A Profecia Mariana

A PROFECIA MARIANA
Miguel Carqueija


No primeiro capítulo do Evangelho de São Lucas, versículos 39 a 45, podemos ler:
“Naqueles dias Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. E exclamou em alta voz: “Bendita és tu entre as mulhers e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor? Pois assim que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio. Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!”
Lembremos que Isabel era parente de Nossa Senhora e naquela ocasião estava grávida de São João Batista. Maria, por sua vez, estava grávida de Jesus Cristo. O que segue é o célebre cântico do “Magnificat” ou ação de graças que Maria proclama (versículos 46 a 55):
“Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo. Sua misericórdia se estende de geração a geração sobre os que o temem. Manifestou o poder do seu braço; desconcertou os corações dos soberbos. Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes. Saciou de bens os indigentes e despediu os ricos de mãos vazias. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado de sua misericórdia, conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre.”
E aqui está, exatamente no versículo 48, a extraordinária profecia de Nossa Senhora, que vem se cumprindo rigorosamente há mais de dois mil anos, e que continuará a se cumprir até o fim do mundo:
“Todas as gerações me chamarão bem-aventurada.”
Não importam aqui as elocubrações racionalistas que procuram empurrar a cronologia dos Evangelhos para além do século I, contra as evidências das pesquisas. Mesmo que as datas de redação dos Evangelhos fossem mais tardias que o século I (e eles são do século I, do século de Jesus, isso já está comprovado) ainda assim seriam antiquíssimas e o vaticínio da Virgem Maria ali se encontra, em Lc 1,48. E este é um vaticínio cujo cumprimento exato até os nossos dias ninguém em sã consciência poderá negar: desde o século I, TODAS as gerações proclamam a Virgem Maria como bem-aventurada, bendita. Em nossos dias o fato é mas do que evidente, basta ver as multidões de peregrinos nos santuários marianos como Aparecida, Fátima e Lourdes. E não só os católicos e ortodoxos, mas também espíritas, muçulmanos (Maria é mencionada no Alcorão) e muitos protestantes, além de outras pessoas, honram Maria por sua situação singular na humanidade e sua sublime virtude.
E que a Virgem bendita nos proteja, que ela proteja este mundo do terrível assédio do poder das trevas. Uma das grandes bênçãos que Nosso Senhor Jesus Cristo legou ao mundo foi nos presentear com aquela que se tornou a Mãe espiritual de toda a humanidade.

Rio de Janeiro, 25 de maio de 2018.


imagem pixabay