Experiência Fora do Corpo I - A Sabedoria
 
À medida que crescem suas práticas meditativas também crescerá a clareza de suas Experiências Fora do Corpo.
A importância do relato das mesmas consiste em munir o estudante e buscador de práticas espirituais de subsídio e amparo para suas vivências.
Não é comum ter no dia a dia contato com pessoas que se esmeiram neste sentido, daí criarmos e dispormos nossas vivências pessoais para que outros possam comparar com as suas.
As saídas fora do corpo se tornarão mais nítidas com a prática. Ao passo que nos desapegamos da vida meramente material, vamos nos aprofundando na vivência do Eu mais profundo.
Não se fruste se levar dias, ou até mesmo meses, antes de obter tais vivências, pois o objetivo não é ter essas vivências, mas saber o que fazer e como aproveitá-las na sua vida.
O hábito de meditar é uma importante ferramenta para que se adquira maior lucidez nas horas em que o espírito se desprende do corpo.
Passamos a interagir cada vez mais com os planos superiores da vida.
Nesta noite, depois de longo período sem eventos significativos, vimo-nos novamente tendo a consciência de estar fora do corpo.
Sempre acompanhado de uma ou mais entidades, nossos mentores, que embora não os identifique quando de volta à matéria, saiba nitidamente quem são quando no plano espiritual, disseram:
- Sua vidência aumentará. Mantenha-se vigilante, pois haverá um momento em que não saberá quando estará falando com um encarnado ou com um espírito.
Isso me perturbou um pouco. Temo pela minha sanidade - o que é uma preocupação de muitos médiuns.
- Como saberei diferenciar um do outro? Há algum método?
- Sim. Observe detalhes como a fluidez, o modo de caminhar, se transpassa objetos, por exemplo. Ademais, veja os trajes. Perceba se são da sua época ou se parecem especialmente translúcidos ou sujos.
- Terei que manter vigilância, certo?
- Sim. Sede prudente como as serpentes e inofensivo como as pombas!

Nisso, estando em meio a um grupamento no qual havia crianças, vi que uma menina atravessara por um pequeno muro e dirigiu-se na minha direção.
- Oi amiguinha, disse-lhe.
Aproximando-se, tocou meu braço.
- Veja que aqui não posso te atravessar. Estamos no mesmo plano.
Encarei seus olhos e vi que era cheia de sabedoria, apesar da pouca idade aparente.
- Essa forma é uma ilusão, falou-me, pois sou mais velha do que pareço.
- Sim, afirmei, és um espírito de ampla sabedoria que contam séculos.
Ela sorriu e partiu leve pelo espaço.

Depois dessa experiência, acordei disposto. Não sei se a faculdade da vidência virá agora, mas se aproxima o dia em que permitirão que converse com os espíritos tão claramente quanto com qualquer outra pessoa - e espero, mesmo assim, manter a serenidade e a lucidez. Vede como a tortura do espiritualista não é saber do que o espera, mas não saber como reagir ao que lhe espera.

Está tudo escrito.