O homem como objeto de desejo entre Deus e o Diabo: algumas considerações elementares

Usando uma linguagem latina, temos três inimigos em comum: a carne, o mundo, e o Diabo. O primeiro, representa a luta que temos em nós mesmos, a dissenção entre o homem caído e o homem regenerado pela Palavra; o segundo, trata-se da guerra travada pelas adversidades que a realidade nos apresenta, nas relações humanas, na família, nos sistemas econômicos, nos regimes políticos; mas para mim, o mais perene e mais importante entre todos é este último citado – o Diabo.

Desde a criação do homem que a relação homem-diabo se constituiu, por isso, não podemos esquecer deste fato fundamental. Durante toda a história da humanidade o homem vem se relacionando com esses três entes, entretanto, o Diabo é o único capaz de influenciar a história que constitui tal relação. Foi em Adão e Eva que o Diabo se fez presente para a humanidade, ele interfere na interpretação da realidade verdadeira, da palavra de Deus ao contradizer o que o Senhor havia dito a Adão: “se comeres certamente morrerás”. Já sabemos o fim deste episódio e de seus desdobramentos.

Atravessando a história cheia de eventos semelhantes, percebemos o homem como o “objeto de desejo” entre Deus e o Diabo. Vemos o próprio Deus encarnado em Jesus Cristo e o Diabo possuindo pessoas, a Teologia explica. O que quero aqui chamar a sua atenção, caro leitor é para a batalha travada entre o homem e o Diabo, o Ser-Humano está em jogo.

Em Efésios 6: 11-12 está escrito:

11 Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo.

12 Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.

Fica evidente, a preocupação do Apóstolo Paulo para com os efésios. Nela está claro no que a Igreja do Senhor deve se preocupar. Devemos antes de tudo nos revestir da Palavra de Deus para escapar das armadilhas do Diabo.

O próprio Cristo ao se dirigir a um grupo de discípulos disse: Mas, não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos, antes, por estarem os vossos nomes escritos nos céus. (LUCAS 10:20). Esse ensinamento é chave para a vida cristã. Os discípulos, em número de setenta, ao obedecerem ao ide de Jesus, levaram a Palavra do evangelho a algumas cidades dizendo: Paz esteja convosco, é chegado o Reino dos Céus. E nelas curaram enfermos e expulsaram demônios.

Neste contexto de Lucas 10, fica evidente a guerra espiritual, e nela o homem no centro do desejo de Deus e do Diabo.

Jesus envia seus discípulos para pregarem o Reino dos Céus, isso é, elementarmente, espiritual; os enviados curam enfermos e expulsam demônios. Curar os enfermos neste contexto deve ser entendido como um ato espiritual, e ainda considerar que a expulsão de demônios das cidades está diretamente relacionada aos doentes.

Havia, entretanto, cidades que rejeitaram a mensagem do evangelho, para essas, segundo Jesus, haverá juízo. Tais cidades representam o mundo e seus sistemas de crenças e valores, mesmo quando a Verdade chega, esses sistemas e valores humanos são o impedimento para a manifestação do Reino de Deus, não seriam esses sistemas influenciados pelo Diabo? Acredito que sim!

Então, como disse inicialmente, o Diabo perpassa toda a história influenciando a relação de guerra do homem consigo mesmo, do homem com o mundo e finalmente do homem com o próprio Diabo.

Não podemos deixar de fora é claro, o motivo desta guerra. Deus ao Criar o homem disse: façamos o homem a nossa imagem e semelhança. Isto é suficiente para as trevas desejar o homem com objeto de destruição.

Dc. Heber Cunha.