMENTOS PERIGOSOS DA VIDA

Duas coisas te peço; não mas negues, antes que eu morra: afasta de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; dá-me o pão que me for necessário; para não suceder que, estando eu farto, te negue e diga: Quem é o SENHOR? Ou que, empobrecido, venha a furtar e profane o nome de Deus. (Provérbios 30:7-9)

Há dois momentos em nossa vida que nos fazem fazer e falar bobagens: O primeiro é quando estamos em abundância e achamos que não precisamos mais de um Salvador, que nossa salvação vem de nossas forças e de nossa vontade de vencer sempre.

O sucesso parece nos fazer cego para algumas observações que jamais poderiam ser deixadas de lado. Não temos tempo para os amigos antigos, afinal eles não cresceram como nós, não são mais da nossa linhagem e não são vencedores como nos tornamos. Mudamos de local de morada não para uma melhora de realidade, mas para dizer à vizinhança que já não fazemos parte de suas vidas.

O topo é visto como um troféu intransferível e um lugar perigoso. De lá nossa mente muda de rumo, e podemos correr o risco de nos tornarmos insensíveis e até orgulhosos.

Não podemos negar que olhar do topo é sempre melhor, de lá a visão é completa, os outros são menores que nós e damos conta de julgar cada um deles com uma clareza na visão que é incrível. Nada parece nos atingir, nada parece chegar até nós com a mesma força que podemos lhes dar uma boa pisada.

Salomão , o escritor de Provérbios, entendia bem o que era ter a vida no topo. Era filho de rei e tornara-se rei. Então, estar no topo não era nenhuma novidade para ele, até porque não lhe coube forças para atingir o topo, ele teve apenas que se manter nesta posição. Por isso seu pedido de sabedoria. O topo já era sua moradia e seu cotidiano.

Ele já havia presenciado na vida dos irmãos vários erros e o que havia acontecido na vida de cada um por falta de observação. Ele não pediu a Deus a riqueza, nem a pobreza, mas o equilíbrio para entender que cada fase da vida tem sua importância.

Se não controlarmos nossa imaginação fértil do topo, ela poderá nos lançar de cima para o chão em uma velocidade difícil de ser controlada. A tendência de quem está em cima é sempre descer, pois relaxa com que de mais sério temos - a mente. É ela quem nos trai, pois estamos tranquilos e pensamos que nada nos atingirá. Mas isso é engano, "Aquele que esta em pé cuide pra que não caia"(I Co 10:12 )

O segundo momento delicado em nossa vida é quando estamos na miséria. Queremos sempre culpar quem está perto de nós e principalmente a Deus, como se fosse Ele o culpado de todas as desgraças. Ao contrário de quem está no topo, já não dá esta dádiva a Deus, mas fica com ela para ele.

Salomão fala que não deseja também a pobreza para que não nasça em seu coração o roubo, o desespero e a agonia. Ver os filhos pedirem uma nova camisa ou algo de comer é estarrecedor para qualquer pai. Para Deus também, mas O negamos na riqueza e na pobreza, O acusamos.

A pobreza parece estar ligada a perda, parece praga, e quando ela bate em nossa porta, tudo parece desmoronar junto. Se faltar o emprego, falta comida; se falta a comida, falta saúde; se a saúde se vai, a coisa fica tão insuportável que desejamos não mais viver, não por covardia, mas por não ver saída para tamanho desespero.

De certa forma todos nós experimentamos estes dois lados. Alguns nascem em berço de ouro e, por não equilibrarem gastos e ganhos, despencam na pobreza emocional, física e financeira. Outros nascem em berço de pedra e fazem dele a sua vontade de lutar, mas não dando conta de estar no topo, desprezam a Deus.

Paulo em sua carta aos Efésios os adverte assim: “Finalmente, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder”. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes permanecer firmes contra as ciladas do Diabo; pois não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades, conta os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniquidade nas regiões celestes.

Portanto tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, permanecer firmes. Estai, pois, firmes, tendo cingindo os vossos lombos com a verdade, e vestida à couraça da justiça, e calçando os pés com a preparação do evangelho da paz, tomando, sobretudo, o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda a oração e súplica orando em todo tempo no Espírito. (Efésios 6: 10 – 18)

Resistir é sempre a palavra chave, seja no topo, seja na vitória, pois seremos atacados de todos os lados. Também seremos levados a atacar os que estão abaixo. Aos que estão abaixo: não abandonem a fé achando que todas as desgraças são vindas de Deus. Elas podem vir de nossas atitudes erradas ou até mesmo das próprias circunstâncias da vida, que acontecem a todos os seres humanos na face da Terra.

Até a próxima...

Silvia Leticia Carrijo / 16/06/2010

Leticia Carrijo
Enviado por Leticia Carrijo em 29/03/2018
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