Benevolência, indulgência e perdão

Publicado no Jornal do Commercio

Caminhos da Fé 28.10.2018

Qual o sentido da palavra caridade conforme a entendia Jesus? Allan Kardec propõe, no item 886 de O livro dos Espíritos, uma das mais importantes reflexões de toda a Doutrina Espírita.

(...) Mostrando mais uma vez, claramente, a raiz cristã do Espiritismo, busca em Jesus – o tipo mais perfeito que Deus deu ao homem para lhe servir de guia e modelo – a referência maior da caridade, para que possamos tê-la como base segura e definitiva. (...) A resposta dos Espíritos, clara e didática, terá consequências em todas as demais obras da Codificação: Benevolência para com todos; indulgência com as imperfeições dos outros; perdão das ofensas.

Essa tríade corresponde ao entendimento de Jesus quanto ao sublime sentimento da caridade. Inicialmente, Ele citou a benevolência que parte do pensamento no bem e sua prática indistinta. Com essa atitude o ser humano já se condiciona à prática da indulgência que implica na tolerância, paciência e compreensão para as faltas do próximo, considerando que todos nós somos imperfeitos e suscetíveis de erros.

Já possuidora dessas duas virtudes a sensibilidade humana aproxima-se do ato mais difícil que é perdoar, já que envolve uma total renuncia dos sentimentos inferiores, a começar pelo egoísmo e o orgulho, e ao nos libertarmos, estaremos elevando-nos ao Criador, que por Jesus deu o maior exemplo ao perdoar todos àqueles que o levaram ao flagelo...

Assim o perdão tornou-se o exemplo maior da caridade onde o amor (sentimento), transformou-se na sua forma dinâmica que foi a “atitude”. Essa virtude excelsa que se sobrepõe a todo e qualquer sentimento inferior é a lição maior que Jesus nos deixou. Ela engloba todas as demais que o homem precisa praticar seguindo Jesus que é o Caminho, Verdade e Vida.

Para atingirmos esse estágio sublime falta-nos, ainda a maturidade espiritual do entendimento e da prática do Evangelho do Cristo, como a bússola que direciona o navegador, e assim atingiremos a angelitude e plena felicidade que tanto buscamos.

Esse desiderato exige coragem, perseverança, fé e resignação. O esforço é de cada um e os percalços da caminhada fazem parte do estágio que fazemos no Orbe terrestre, que serve de escola e hospital. Como escola exige provas diárias pelas quais passamos e sendo hospital, purifica nossas almas pelas expiações necessárias ao nosso progresso espiritual.

As dores pelas quais padecemos são bálsamos d´alma. Correspondem ao “remédio amargo” que nos levará a cura das mazelas. A Justiça Divina se faz presente em cada um de nós de forma a nos reconduzir ao caminho do amor, fazendo-nos resgatar os débitos pretéritos que nos fustigam o Espírito necessitado de renovação.

Todos nós precisamos renascer a cada dia! No Livro Prazer de Viver, Ermance Dufuax e Wanderley de Oliveira resumem bem, quando dizem: “reencarnar é com Deus, renascer é conosco”.

Luiz Guimarães Gomes de Sá

Trabalhão no Centro Espírita Caminhando Para Jesus

LUIZ GUIMARAES
Enviado por LUIZ GUIMARAES em 28/10/2018
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